sexta-feira, 28 de agosto de 2009

O Santíssimo Sacramento da Eucaristia e o Sacramento da Confissão

"O amor à Eucaristia leva a apreciar cada vez mais também o sacramento da Reconciliação. Por causa da ligação entre ambos os sacramentos, uma catequese autêntica acerca do sentido da Eucaristia não pode ser separada da proposta dum caminho penitencial."
(Papa Bento XVI).
"Constatamos — é certo — que, no nosso tempo, os fiéis se encontram imersos numa cultura que tende a cancelar o sentido do pecado, favorecendo um estado de espírito superficial que leva a esquecer a necessidade de estar na graça de Deus para se aproximar dignamente da comunhão sacramental. Na realidade, a perda da consciência do pecado engloba sempre também uma certa superficialidade na compreensão do próprio amor de Deus. É muito útil para os fiéis recordar-lhes os elementos que, no rito da Santa Missa, explicitam a consciência do próprio pecado e, simultaneamente, da misericórdia de Deus.

Além disso, a relação entre a Eucaristia e a Reconciliação recorda-nos que o pecado nunca é uma realidade exclusivamente individual, mas inclui sempre também uma ferida no seio da comunhão eclesial, na qual nos encontramos inseridos pelo Baptismo. Por isso, como diziam os Padres da Igreja, a Reconciliação é um baptismo laborioso (laboriosus quidam baptismus), sublinhando assim que o resultado do caminho de conversão é também o restabelecimento da plena comunhão eclesial, que se exprime no abeirar-se novamente da Eucaristia.

ALGUNS CUIDADOS PASTORAIS

(...) É dever pastoral do bispo promover na sua diocese uma decisiva recuperação da pedagogia da conversão que nasce da Eucaristia e favorecer entre os fiéis a confissão frequente. Todos os sacerdotes se dediquem com generosidade, empenho e competência à administração do sacramento da Reconciliação. A propósito, procure-se que, nas nossas igrejas, os confessionários sejam bem visíveis e expressivos do significado deste sacramento. Peço aos pastores que vigiem atentamente sobre a celebração do sacramento da Reconciliação, limitando a prática da absolvição geral exclusivamente aos casos previstos, permanecendo como forma ordinária de absolvição apenas a pessoal.

Vista a necessidade de descobrir novamente o perdão sacramental, haja em todas as dioceses o Penitenciário. Por último, pode servir de válida ajuda para a nova tomada de consciência desta relação entre a Eucaristia e a Reconciliação uma prática equilibrada e conscienciosa da indulgência, lucrada a favor de si mesmo ou dos defuntos. Com ela, obtém-se "a remissão, perante Deus, da pena temporal devida aos pecados, cuja culpa já foi apagada".

(Bento XVI, na Exortação Apostólica pós-sinodal "SACRAMENTUM CARITATIS", 2007)

Ensina-nos a Santa Igreja que, para sermos dignos de bem comungar o Santíssimo e Verdadeiro Corpo e Sangue de Nosso Senhor, o Deus Altíssimo, Soberano do Céu e da Terra, presente na Hóstia Consagrada, são exigidas três disposições:

1. Estar na graça de Deus.

Quer dizer, limpos do pecado mortal.Sem esta disposição, não podemos nunca abeirar-nos da mesa da comunhão! Ninguém pode aproximar-se para comungar, por muito arrependido que pareça estar, se antes não tiver confessado os pecados mortais. O pecado venial não impede a comunhão, mas é lógico que tenhamos desejos de receber a Jesus com a alma muito limpa; por isso a Igreja aconselha a que se confesse com frequência, ainda que não tenhamos pecados mortais. Se alguém se aproximasse para comungar em pecado mortal, cometeria um sacrilégio. Comungar em pecado mortal é um pecado gravíssimo!

2. Guardar o jejum eucarístico.

Ou seja, não ter comido nem bebido desde uma hora antes de comungar; a água e os medicamentos não quebram o jejum. Os idosos e doentes - e aqueles que cuidam deles - podem comungar ainda que não tenha passado uma hora depois de ter tomado algo.

