domingo, 28 de março de 2010

Semana Santa

"Completo na minha carne o que falta à Paixão de Cristo, em favor do Seu povo, que é a Igreja."
(Col 1,24)



"Se queremos, pois, condoer-nos com a Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo, meditemos sobre o que Ele sofreu na mão dos judeus, mas não nos esqueçamos de tudo quanto ainda hoje se faz para ferir o Divino Coração.

E isto tanto mais quanto Nosso Senhor, durante Sua Paixão, previu tudo quanto se passaria depois. Previu, pois, todos os pecados de todos os tempos, e também os pecados de nossos dias. Ele previu os nossos pecados, e por eles sofreu antecipadamente. Estivemos presentes no Horto como algozes, e como algozes seguimos passo a passo a Paixão até o alto do Gólgota.

Arrependamo-nos, pois, e choremos.

A Igreja, sofredora, perseguida, vilipendiada, aí está a nossos olhos indiferentes ou cruéis. Ela está diante de nós como Cristo diante de Verónica. Condoamo-nos com os padecimentos dela. Com nosso carinho, consolemos a Santa Igreja de tudo quanto Ela sofre. Podemos estar certos de que, com isto, estaremos dando ao próprio Cristo uma consolação idêntica à que Lhe deu Verónica.

Incredulidade

Comecemos pela Fé. Certas verdades referentes a Deus e a nosso destino eterno, podemos conhecê-las pela simples razão. Outras, conhecemo-las porque Deus no-las ensinou. Em Sua infinita bondade, Deus se revelou aos homens no Antigo e Novo Testamento, ensinando-nos não apenas o que nossa razão não poderia desvendar, mas ainda muitas verdades que poderíamos conhecer racionalmente, mas que por culpa própria a humanidade já não conhecia de facto. A virtude pela qual cremos na Revelação é a Fé. Ninguém pode praticar um ato de Fé sem o auxílio sobrenatural da graça de Deus. Essa graça, Deus a dá a todas as criaturas e, em abundância torrencial, aos membros da Igreja Católica. Esta graça é a condição da salvação deles. Nenhum chegará à eterna bem-aventurança se rejeitar a Fé. Pela Fé, o Espírito Santo habita em nossos corações. Rejeitar a Fé é rejeitar o Espírito Santo, é expulsar de sua alma a Jesus Cristo.

Vejamos, agora, em torno de nós, quantos católicos rejeitam a Fé. Foram baptizados, mas no curso do tempo perderam a Fé. Perderam-na por culpa própria, porque ninguém perde a Fé sem culpa, e culpa mortal. Ei-los que, indiferentes ou hostis, pensam, sentem e vivem como pagãos. São nossos parentes, nossos próximos, quiçá nossos amigos! Sua desgraça é imensa. Indelével, está neles o sinal do Baptismo. Estão marcados para o Céu, e caminham para o Inferno. Na sua alma redimida, a aspersão do Sangue de Cristo está marcada. Ninguém a apagará. É de certo modo o próprio Sangue de Cristo que eles profanam quando nesta alma resgatada acolhem princípios, máximas, normas contrárias à doutrina da Igreja. O católico apóstata tem qualquer coisa de análogo ao sacerdote apóstata. Arrasta consigo os restos de sua grandeza, profana-os, degrada-os e se degrada com eles. Mas não os perde.

E nós? Importamo-nos com isto? Sofremos com isto? Rezamos por que estas almas se convertam? Fazemos penitências? Fazemos apostolado? Onde nosso conselho? Onde nossa argumentação? Onde nossa caridade? Onde nossa altiva e enérgica defesa das verdades que eles negam ou injuriam?

O Sagrado Coração sangra com isto. Sangra pela apostasia deles, e pela nossa indiferença. Indiferença duplamente censurável porque é indiferença para com nosso próximo e sobretudo indiferença para com Deus.

Conspiração

Quantas almas, no mundo inteiro, vão perdendo a Fé? Pensemos no incalculável número de jornais ímpios, rádio-emissões ímpias, de que diariamente se enche o orbe. Pensemos nos inúmeros obreiros de Satanás que, nas cátedras, no recesso da família, nos lugares de reunião ou diversão, propagam ideias ímpias. De todo este esforço, quem há de admitir que nada resulte? Os efeitos de tudo isto estão diante de nós. Diariamente, as instituições, os costumes, a arte se vão descristianizando, indício insofismável de que o próprio mundo se vai perdendo para Deus.

Não haverá em tudo isto uma grande conjuração? Tantos esforços, harmoniosos entre si, uniformes nos seus métodos, em seus objectivos, em seu desenvolvimento, serão mera obra de coincidências? Onde e quando, intuitos desarticulados produziram articuladamente a mais formidável ofensiva ideológica que a História conhece, a mais completa, a mais ordenada, a mais extensa, a mais engenhosa, a mais uniforme na sua essência, nos seus fins, no seu evoluir?

Não pensamos nisto. Nem percebemos isto. Dormimos na modorra de nossa vida de todo o dia. Por que não somos mais vigilantes? A Igreja sofre todos os tormentos, mas está só. Longe, bem longe d'Ela, dormimos. É a cena do Horto que se repete.

