quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Assunção de Maria Santíssima ao Céu

Assumpta est Maria, in coelum, gaudent angeli.


“Levantai-Vos, Senhor, e entrai no Vosso repouso, Vós e a arca da Vossa majestade.” (Sl 130, 8)

"Ao Vosso encontro vêm filhas de reis, à Vossa direita está a rainha, ornada com ouro de Ofir." (Sl 44,10)

Sobre esta verdade de Fé, que Nossa Senhora foi elevada ao Céu em corpo e alma, fala-nos São Josemaria Escrivá, na Homilia pronunciada no dia 15 de Agosto de 1961:

"Maria foi levada por Deus, em corpo e alma, para os Céus. Há alegria entre os anjos e os homens. Qual a razão desta satisfação íntima que descobrimos hoje, com o coração que parece querer saltar dentro do peito e a alma cheia de paz? Celebramos a glorificação da nossa Mãe e é natural que nós, seus filhos, sintamos um júbilo especial ao ver como é honrada pela Trindade Beatíssima.

Cristo, Seu Filho Santíssimo, nosso irmão, deu-no-la por Mãe no Calvário, quando disse a S. João: eis aqui a tua Mãe. E nós recebêmo-la, com o discípulo amado, naquele momento de imenso desconsolo. Santa Maria acolheu-nos na dor, quando se cumpriu a antiga profecia: e uma espada trespassará a tua alma. Todos somos Seus filhos; ela é Mãe de toda a Humanidade. E agora, a Humanidade comemora a sua inefável Assunção: Maria sobe aos Céus, Filha de Deus Pai, Mãe de Deus Filho, Esposa de Deus Espírito Santo. Mais do que Ela, só Deus.

Mistério de amor é este. A razão humana não consegue compreendê-lo. Só a fé pode explicar como é que uma criatura foi elevada a tão grande dignidade, até se tornar o centro amoroso em que convergem as complacências da Trindade. Sabemos que é um segredo divino. Mas, por se tratar da nossa Mãe, sentimo-nos capazes de o compreender melhor - se é possível falar assim - do que outras verdades da fé. Como nos teríamos comportado se tivéssemos podido escolher a nossa mãe? Julgo que teríamos escolhido a que temos, enchendo-a de todas as graças. Foi o que Cristo fez, pois sendo Omnipotente, Sapientíssimo e o próprio Amor, seu poder realizou todo o seu querer.

Vede como os cristãos descobriram, há já bastante tempo, este raciocínio: convinha - escreve S. João Damasceno - que Aquela que no parto tinha conservado íntegra a Sua virgindade, conservasse depois da morte o Seu corpo sem corrupção alguma.

Convinha que Aquela que tinha trazido no Seu seio o Criador feito menino, habitasse na morada divina. Convinha que a Esposa de Deus entrasse na casa celestial. Convinha que Aquela que tinha visto o Seu Filho na Cruz, recebendo assim no Seu coração a dor de que tinha sido isenta no parto, O contemplasse sentado à direita do Pai. Convinha que a Mãe de Deus possuísse o que corresponde a Seu Filho, e que fosse honrada como Mãe e Escrava de Deus por todas as criaturas.

Os teólogos formularam com frequência um argumento semelhante, tentando compreender de algum modo o significado desse cúmulo de graças de que Maria se encontra revestida, e que culmina com a Assunção aos Céus. Dizem: convinha; Deus podia fazê-lo; e por isso o fez.

É a explicação mais clara das razões que levaram Cristo a conceder a sua Mãe todos os privilégios, desde o primeiro instante da sua Imaculada Conceição. Ficou livre do poder de Satanás; é formosa - tota pulchra! - limpa, pura na alma e no corpo."
(Livro: "Cristo que Passa" - A Virgem Santa, Causa da Nossa Alegria, ponto 171)

Regína in cælum assúmpta, ora pro nobis!

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