3. Saber a Quem se recebe.

Posto que se recebe o próprio Deus neste sacramento, não podemos aproximar-nos para comungar sem noção do que vamos fazer, porque os outros fazem,ou para que nos vejam, porque fica bem, ou por mera rotina. Temos de fazê-lo para corresponder ao desejo de Jesus de encontrarmos na Sagrada Comunhão um remédio para a nossa fraqueza. Devemos receber Nosso Senhor, humildemente escondido nas aparências do pão, com a consciência de que O vamos receber realmente em Corpo, Alma e Divindade, tão real e perfeito como está no Céu.

℣. Bendito e louvado seja o Santíssimo Sacramento da Eucaristia.
℟. Fruto do ventre Sagrado da Virgem Puríssima, Santa Maria.

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Reconhecido cientista assegura: "Papa tinha razão ao pronunciar-se sobre a SIDA"

"Afirmo que não se pode superar este problema da Sida apenas com frases publicitárias. Se não há ânimo, se os africanos não se entreajudam, não se pode resolver o flagelo com a distribuição de preservativos: pelo contrário, o risco é de aumentar o problema."

"A solução só se pode encontrar num duplo empenho: primeiro, uma humanização da sexualidade, isto é, uma renovação espiritual e humana que inclua um novo modo de comportamento das pessoas umas em relação às outras; segundo, uma verdadeira amizade também e sobretudo para com as pessoas que sofrem, a disponibilidade, mesmo com sacrifício, com renúncias pessoais, a estar com os que sofrem."
(Sua Santidade, o Papa Bento XVI)

O director do Aids Prevention Research Project da Harvard School of Public Health, Edward Green, assegurou que na polémica sobre a SIDA e o preservativo, o Papa Bento XVI tinha razão.

Ao intervir no “Meeting pela amizade entre os povos” de Rímini, o cientista, considerado como um dos máximos especialistas na matéria, confessou que “lhe chamou a atenção como cientista a proximidade entre o que o Papa disse no mês de Março passado no Camarões e os resultados das descobertas científicas mais recentes”.

“O preservativo não detém a SIDA Só um comportamento sexual responsável pode fazer frente à pandemia. Quando Bento XVI afirmou que na África se deviam adoptar comportamentos sexuais diferentes porque confiar só nos preservativos não serve para lutar contra a SIDA, a imprensa internacional se escandalizou”, continuou.

Na realidade o Papa disse a verdade, insistiu Green: “o preservativo pode funcionar para indivíduos particulares, mas não servirá para fazer frente à situação de um continente”. Propor como prevenção o uso regular do preservativo na África pode ter o efeito contrário . Chama-se ‘risco de compensação’, sente-se protegido e se expõe mais”.

“Por que não se tentou mudar os costumes das pessoas?"– perguntou o cientista norte-americano. A indústria mundial tardou muitos anos em compreender que as medidas de carácter técnico e médico não servem para resolver o problema”.

Green destacou o êxito que tiveram as políticas de luta contra a SIDA que se aplicaram em Uganda, baseadas na estratégia sintetizada nas iniciais “ABC” por seu significado em inglês: “abstinência”, “fidelidade”, e como último recurso, o “preservativo”.

“No caso da Uganda – informou – obteve-se um resultado impressionante na luta contra a SIDA. O presidente soube dizer a verdade a seu povo, aos jovens que em certas ocasiões é necessário um pouco de sacrifício, abstinência e fidelidade. O resultado foi formidável”.
Fonte:http://www.zenit.org/article-22480?l=portuguese
*
Santa Maria, Mãe Castíssima, rogai por nós!

domingo, 23 de agosto de 2009

Contra o gayzismo

"Apoiando-se na Sagrada Escritura, que os apresenta como depravações graves, a tradição da Igreja sempre declarou que "os actos de homossexualidade são intrinsecamente desordenados". São contrários a Lei Natural. Fecham o acto sexual ao dom da vida. Não procedem de uma complementaridade afectiva e sexual verdadeira. Em caso algum podem ser aprovados."