A bem dizer, a Igreja nunca teve tantos inimigos, e, paradoxalmente, nunca teve tantos "amigos". Ouçamos os espíritas: dizem que não movem guerra nenhuma à religião, e ao Catolicismo menos ainda do que a qualquer outra. Entretanto, a vida de todos eles, comunistas, espíritas, protestantes, não é desde a manhã até à noite outra coisa, senão uma conspiração contra a Igreja? Também eles tem os lábios prontos para o ósculo, embora em sua mente já hajam decidido de há muito, exterminar a Igreja de Deus.

Tibieza

E entre nós? Esta Fé que tantos combatem, perseguem, atraiçoam, graças a Deus nós a possuímos.

Que uso fazemos dela? Amamo-la? Compreendemos que nossa maior ventura na vida consiste em sermos membros da Santa Igreja, que nossa maior glória é o título de cristão?

Em caso afirmativo – e quão raros são os que poderiam em sã consciência responder afirmativamente – estamos dispostos a todos os sacrifícios para conservar a Fé?

Não digamos num assomo de romantismo que sim. Sejamos positivos. Vejamos friamente os fatos. Não está junto de nós o algoz que nos vai colocar na alternativa da cruz ou da apostasia? Mas todos os dias, a conservação da Fé exige de nós sacrifícios. Fazemo-los?

Será bem exacto que, para conservar a Fé, evitamos tudo que a pode por em risco? Evitamos as leituras que a podem ofender? Evitamos as companhias nas quais ela está exposta a risco? Procuramos os ambientes nos quais a Fé floresce e cria raízes? Ou, em troca de prazeres mundanos e passageiros, vivemos em ambientes em que a Fé se enfraquece e ameaça cair em ruínas?

Todo o homem, pelo próprio facto do instinto de sociabilidade, tende a aceitar as opiniões dos outros. Em geral, hoje em dia, as opiniões dominantes são anticristãs. Pensa-se contrariamente à Igreja em matéria de filosofia, de sociologia, de história, de ciências positivas, de arte, de tudo enfim. Os nossos amigos, seguem a corrente. Temos nós a coragem de divergir? Resguardamos nosso espírito de qualquer infiltração de ideias erradas? Pensamos com a Igreja em tudo e por tudo? Ou contentamo-nos negligentemente em ir vivendo, aceitando tudo quanto o espírito do século nos inculca, e simplesmente porque ele no-lo inculca?

É possível que não tenhamos enxotado Nosso Senhor de nossa alma. Mas como tratamos este Divino Hóspede? É Ele o objecto de todas as atenções, o centro de nossa vida intelectual, moral e afectiva? É Ele o Rei? Ou, simplesmente, há para Ele um pequeno espaço onde se O tolera, como hóspede secundário, desinteressante, algum tanto importuno?

Quando o Divino Mestre gemeu, chorou, suou sangue durante a Paixão, não O atormentavam apenas as dores físicas, nem sequer os sofrimentos ocasionados pelo ódio dos que no momento O perseguiam. Atormentava-O ainda tudo quanto contra Ele e a Igreja faríamos nos séculos vindouros. Ele chorou pelo ódio de todos os maus, de todos os Arios, Nestórios, Luteros mas chorou também porque via diante de si o cortejo interminável das almas tíbias, das almas indiferentes, que sem O perseguir não O amavam como deviam.

É a falange incontável dos que passaram a vida sem ódio e sem amor, os quais, segundo Dante, ficavam de fora do Inferno porque nem no Inferno havia para eles lugar adequado.

Estamos nós neste cortejo?

Eis a grande pergunta a que, com a graça de Deus, devemos dar resposta nos dias de recolhimento, de piedade e de expiação.

* * *

A História narra os inúmeros dramas que a Santa Igreja Católica, Apostólica, Romana sofreu nos vinte séculos de sua existência. Oposições que germinaram fora dela, e de fora mesmo tentaram destruí-la. Tumores formados dentro dEla, extirpados, contudo, pela própria Esposa de Cristo; mas que, já então de fora para dentro, tentaram destruí-la com ferocidade.

Quando, porém, viu a História, antes de nossos dias, uma tentativa de demolição da Igreja, já não mais articulada por um adversário, mas qualificada de como que auto-demolição em altíssimo pronunciamento de repercussão mundial?

A atitude normal de um católico vendo a Igreja, sua Mãe, passar por essa crise deve ser antes de tudo de profunda tristeza, porque é lamentável que isso seja assim. É um perigo para incontáveis almas que a Igreja seja afligida por tal crise. E, por essa razão, pode-se ter a certeza de que, quando Nosso Senhor, do alto da cruz, viu todos os pecados que haveriam de ser cometidos contra a obra da Redenção que Ele consumava de modo tão profundamente doloroso, sofreu enormemente, em vista de tal género de pecados, cometidos em nossos dias.