[No entanto,] "Evitar-se-á para com eles [homossexuais] todo sinal de discriminação injusta. Estas pessoas são chamadas a realizar a vontade de Deus na sua vida e, se forem cristãs, a unir ao sacrifício da Cruz do Senhor as dificuldades que podem encontrar por causa de sua condição. As pessoas homossexuais são chamadas à castidade."
(Catecismo da Igreja Católica Apostólica Romana, 2357 a 2359).
"Por isso Deus os abandonou às paixões infames. Porque até as suas mulheres mudaram o uso natural, no contrário à natureza. E, semelhantemente, também os homens, deixando o uso natural da mulher, se inflamaram em sua sensualidade uns para com os outros, homens com homens, cometendo torpeza e recebendo em si mesmos a recompensa que convinha ao seu erro. E, como eles não se importaram de ter conhecimento de Deus, assim Deus os entregou a um sentimento perverso, para fazerem coisas que não convêm." (Rm 1: 27-28).
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A psicóloga Rozângela Alves Justino, formada em 1981 pelo Centro Universitário Celso Lisboa, do Rio de Janeiro, com especialização em Psicologia Clínica e Escolar, considera a homossexualidade um transtorno para o qual oferece terapia de cura. Recentemente, foi censurada publicamente pelo Conselho Federal de Psicologia (formado, segundo ela, por muitos homossexuais "deliberando em causa própria") e impedida de aceitar pacientes em busca do tratamento. Rozângela compara a militância homossexual ao nazismo e faz uma defesa veemente de suas opiniões.
A senhora acha que os homossexuais sofrem de algum distúrbio psicológico?

O Conselho Federal de Psicologia não quer que eu fale sobre isso. Estou amordaçada, não posso me pronunciar. O que posso dizer é que eu acho o mesmo que a Organização Mundial de Saúde. Ela fala que existe a orientação sexual egodistónica, que é aquela em que a preferência sexual da pessoa não está em sintonia com o eu dela. Essa pessoa queria que fosse diferente, e a OMS diz que ela pode procurar tratamento para alterar sua preferência. A OMS diz que a homossexualidade pode ser um transtorno, e eu acredito nisso.

O que é não estar em sintonia com o seu eu, no caso dos homossexuais?

É não estar satisfeito, sentir-se sofrido com o estado homossexual. Normalmente, as pessoas que me procuram para alterar a orientação sexual homossexual são aquelas que estão insatisfeitas. Muitas, depois de uma relação homossexual, sentem-se mal consigo mesmas. Elas podem até sentir alguma forma de prazer no acto sexual, mas depois ficam incomodadas. Aí vão procurar tratamento. Além disso, transtornos sexuais nunca vêm de forma isolada. Muitas pessoas que têm sofrimento sexual também têm um transtorno obsessivo-compulsivo ou um transtorno de preferência sexual, como o sadomasoquismo, em que sentem prazer com uma dor que o outro provoca nelas e que elas provocam no outro. A própria pedofilia, o exibicionismo, o voyeurismo podem vir atrelados ao homossexualismo. E têm tratamento. Quando utilizamos as técnicas para minimizar esses problemas, a questão homossexual fica mínima, acaba regredindo.

Cada um faz a mudança que deseja na sua vida. Não sou eu a responsável pela mudança. Conheço pessoas que deixaram as práticas homossexuais. E isso lhes trouxe conforto. Conheço gente que também perdeu a atracção homossexual. Essa atracão foi se minimizando ao longo dos anos. Essas pessoas deixaram de sentir o desejo por intermédio da psicoterapia e por outros meios também. A motivação é o principal factor para mudar o que quiser na vida.

Pela sua lógica, seria razoável dizer que, se a senhora quisesse virar homossexual, poderia fazê-lo?

Eu não tenho essa vivência. O que eu observei ao longo destes vinte anos de trabalho foram pessoas que estavam motivadas a deixar a homossexualidade e deixaram. Eu conheço gente que mudou a orientação sem nem precisar de psicólogo. Elas procuraram grupos de ajuda e amigos e conseguiram deixar o comportamento indesejado. Mas, sem dúvida, quem conta com um profissional da área de psicologia tem um conforto maior. Eu sempre digo que é um mimo você ter um psicólogo para ajudá-lo a fazer essa revisão de vida. As pessoas se sentem muito aliviadas.

Esse alívio não seria maior se a senhora as ajudasse a aceitar sua condição sexual?

Esse discurso está por aí, mas não faz parte do grupo de pessoas que eu atendo. Normalmente, elas vêm com um pedido de mudança de vida.

(...)

Por que a senhora acha que o Conselho Federal de Psicologia está errado e a senhora está certa?