E, evidentemente, todos esses pecados produziram sofrimentos verdadeiramente inenarráveis no Sapiencial e Imaculado Coração de Maria, que pulsava de dor no peito da Santíssima Virgem enquanto Ela estava de pé, junto à Cruz.

Considerando quanto Nosso Senhor e sua Santíssima Mãe sofreram por causa do que agora está se passando, é impossível não se ficar consternado, muito mais do que em qualquer Sexta-Feira Santa anterior, porque, talvez, este seja dos pontos mais agudos da Paixão e que se mostra em todo o seu hedonismo, nas actuais circunstâncias da vida da Igreja.

* * *

O homem contemporâneo é um adorador do prazer, do gáudio, da diversão, e tem horror ao sofrimento.

Ora, está-se aqui em presença de um padecimento agudíssimo. Pode-se compreender, pois, embora tal atitude não seja justificável, a posição de tantas almas que evitam pensar nisso e considerar a fundo o que está se passando para não sofrer em união com Nosso Senhor esta situação trágica, como trágica foi a Paixão.

Em face do drama em que se encontra a Santa Igreja, muitas almas procuram, então, assumir uma posição de indiferença, parecida com a de numerosos contemporâneos de Nosso Senhor, que acreditavam que Ele era Homem-Deus. Mas que, durante a Via Sacra, vendo-O passar, em vez de se compadecer por seus lancinantes sofrimentos, achavam entretanto melhor não considerá-los, mas pensar em outras coisas.

E eis a prova: Nosso Senhor pregou maravilhas e fez milagres admiráveis que devem ter impressionado pelo menos uma parte considerável do povo que O cercava. Não seria concebível que essa parte, santamente impressionada, tenha se mantido numa atitude tão quieta, inerte, diante do que se passava. E que a única pessoa que fez algo em prol do Redentor, durante a parte inicial da Via Sacra, tenha sido a Verónica com o seu véu, no qual ficou estampada, depois, a face sagrada do Salvador. Verdadeiramente, mais ninguém tomou tal atitude a não ser ela.

As santas mulheres e Nossa Senhora juntaram-se mais adiante a Nosso Senhor e foram até o alto do Calvário. A Virgem Santíssima está acima de todo elogio. As santas mulheres, que A acompanharam, merecem um elogio que participa do louvor a que Nossa Senhora fez juz. Mas, fora disso, inércia.

Por ocasião da Semana Santa, o que mais se deve pedir a Nossa Senhora, é que Ela nos liberte desse estado de espírito, de tal mentalidade.

Se nosso Redentor está sofrendo, devo querer padecer aquilo que O atormenta. E sofrerei isso meditando nas dores d'Ele. Esse é o meu dever, dada a união que Ele condescendeu misericordiosamente em estabelecer entre Si mesmo e mim. E o que não for isso não pode deixar de ser qualificado senão de abominável.

Os dias em que vivemos são de gravidade, de tristeza, mas na última fímbria do horizonte aparece uma alegria incomparavelmente maior do que qualquer gáudio terreno: a promessa de um sol que nascerá – o Reino de Maria, anunciado, no ano de 1917, por Nossa Senhora, em Fátima."


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Bendita e louvada seja a Paixão do Redentor!
Que para nos livrar das culpas, padeceu por nosso amor!
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Bendita sejais, Mãe do Redentor!
Por Vossa tão grande Dor!

quarta-feira, 24 de março de 2010

Santa Igreja Católica - Corpo Místico de Cristo!

"E sereis odiados por todos por causa do meu nome. Mas o que perseverar até o fim será salvo."
Mc 13,13



"Ninguém de modo algum vos engane. Porque primeiro deve vir a apostasia, e deve manifestar-se o homem da iniqüidade, o filho da perdição."
2Tes 2,3

"Nota bem o seguinte: nos últimos dias haverá um período difícil. Os homens tornar-se-ão egoístas, avarentos, fanfarrões, soberbos, rebeldes aos pais, ingratos, malvados, desalmados, desleais, caluniadores, devassos, cruéis, inimigos dos bons".
2Tm 3,1.5

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No post anterior, reproduzi um documento a partir do blog do Pe. Nuno Serras Pereira, o qual expõe de maneira muito clara, nos seus escritos, muitas das confusões/erros em que que o mundo actual está mergulhado.

Na verdade, este des-serviço à sociedade, estes atentados à dignidade humana, que são graves ofensas ao Bom Deus, estes ataques à Igreja de Nosso Senhor, só revelam e confirmam mais ainda - paradoxalmente - a origem sobrenatural da Santa Igreja Católica. Como Cristo, também ela é humilhada, ultrajada, enxovalhada, esbofeteada, também ela tem a Sua cruz, nesta verdadeira Via-Sacra do mundo. Nem poderia ser o contrário, sendo ela o Corpo Místico de Nosso Senhor.

Como o Senhor Jesus, a Igreja Católica revelou-se, - no dia de Pentecostes - cresceu numa maneira um tanto oculta, devido às perseguições dos primeiros tempos, teve a Sua manifestação pública quando foi proclamada a religião oficial do Império Romano, por Teodósio I, teve o seu auge de influência, salvando tantas almas, ensinando com tanta sabeoria na gloriosa Idade Média.