Há no conselho muitos homossexuais, e eles estão deliberando em causa própria. O conselho não é do agrado de todos os profissionais. Amanhã ele muda. Eu mesma posso me candidatar e ser presidente do Conselho de Psicologia. Além disso, esse conselho fez aliança com um movimento politicamente organizado que busca a heterodestruição e a desconstrução social através do movimento feminista e do movimento pró-homossexualista, formados por pessoas que trabalham contra as normas e os valores sociais.

Gays existem desde que o mundo é mundo. Aparecem em todas as civilizações. Isso não indica que é um comportamento inerente a uma parcela da humanidade e não deve ser objeto de preconceito?

Olha, eu também estou sendo discriminada. Estou sofrendo preconceito. Será que não precisaria haver mais aceitação da minha pessoa? Há discriminação contra todos. Em 2002, fiz uma pesquisa para verificar as violências que as pessoas costumam sofrer, e o segundo maior número de respostas foi para discriminação e preconceito. As pessoas são discriminadas porque são negras, porque são gordas.Você nunca foi discriminada?

Não como os gays são.

Não? Nunca ninguém a chamou de nariguda? De dentuça? De magrela? O que quero dizer é que as pessoas que estão homossexuais sofrem discriminação como todas as outras. Eu tenho trabalhado pelos que estão homossexuais. Estar homossexual é um estado. As pessoas são mulheres, são homens, e algumas estão homossexuais.

Isso não é discriminação contra os que são homossexuais e gostam de ser assim?
Isso é o que você está dizendo, não é o que a ciência diz. Não há tratados científicos que digam que eles existem. Eu não rotulo as pessoas, não chamo ninguém de neurótico, de esquizofrénico. Digo que estão esquizofrénicos, que estão depressivos. A homossexualidade é algo que pode passar. Há um livro do autor Claudemiro Soares que mostra que muitas pessoas famosas acreditam que é possível mudar a sexualidade. Entre eles Marta Suplicy, Luiz Mott e até Michel Foucault, todos historicamente ligados à militância gay.

Quantas pessoas a senhora já ajudou a mudar de orientação sexual?

Nunca me preocupei com isso. Um psicólogo não está preocupado com números. Eu vou fazer isso a partir de agora. Vou procurar a academia novamente. Vou fazer mestrado e doutorado. Até hoje, eu só me preocupei em acolher pessoas.

O que a senhora faria se tivesse um filho gay?

Eu não teria um filho homossexual. Eu teria um filho. Eu iria escutá-lo e tentaria entender o que aconteceu com ele. Os pais devem orientar os filhos segundo seus conceitos. É um direito dos pais. Olha, eu quero dizer que geralmente as pessoas que vivenciam a homossexualidade gostam muito de mim. E também quero dizer que não sou só eu que defendo essa tese. Apenas estou a ser a protagonista, neste momento, da história.

Por que a senhora se disfarça para ser fotografada?

Um dos motivos é que eu não quero entrar no meu prédio e ter o porteiro e os vizinhos achando que eu tenho algum problema ligado à sexualidade. Além disso, quero ser discreta para proteger a privacidade dos meus pacientes. Por fim, há activistas que têm muita raiva de mim. Eu recebo vários xingamentos; eles me chamam de velha, feia, demente, idiota. Trabalho num clima de medo, clandestinamente, porque sou muito ameaçada. Aliás, estou fazendo esta entrevista e nem sei se você não está a serviço dos activistas pró-homossexualimo. Eu estou correndo risco.

Que poder exactamente a senhora atribui a esses activistas pró-homossexualismo?

O activismo pró-homossexualismo está diretamente ligado ao nazismo. Escrevi um artigo em que mostro que os dois movimentos têm coisas em comum. Todos os movimentos de desconstrução social estudaram o nazismo profundamente, porque compartilham um ideal de domínio político e económico mundial. As políticas públicas pró-homossexualismo querem, por exemplo, criar uma nova raça e eliminar pessoas. Por que hoje um ovo de tartaruga vale mais do que um embrião humano? Por que se fala tanto em leis para assassinar crianças dentro do ventre da mãe? Porque existe uma política de controle de população que tem por objectivo eliminar uma parte significativa da nação brasileira. Quanto mais práticas de "liberdade"sexual, mais doenças sexualmente transmissíveis e mais gente morrendo. Essas políticas públicas todas acabam contribuindo para o extermínio da população. Essas pessoas que estão homossexuais estão ligadas a todo um poder nazista de controle mundial.