Assim como os Judeus começaram a conspirar contra Jesus durante a Sua vida pública, mesmo depois de verem os grandiosos e maravilhosos feitos d'Ele, também muitos começaram a conspirar contra o Seu Corpo Místico, ao longo dos séculos. Essa conspiração manifestou-se mais acentuadamente com revoltas e protestos, a partir do séc. XVI, em que houve rebeldes e dissidentes que se acharam, por inspiração do Maligno - o Diabo, que também tentou Jesus - detentores da verdade. Uma série de "iluminados" presunçosos, consideraram que a Igreja, durante 15 séculos, esteve a ensinar erros, talvez considerassem que Cristo não teria capacidade suficiente para fundar divinamente a Igreja Católica e, para satisfazerem os seus caprichos humanos, fundaram umas poucas de seitas protestantes (= protestavam contra a autoridade da Igreja de Roma), arrastando consigo muitas almas para o Inferno.

A Igreja começa a claudicar, assim como Cristo começa a advertir os seus discípulos para a Sua morte, já não muito distante. Mas, falando nos seus futuros tormentos e na Sua morte, Jesus fala logo imediatamente na Sua ressurreição. Assim também a Igreja caminhou para a hora da sua Via-Sacra.

Desde há cerca de 200 anos - e as aparições da Santíssima Virgem confirmam-no bem - que se libertam do Inferno muitos demónios e Deus concede-lhes esse tempo de poder, porque será curto, para espalhar o erro e a confusão, preparando um ataque final à Igreja Católica. Na tribulação, como diz a Sagrada Escritura, "quem perseverar até ao fim, será salvo". Nas aparições de La Salette, a Virgem diz-nos isso. Veio o "Iluminismo", com as suas ideias humanistas, já iniciadas na época do Renascimento e depois, a Revolução Francesa - uma porta aberta para o relativismo entrar na sociedade - e logo a seguir A partir daí, a sociedade, na verdade, apenas e só iniciou o caminho para a perdição. A Igreja Católica entra no Jardim do Horto e inicia a sua agonia.

No entanto, a Mãe Santíssima de Cristo, assim como o acompanhou na Sua Via-Sacra, acompanha também a Santa Igreja, "Maria, Mater Ecclesiae", e as Suas aparições e avisos foram cada vez mais urgentes e graves. Em Lourdes, pede penitência e esmaga algum poder dos demónios infernais espalhados pelo mundo, ao confirmar a Sua Imaculada Conceição. Em Fátima, renova ainda mais os pedidos e apelos à oração, à conversão, à penitência. Sofre e chora com a dor dos seus filhos, a dor da Igreja como sofreu e chorou com as dores do Seu Filho. Mas está lá e acompanha-O até à cruz. Assim como acompanha a Igreja e assiste-a, como Mãe solícita, até ao fim.

Rebentam duas guerras mundiais num só século! Vem o flagelo do nazismo. Aparecem modas indecentes; invenções muito úteis, mas que muitos usam para fins diabólicos, - televisões, computadores, internet; De década para década, o mundo, aos olhos dos perversos, fica mais evoluído, mais humano, mais moderno. Aos olhos do seu Criador e de quem n'Ele confia, acredita e Lhe é fiel, o mundo fica mais decadente, mais imoral, mais à beira do abismo.

Apesar disso, a Igreja continua a repetir os seus ensinamentos, continua a sua missão. Tal como Cristo, a caminho do Calvário, carregando a cruz, não desiste da sua missão de salvar a humanidade. Cristo, no caminho para o Calvário, encontra intermináveis dificuldades, inúmeras injúrias, é flagelado, é coroado de espinhos que se enterram na Sua Santa cabeça, é escorraçado pela multidão, mas continua, fiel à vontade do Pai até ao fim, por Seu grande amor à humanidade. Assim a Igreja segue firme na sua missão, que é a missão de Cristo: fazer a vontade de Deus, dando-Lhe maior glória e salvando as almas. Segue firme, ouvindo as vozes que bradam contra si, ouvindo injúrias, sendo agredida por todas e mais algumas coisas. Mas segue firme. Jesus, na Sua Via-Sacra, cai por terra três vezes. A Igreja, na sua caminhada, no meio da tribulação, sofre com as quedas dos seus membros - e são tantos - que a abandonam, que não são zelosos por ela, que a traem.

Tantos e tantos Judas - também ele Apóstolo - que traem a Igreja! Tantos Pedros, que a negam. Mas para eles, se arrependidos, o Senhor terá um olhar bondoso de perdão, como teve para São Pedro, que chorou o seu pecado. Tantos discípulos que a abandonam! Firmes permanecem junto da Cruz, Maria Santíssima, São João e mais umas quantas mulheres. Junto da Igreja, poucos serão os que permanecerão fiéis até ao fim.

De facto, a Igreja segue os passos d'Aquele que é a Cabeça do Corpo Místico. Chegará a hora, e não está longe, que poucos restarão fiéis à Santa Igreja e, portanto, fiéis a Cristo. Como Ele, a Igreja logo estará como que morta, sepultada. Por pouquíssimo tempo, Satanás conseguirá calar a Igreja e tentar desviá-la - como tentou com Jesus - da sua missão santificante. Mas rápido todo esse cenário desaparece. E como Jesus ressuscitou glorioso do sepulcro, a Igreja renascerá, renascerá a Cristandade e então, será a vitória de Deus, será a vitória do Coração Imaculado de Maria! E será, ao mesmo tempo, a derrota dos desgraçados que se julgaram vencedores. Será a desgraça daqueles que não souberam dar ouvidos e não acreditaram nesta boa Mãe e Mestra. A vitória de Nosso Senhor será, para eles e para Satanás e os seus anjos, a derrota definitiva, a desgraça eterna, sendo laçados num lugar onde há fogo que nunca se apaga e ranger de dentes.

Na verdade, apesar do mal que fazem as almas, apesar do seu destino terrível, os hereges, católicos apóstatas - entre os quais quantos quantos membros do clero que há muito perderam a Fé - católicos mornos, politicamente correctos, preferindo servir o mundo e as modernices, tendo nos bens materiais e efémeros o seu "deus", acabam por facilitar muito mais as coisas. Além de fazerem com que se cumpram as profecias dos últimos tempos, ajudam a definir bem o campo em que batalhar: Por Deus e pela Sua Igreja, ou pelo Demónio e pelo mundo. Só facilitam o trabalho de separação do trigo e do joio, pois só nas tribulações se vê quem é fiel ao Deus Altíssimo, sendo fiel à Sua Santa Igreja, e quem prefira negar a sua Fé, negar o Bom Deus e entrar no caminho da predição.

Apesar da gravidade do pecado que cometem os desgraçados que blasfemam contra à Igreja, levam-me cada vez mais a perceber que estou lutando - ou faço por isso - do lado certo. Lutar contra o mundo, contra os ventos satânicos que inspiram as mais perversas ideias (que se reflectem nas pérfidas leis ilegítimas - como o aborto, emparelhamento gay, eutanásia, "igualdade" entre religiões, etc...).

Lutando por Deus, como os antigos Cruzados.



Por Deus, princípio e fim de todas as coisas, para Sua maior glória, pela exaltação da Santa Igreja e pela salvação das almas.

Sob o olhar materno de Maria Santíssima, Auxílio dos Cristãos, nos acolhemos! Ámen.

segunda-feira, 22 de março de 2010

Agressões contra a Igreja Una, Santa, Católica e Apostólica

"Porque virão tempos em que os homens já não suportarão a sã doutrina da salvação." (2 Tm 4, 1-3).


Um texto que subscrevo integralmente:


Por Marcello Pera,

Filósofo, agnóstico e senador.

Publicado no Corriere della Sera 17.III.10

"A questão dos sacerdotes pedófilos ou homossexuais, que rebentou recentemente na Alemanha, tem como alvo o Papa. E, dadas as enormidades temerárias da imprensa, cometeria um grave erro quem pensasse que o golpe não acertou no alvo – e um erro ainda mais grave quem pensasse que a questão morreria depressa, como morreram tantas questões parecidas. Não é isso que se passa. Está em curso uma guerra.


Não propriamente contra a pessoa do Papa porque, neste terreno, tal guerra é impossível: Bento XVI tornou-se inexpugnável pela sua imagem, pela sua serenidade, pela sua limpidez, firmeza e doutrina; só aquele sorriso manso basta para desbaratar um exército de adversários. Não, a guerra é entre o laicismo e o cristianismo.


Os laicistas sabem perfeitamente que, se aquela batina branca fosse tocada, sequer, por uma pontinha de lama, toda a Igreja ficaria suja, e se a Igreja ficasse suja, suja ficaria igualmente a religião cristã. Foi por isso que os laicistas acompanharam esta campanha com palavras de ordem do tipo: «Quem voltará a mandar os filhos à igreja?», ou «Quem voltará a meter os filhos numa escola católica?», ou ainda: «Quem internará os filhos num hospital ou numa clínica católica?» Há uns dias, uma laicista deixou escapar uma observação reveladora: «A relevância das revelações dos abusos sexuais de crianças por parte de sacerdotes mina a própria legitimação da Igreja Católica como garante da educação dos mais novos.»


Pouco importa que semelhante sentença seja desprovida de qualquer base de prova, porque a mesma aparece cuidadosamente latente: «A relevância das revelações»; quantos são os sacerdotes pedófilos? 1%? 10%? Todos? Pouco importa também que a sentença seja completamente ilógica; bastaria substituir «sacerdotes» por «professores», ou por «políticos», ou por «jornalistas» para se «minar a legitimação» da escola pública, do parlamento, ou da imprensa. Aquilo que importa é a insinuação, mesmo que feita à custa de um argumento grosseiro: os sacerdotes são pedófilos, portanto a Igreja não tem autoridade moral, portanto a educação católica é perigosa, portanto o cristianismo é um engano e um perigo. Esta guerra do laicismo contra o cristianismo é uma guerra campal; é preciso recuar ao nazismo e ao comunismo para se encontrar outra igual. Mudam os meios, mas o fim é o mesmo: hoje, como ontem, aquilo que se pretende é a destruição da religião. Ora, a Europa pagou esta fúria destrutiva ao preço da própria liberdade.