Não há certo exagero em comparar a militância homossexual ao nazismo?

Bom, se você acha que isso pode me prejudicar, então tire da entrevista. Mas é a realidade.
Fonte: Veja.com

Nossa Senhora do Rosário de Fátima, salvai-nos e salvai Portugal!

domingo, 16 de agosto de 2009

"Matar por compaixão" ou "matar a compaixão"?

Omnia tempus habent, et suis spatiis transeunt universa sub caelo;
tempus nascendi et tempus moriendi. (Ecclesiastes, 3: 1-2)


"Tudo tem o seu tempo determinado,
e há tempo para todo o propósito debaixo do céu:
há tempo de nascer e tempo de morrer."
(Livro Eclesiastes, 3:1-2)

A DOUTRINA DA IGREJA SOBRE A EUTANÁSIA

Os ensinamentos da Igreja sobre a eutanásia são relativamente recentes. Durante muitos séculos o problema não se punha, dado que, por um lado, o principio da inviolabilidade da vida humana tornava evidente para todos a ilicitude moral de qualquer forma de eutanásia e, por outro lado, o ensinamento cristão sobre o sentido e o valor do sofrimento era percebido e aceite por todos.

A doutrina cristã afirma que todo o esforço para aliviar a dor é apreciado como uma obra de misericórdia, e ao mesmo tempo permite que seja dada à dor um sentido redentor e de purificação, que leva a que alguém o possa aceitar como expiação das culpas, sem que por isto deva deixar de usar os meios que a possam evitar.

A primeira intervenção importante do Magistério da Igreja em relação directa com a eutanásia é de Sua Santidade, o Papa Pio XII, em resposta às perguntas que lhe foram apresentadas sobre problemas morais que comporta o uso de calmantes e/ou analgésicos que, como efeito secundário, poderiam abreviar a vida. O Santo Padre Pio XII refere-se ao princípio moral positivo da caridade, indicando a licitude do uso de meios que aliviam a dor, ainda que se possa produzir o efeito secundário não desejado de encurtar a vida do paciente. Aqui também recordou a importância de fazer de tal modo que o doente não venha a ficar num estado de inconsciência - a não ser por motivo grave, como dor descontrolada e/ou ansiedade extrema - que o impeça de deveres de tipo religioso, moral, familiar e social, económicos...

Nos últimos trinta anos, o Magistério sobre temas relacionados com a eutanásia foi abundante. Não se limitou a fornecer uma valorização moral, mas expôs também a motivação e considerou os novos problemas que surgiram com o progresso da medicina e a evolução da cultura no mundo ocidental.

Ao tratar deste problema, a Declaração “Jura et Bona” sobre eutanásia, elaborado pela Congregação para a Doutrina da Fé e aprovada pelo Papa João Paulo II em 1980, responde também aos requisitos que se põem frequentemente sobre o uso ou o abandono dos novos tratamentos médicos, no campo da reanimação e dos cuidados intensivos. A segunda parte da declaração centra-se na eutanásia, confirmando a sua maldade intrínseca. Os motivos deste juízo fundam-se no mandamento da inviolabilidade da vida humana e sobre a dignidade da pessoa.

De grande importância é a Encíclica Evangelium Vitae, do Papa João Paulo II. Contém um importante pronunciamento moral sobre a eutanásia: "Em conformidade com o magistério dos meus predecessores e em comunhão com os Bispos da Igreja Católica, confirmo que a eutanásia é uma violação grave da Lei de Deus, enquanto morte deliberada moralmente inaceitável de uma pessoa humana. Tal doutrina está fundada sobre a lei natural e sobre a Palavra de Deus escrita, é transmitida pela Tradição da Igreja e ensinada pelo Magistério ordinário e universal".

A avaliação moral negativa da eutanásia é proposta como verdade definitiva e irreformável, garantida pela infalibilidade exercida pelo Magistério ordinário universal da Igreja Católica Apostólica Romana.

Fonte: http://www.scribd.com/doc/9674141/Eutanasia


Diz-nos o Professor Doutor Daniel Serrão, membro do Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida:

"A Eutanásia é a morte deliberada e intencional de uma pessoa, a seu pedido, pela outra pessoa que recebe e acolhe o pedido. Se não há pedido não há eutanásia, há um homicídio comum. Se há pedido há também um homicídio, mas em resposta a uma vontade expressa pela pessoa que é assassinada.