É incrível que sobretudo a Alemanha, que bate continuamente no peito pela memória desse preço que infligiu a toda a Europa, se esqueça dele, hoje que é democrática, recusando-se a compreender que, destruído o cristianismo, é a própria democracia que se perde. No passado, a destruição da religião comportou a destruição da razão; hoje, não conduz ao triunfo da razão laica, mas a uma segunda barbárie.


No plano ético, é a barbárie de quem mata um feto por ser prejudicial à «saúde psíquica» da mãe. De quem diz que um embrião é uma «bola de células», boa para fazer experiências. De quem mata um velho porque este já não tem família que cuide dele. De quem apressa o fim de um filho, porque este deixou de estar consciente e tem uma doença incurável. De quem pensa que progenitor «A» e progenitor «B» é o mesmo que «pai» e «mãe». De quem julga que a fé é como o cóccix, um órgão que deixou de participar na evolução, porque o homem deixou de precisar de cauda. E por aí fora. Ou então, e considerando agora o lado político da guerra do laicismo contra o cristianismo, a barbárie será a destruição da Europa. Porque, eliminado o cristianismo, restará o multiculturalismo, de acordo com o qual todos os grupos têm direito à sua cultura. O relativismo, que pensa que todas as culturas são igualmente boas. O pacifismo, que nega a existência do mal.


Mas esta guerra contra o cristianismo seria menos perigosa se os cristãos a compreendessem; pelo contrário, muitos deles não percebem o que se está a passar. São os teólogos que se sentem frustrados com a supremacia intelectual de Bento XVI. Os bispos indecisos, que consideram que o compromisso com a modernidade é a melhor maneira de actualizar a mensagem cristã.


Os cardeais em crise de fé, que começam a insinuar que o celibato dos sacerdotes não é um dogma, e que talvez fosse melhor repensar essa questão. Os intelectuais católicos que acham que a Igreja tem um problema com o feminismo e que o cristianismo tem um diferendo por resolver com a sexualidade. As conferências episcopais que se enganam na ordem do dia e, enquanto auguram uma política de fronteiras abertas a todos, não têm a coragem de denunciar as agressões de que os cristãos são alvo, bem como a humilhação que são obrigados a suportar por serem colocados, todos sem descriminação, no banco dos réus. Ou ainda os chanceleres vindos do Leste, que exibem um ministro dos negócios estrangeiros homossexual, ao mesmo tempo que atacam o Papa com argumentos éticos; e os nascidos no Ocidente, que acham que este deve ser laico, que o mesmo é dizer anti-cristão. A guerra dos laicistas vai continuar, quanto mais não seja porque um Papa como Bento XVI sorri, mas não recua um milímetro.


Mas aqueles que compreendem esta intransigência papal têm de agarrar na situação com as duas mãos, não ficando de braços cruzados à espera do próximo golpe. Quem se limita a solidarizar-se com ele, ou entrou no horto das oliveiras de noite e às escondidas, ou então não percebeu o que está ali a fazer."

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Das emboscadas do Demónio,

R. Livrai-nos Senhor.

Dignai-vos conceder à Vossa Igreja a segurança e a liberdade para Vos servir.
R. Nós Vos suplicamos, ouvi-nos Senhor.

Dignai-vos humilhar os inimigos da Santa Igreja.
R. Nós Vos suplicamos, escutai-nos Senhor.

quinta-feira, 18 de março de 2010

São José, Esposo Castíssimo da Virgem Maria

«José, filho de David,
não temas receber Maria, tua esposa,
pois o que nela se gerou é fruto do Espírito Santo.
Ela dará à luz um filho
e tu pôr-Lhe-ás o nome de Jesus,
porque Ele salvará o povo dos seus pecados».
Mt 1, 16-18

File:Locatelli-Sao-Jose-53.JPG

Varão perfeito, escolhido
Para esposo virginal
De Maria concebida
Sem pecado original.

Mereceste ter nos braços
Quem criou a terra e os céus;
Chamavas filho a quem era
O próprio Filho de Deus.


Aquele que dá alimento
Às avezinhas do céu
Por ti foi alimentado,
Do teu trabalho viveu.


Patrono da Santa Igreja,
Protege-a contra os perigos,
Como outrora defendeste
Jesus de seus inimigos.

A nós, a quem o pecado
Oculta a luz da verdade,
Ensina o caminho certo
Que nos leva à santidade.

E humildes, castos e fortes,
Como tu, servindo a Deus,
Cheguemos no fim da vida
À glória eterna dos Céus.

quarta-feira, 17 de março de 2010

Pai de Misericórdia

"Quem de vós, que possua cem ovelhas e tenha perdido uma delas, não deixa as outras noventa e nove no deserto, para ir à procura da que anda perdida, até a encontrar? Quando a encontra, põe-na alegremente aos ombros e, ao chegar a casa, chama os amigos e vizinhos e diz-lhes: ‘Alegrai-vos comigo, porque encontrei a minha ovelha perdida’.