Quando a pessoa está doente e solicita ao seu médico que a mate, este não pode acolher este pedido, porque não é sua função matar o seu doente. Mas deve imediatamente acolher com respeito este pedido e dar a maior atenção aos motivos que levam aquele doente a desejar ser morto em vez de desejar viver. Podem ser dores, e então a obrigação do médico é tratar as dores e hoje não há dores intratáveis. O doente sem dores não solicita a eutanásia.

Pode ser um sofrimento difícil de suportar. Então o médico com a ajuda dos enfermeiros e de outros profissionais, designadamente psicólogos clínicos, porá à disposição do seu doente em desespero, todos os meios que permitem tornar suportável o sofrimento. Pode ser um sentimento de esgotamento de qualquer projecto de vida que faz com que a pessoa, em dificuldades, prefira morrer a viver. Também este estado psicológico é susceptível de tratamento que consegue reconstruir a vontade de viver. Por vezes o doente chega a estes estados por cuidados médicos a mais ou por cuidados médicos a menos.

Por obstinação terapêutica, em situações que já atingiram a fase da incurabilidade e estes cuidados a mais, desproporcionados, geram um grande sofrimento. A pessoa tem o direito de os recusar e de viver o seu período terminal em paz. Pode não estar bem tratada, em especial das dores e do sofrimento e estes cuidados a menos criam estados de desespero e motivam pedidos de eutanásia. A pessoa tem direito a exigir que lhe seja prestado o tratamento próprio da fase terminal, que é o cuidado paliativo.

O cuidado paliativo é um cuidado especializado prestado por uma equipe de profissionais competentes nas várias disciplinas que o compõem. Pode ocorrer em unidades próprias, em áreas de hospitais de cuidados gerais ou no domicílio. A evidência, onde existe o cuidado paliativo, é que o doente que está acolhido e tratado de todas as perturbações, físicas, psicológicas e espirituais que ocorrem na fase terminal da vida, não pensa em eutanásia, nem a pede nunca, porque compreendeu que a eutanásia não é a solução.

Para a Igreja Católica é esta a solução e já vão aparecendo unidades inspiradas por instituições com ligação à Igreja Católica. É preciso que se criem muitas mais e que a Igreja contribua para a formação do pessoal especializado necessário. No cuidado paliativo não há lugar para a recusa de cuidados extraordinários ou desproporcionados, que a doutrina católica, desde Pio XII, sempre reprovou, porque o cuidado paliativo não acelera nem atrasa o processo de morrer. O doente é acompanhado constantemente e todas as intercorrências são tratadas, sempre, com competência técnica e em tempo útil.

Mas sem nenhuma orientação intensivista e de suporte artificial de funções vitais quando já só produz sofrimento e em nada beneficia o doente. Só é feito o que contribui para manter o bem-estar da pessoa até ao momento final. No cuidado paliativo o processo de morrer é re-socializado, com um lugar importante à família e aos amigos que também são objecto do cuidado paliativo e são por isso participantes na criação de um estado de permanente bem-estar para a pessoa.

Uma pessoa que é “depositada” numa cama de hospital para morrer no maior abandono e esquecida dos cuidadores ou submetida a intervenções intensivas e inúteis, essa é candidata a pedir a eutanásia. Mas a eutanásia não é, nunca, a solução. Em vez de proclamar que a eutanásia deve ser proibida ou permitida, a posição da Igreja é a de que ninguém esteja nunca em situação de pensar que a eutanásia é a solução para o seu desespero. Dizer que se mata por compaixão é, de facto, matar a compaixão."
Fonte: Ecclesia, 30/10/2007

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Assunção de Maria Santíssima ao Céu

Assumpta est Maria, in coelum, gaudent angeli.


“Levantai-Vos, Senhor, e entrai no Vosso repouso, Vós e a arca da Vossa majestade.” (Sl 130, 8)

"Ao Vosso encontro vêm filhas de reis, à Vossa direita está a rainha, ornada com ouro de Ofir." (Sl 44,10)

Sobre esta verdade de Fé, que Nossa Senhora foi elevada ao Céu em corpo e alma, fala-nos São Josemaria Escrivá, na Homilia pronunciada no dia 15 de Agosto de 1961:

"Maria foi levada por Deus, em corpo e alma, para os Céus. Há alegria entre os anjos e os homens. Qual a razão desta satisfação íntima que descobrimos hoje, com o coração que parece querer saltar dentro do peito e a alma cheia de paz? Celebramos a glorificação da nossa Mãe e é natural que nós, seus filhos, sintamos um júbilo especial ao ver como é honrada pela Trindade Beatíssima.