Eu vos digo: Assim haverá mais alegria no Céu por um só pecador que se arrependa, do que por noventa e nove justos, que não precisam de arrependimento. Ou então, qual é a mulher que, possuindo dez dracmas e tendo perdido uma, não acende uma lâmpada, varre a casa e procura cuidadosamente a moeda até a encontrar? Quando a encontra, chama as amigas e vizinhas e diz-lhes: ‘Alegrai-vos comigo, porque encontrei a dracma perdida’. Eu vos digo: Assim haverá alegria entre os Anjos de Deus por um só pecador que se arrependa".

Evangelho São Lucas 15, 1-32




Hoje estou em estado de graça. Pelo Sacramento da Penitência, o pecado ficou para trás e começo, mais uma vez, uma vida nova, com o firme propósito de não voltar a pecar e de ofender a Deus, horrivelmente ultrajado por tantos pecados dos homens!

Para isso me ajudem a Santíssima Virgem Maria, Mãe de Misericórdia, o Arcanjo São Miguel, São José, esposo puríssimo de Maria sempre Virgem, os beatos Francisco e Jacinta, Santo André, São Pedro e São Paulo.

Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!
Para sempre seja louvado, no Céu e na Terra, com Sua Mãe, Maria Santíssima!



Salmo 29

Eu Vos glorifico, Senhor, porque me salvastes
e não deixastes que de mim se regozijassem os inimigos.
Senhor, meu Deus, por Vós chamei
e Vós me curastes, Senhor.
Tirastes a minha alma da mansão dos mortos,
vivificastes-me para não descer ao túmulo.

Cantai salmos ao Senhor, vós os Seus fiéis,
e dai graças ao Seu nome santo.
A Sua ira dura apenas um momento
e a Sua benevolência a vida inteira.
Ao cair da noite vêm as lágrimas
e ao amanhecer volta a alegria.

Seguro de mim, eu dizia:
"Jamais serei abalado".
Senhor, por Vossa bondade,
Vós me destes a honra e o poder.
Mas, se escondeis a Vossa face,
logo me sinto perturbado.

Por Vós, Senhor, eu clamo
e imploro a misericórdia do meu Deus.
Que proveito tirais da minha morte,
da minha descida à sepultura?
Acaso é o pó que Vos há-de louvar
e anunciar a Vossa fidelidade?

Ouvi Senhor, e tende compaixão de mim.
Senhor, sede Vós o meu auxílio.
Vós convertestes em júbilo o meu pranto,
tirastes-me do luto e revestistes-me de alegria.
Por isso a minha alma Vos cantará sem cessar:
Senhor, meu Deus, eu Vos louvarei eternamente.

Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo.
Como era no princípio, agora e sempre,
pelos séculos dos séculos. Ámen.

sábado, 13 de março de 2010

O Rei Herodes espanhol e a matança dos inocentes

“A excomunhão afecta a todos os que cometem este delito [aborto] conhecendo a pena, incluindo também aqueles cúmplices sem cuja cooperação o delito não se teria realizado”.
Papa João Paulo II, na Carta Encíclica “Evangelium Vitae”.
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“Quem usa os poderes de que dispõe em condições que arrastem a fazer o mal torna-se culpável de escândalo e responsável pelo mal que, directa ou indirectamente, haja favorecido. ‘É impossível que não venham escândalos; no entanto, ai daqueles por quem eles vierem!’ (Lc 17, 1)
Catecismo da Igreja Católica, parágrafo 2287

Excomungado

"Que pensar da nobreza hoje, que dizer do rei da Espanha? Se, por um lado, a atitude que tiveram há uns vinte anos o rei da Bélgica e mais recentemente o grão-duque do Luxemburgo recusando-se a sancionar a lei do aborto nos encheu de alegria e nos edificou ao ver que em nossos dias ainda há alguns príncipes católicos que honram suas tradições e fazem jus à fidelidade de seus súbditos católicos, por outro lado, o rei Juan Carlos se despojou de toda sua nobreza, envileceu-se, tornou-se um rei desprezível como Herodes. Por medo de perder um trono já combalido pelo republicanismo do nosso triste tempo, desonrou a memória do seu avô o rei Afonso XIII, que consagrou a Espanha ao Sagrado Coração de Jesus e não se submeteu à intimidação da maçonaria para filiar-se à seita secreta. Juan Carlos de Bourbon é antípoda da nobreza cristã: covarde, sanguinário, oportunista, pérfido. Que os espanhóis providenciem outra dinastia!"

Padre João Batista de Almeida P. Ferraz Costa, em “A nobreza, a revolução e o rei da Espanha”, disponível no site da Associação Civil Santa Maria das Vitórias:

sexta-feira, 12 de março de 2010

Livrai-nos do Mal!