Cristo, Seu Filho Santíssimo, nosso irmão, deu-no-la por Mãe no Calvário, quando disse a S. João: eis aqui a tua Mãe. E nós recebêmo-la, com o discípulo amado, naquele momento de imenso desconsolo. Santa Maria acolheu-nos na dor, quando se cumpriu a antiga profecia: e uma espada trespassará a tua alma. Todos somos Seus filhos; ela é Mãe de toda a Humanidade. E agora, a Humanidade comemora a sua inefável Assunção: Maria sobe aos Céus, Filha de Deus Pai, Mãe de Deus Filho, Esposa de Deus Espírito Santo. Mais do que Ela, só Deus.

Mistério de amor é este. A razão humana não consegue compreendê-lo. Só a fé pode explicar como é que uma criatura foi elevada a tão grande dignidade, até se tornar o centro amoroso em que convergem as complacências da Trindade. Sabemos que é um segredo divino. Mas, por se tratar da nossa Mãe, sentimo-nos capazes de o compreender melhor - se é possível falar assim - do que outras verdades da fé. Como nos teríamos comportado se tivéssemos podido escolher a nossa mãe? Julgo que teríamos escolhido a que temos, enchendo-a de todas as graças. Foi o que Cristo fez, pois sendo Omnipotente, Sapientíssimo e o próprio Amor, seu poder realizou todo o seu querer.

Vede como os cristãos descobriram, há já bastante tempo, este raciocínio: convinha - escreve S. João Damasceno - que Aquela que no parto tinha conservado íntegra a Sua virgindade, conservasse depois da morte o Seu corpo sem corrupção alguma.

Convinha que Aquela que tinha trazido no Seu seio o Criador feito menino, habitasse na morada divina. Convinha que a Esposa de Deus entrasse na casa celestial. Convinha que Aquela que tinha visto o Seu Filho na Cruz, recebendo assim no Seu coração a dor de que tinha sido isenta no parto, O contemplasse sentado à direita do Pai. Convinha que a Mãe de Deus possuísse o que corresponde a Seu Filho, e que fosse honrada como Mãe e Escrava de Deus por todas as criaturas.

Os teólogos formularam com frequência um argumento semelhante, tentando compreender de algum modo o significado desse cúmulo de graças de que Maria se encontra revestida, e que culmina com a Assunção aos Céus. Dizem: convinha; Deus podia fazê-lo; e por isso o fez.

É a explicação mais clara das razões que levaram Cristo a conceder a sua Mãe todos os privilégios, desde o primeiro instante da sua Imaculada Conceição. Ficou livre do poder de Satanás; é formosa - tota pulchra! - limpa, pura na alma e no corpo."
(Livro: "Cristo que Passa" - A Virgem Santa, Causa da Nossa Alegria, ponto 171)

Regína in cælum assúmpta, ora pro nobis!

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

A beleza da Criação de Deus

“No princípio, Deus criou os céus e a terra“. (Génesis 1:1)


Nesta noite, de 5 para 6 de Agosto, poderá assistir-se a um eclipse lunar penumbral.

Não é segredo para ninguém que tudo o que envolve a Astronomiasempre me fascinou, ao ponto de perder noites, principalmente no Verão, com o meu modesto telescópio e binóculos a escrutinar o céu. Eclipses, movimentos das estrelas, meteoros ('chuva de estrelas'), entre outras tantas coisas que se podem observar no céu numa só noite (não, não falo de OVNI's...lol...), são motivos mais que válidos, para mim, para perder umas tantas horinhas de sono!

O fenómeno mais fascinante, para mim, depois de uma Aurora Boreal, é um eclipse solar. Já os eclipses lunares, além de não terem propriamente nada de espectacular, talvez por ocorrerem durante a noite (sempre gostei da noite, do crepúsculo, mais que o amanhecer ou o dia), são mais discretos, mas tremendamente belos.

A beleza de ver a Lua a entrar na sombra projectada pela Terra, escurecendo, ficando azulada e, no máximo do eclipse, com uma cor avermelhada é indescritível!

Esta noite, porém, o eclipse que ocorre é do tipo penumbral, ou seja, apenas uma pequena parte da Lua Cheia fica escurecida com a sombra da Terra. Nada de espectacular, portanto, mas um evento igualmente digno de se ver, para os amantes destas coisas celestes, como eu...

Um eclipse lunar é um fenómeno celeste que ocorre quando a Lua penetra totalmente ou parcialmente o cone de sombra projectado pela Terra, em geral sendo visível a olho nu. Isto ocorre sempre que o Sol, a Terra e a Lua se encontram próximos ou em perfeito alinhamento, estando a Terra no meio destes outros dois corpos.
Por isso o eclipse lunar só pode ocorrer quando coincidem a fase de Lua cheia e a passagem dela pelo seu nodo orbital. Este último evento também é responsável pelo tipo e duração do eclipse.

Os eclipses lunares podem ser classificados de acordo com a parte da Lua que é obscurecida pela sombra da Terra, e por qual parte da sombra da Terra ela é obscurecida.

A sombra projectada pela Terra possui duas partes denominadas umbra e penumbra. A umbra é uma região em que não há iluminação directa do Sol e a penumbra é uma região em que apenas parte da iluminação é bloqueada.

Os eclipses penumbrais ocorrem quando a Lua entra na região de penumbra, o que na prática resulta numa variação do brilho da Lua que dificilmente é notada. Se a Lua entra inteiramente na região de penumbra ocorre o raro eclipse penumbral total que pode gerar um gradiente de luminosidade visível, estando a Lua mais escura na região que se aproxima mais da umbra.

Quando a Lua entra na região da umbra podem ocorrer os eclipses lunares parcial e total. O eclipse parcial ocorre quando apenas parte da Lua é obscurecida pela sombra da Terra e o total quando toda a face visível da Lua é obscurecida pela umbra. Este obscurecimento total pode durar até 107 minutos e é mais longo quando a Lua está próxima de seu apogeu, ou seja, quando sua distância da Terra é o maior possível.

E pronto, dou por mim a olhar para o céu, a admirar a grandiosidade do Universo, os milhares de milhões de galáxias, cada uma com biliões de estrelas. Numa destas galáxias, chamada de Via Láctea, numa extremidade quase esquecida, existe uma estrela a que chamamos de Sol, com um conjunto de planetas a orbitar em seu redor. E num desses planetas, um grão de poeira no meio deste Universo imenso, habitamos nós, que dificilmente nos apercebemos do quão pequeninos somos no meio desta imensidão...

E enfim, por muito que se saiba, que se perceba de como estes fenómenos ocorrem, por muito que compreendamos as leis pelas quais o Universo se rege, mais certo que um relógio, essa ciência nunca é suficiente para explicar e compreender o fascínio que nos suscita (a mim e outros como eu) a observação do céu.

Mas uma coisa é certa. Quanto mais se sabe acerca de como isto tudo "está feito", de como isto tudo ocorre, mais certezas se tem que tal beleza não pode existir simplesmente por acaso.

O que me leva a admirar o céu ainda mais, pois reflectindo nisto tudo, olha-se para esta imensidão como uma magnífica obra que saiu das 'mãos' de um Autor Magnífico.

É inconcebível e incompreensível, para mim, neste momento, admirar a beleza que tenho à frente dos meus olhos e pensar que foi 'por acaso' que todo este Universo, que me inclui, surgiu.

Sem querer entrar em discussões sobre teorias criacionistas/evolucionistas, resta-me dizer que olho para o céu, neste momento, e admiro-o simplesmente como uma magnífica obra de Deus.

Salmo 65 (66)

Aclamai a Deus, terra inteira,
Cantai a glória do seu nome,
Celebrai os seus louvores,
Dizei a Deus: «Maravilhosas são as vossas obras.

Ante a grandeza do vosso poder,
Curvam-se os vossos inimigos.
A terra inteira Vos adore e celebre,
Entoe hinos ao vosso Nome».

Vinde contemplar as obras de Deus,
Admirável na sua acção pelos homens:
Mudou o mar em terra firme,
Atravessaram o rio ao pé enxuto.