“Como caíste do céu, ó estrela da manhã, filha da alva! Como foste lançado por terra, tu que debilitavas as nações! E tu dizias no teu coração: 'Eu subirei ao céu, e, acima das estrelas de Deus, exaltarei o meu trono, e, no monte da congregação, me assentarei, da banda dos lados do Norte. Subirei acima das mais altas nuvens e serei semelhante ao Altíssimo'. E, contudo, levado serás ao inferno, ao mais profundo do abismo.

Isaías 14:12-15

“Tu eras querubim ungido para proteger, e te estabeleci; no monte santo de Deus estavas, no meio das pedras afogueadas andavas. Perfeito eras nos teus caminhos, desde o dia em que foste criado, até que se achou iniquidade em ti. Na multiplicação do teu comércio, se encheu o teu interior de violência, e pecaste; pelo que te lançarei, profanado, fora do monte de Deus e te farei perecer, ó querubim protector, entre pedras afogueadas. Elevou-se o teu coração por causa da tua formosura, corrompeste a tua sabedoria por causa do teu resplendor; por terra te lancei, diante dos reis te pus, para que olhem para ti.

Ezequiel 28:13-19

AS TRÊS MAIORES MENTIRAS DO MUNDO

O diabo é o criador das três maiores mentiras do mundo. Ele é o pai da mentira (Jo 8,44). Ele é o mestre na arte do engano (Gn 3,13; Ap 20,10).
A missão do diabo é matar, roubar e destruir (Jo 10,10; 1 Pd 5,7.8).
“É mais fácil as grandes massas do povo se tornarem vítimas de uma grande mentira do que de uma mentira pequena” disse o ditador alemão nazista Adolf Hitler (1889-1945).
O político e revolucionário comunista russo Vladimir Lenin (1870-1924), afirmou: “Uma mentira repetida com suficiente frequência torna-se verdade”.
O diabo é o autor de todo engodo, fábulas, superstições, crendices e heresias. Ele é o mentor das grandes ideologias e pensamentos filosóficos contrários às doutrinas cristãs.
Graças a Deus, que somos bem informados dessas falácias diabólicas.
Escreve São Pedro Apóstolo: “Com efeito, não foi seguindo fábulas subtis, mas por termos sido testemunhas oculares da sua majestade, que vos demos a conhecer o poder e a vinda de Nosso Senhor Jesus Cristo” (1 Pd 1,16). Também nos ensina São Paulo Apóstolo: “Tomai cuidado para que ninguém vos escravize por vãs e enganosas especulações da “filosofia”, segundo a tradição dos homens, segundo os elementos do mundo, e não segundo Cristo” (Cl 2,8).
A grande mística e Doutora da Igreja Santa Teresa d’Ávila dizia: “Terríveis são os ardis e manhas do demónio, para que as almas não se conheçam, não progridam, nem entendam o caminho a seguir”.
Realmente, toda obra do diabo é para desviar o ser humano do seu conhecimento como imagem e semelhança de Deus e do caminho da verdade que é Cristo, Senhor nosso.

Vejamos as mentiras:

1º Deus não existe. “Diz o insensato em seu coração: ‘Deus não existe!’ As suas acções são corrompidas e abomináveis: não há um que faça o bem” (Sl 14,11).
O ateísta, materialista e marxista alemão Ludwig Feuerback (1804-1872), disse: “Não foi Deus que criou o homem; ao contrário, foi o homem que criou Deus”.
O naturalista inglês Charles Darwin (1809-1882), autor da teoria da evolução, disse que tudo que existe é obra de um processo evolutivo.
Falando sobre cientistas que acreditam que o Universo e a vida nele resultam dum design inteligente, uma resenha no mais importante jornal do mundo o The New York Time comentou: “Eles têm doutorado e ocupam cargos importantes em algumas das universidades de maior prestígio. Os eus argumentos contra o darwinismo não se baseiam na autoridade das Escrituras Sagradas; antes, baseiam-se em argumentos científicos”.
Vários cientistas concluíram que as evidências a favor da evolução são demasiadamente fracas e contraditórias. O engenheiro aeroespacial Luther D. Sutherland escreveu em seu livro Darwin’s Enigma (O Enigma de Darwin): “A evidência cientifica indica que sempre que qualquer espécie básica de vida surgia na Terra; desde protozoários monocelulares até o homem, cada forma de vida era completa, e seus órgãos e estruturas, inteiramente funcionais. A conclusão inevitável a ser tirada desse facto é que havia algum tipo de inteligência antes de surgir à vida na terra”.

Depois de uma longa vida de pesquisas e trabalhos científicos bem-sucedidos, o astrónomo Allan Sandage declarou: “Foi o estudo da ciência que me fez chegar à conclusão de que o mundo é muito mais complexo do que a própria ciência pode explicar. É somente por meio do sobrenatural que consigo entender o mistério de tudo que existe”.
O biólogo americano Francis Collins é um dos cientistas mais notáveis da actualidade. Director do Projecto Genoma, foi um dos responsáveis por um feito espetacular da ciência moderna: o mapeamento do DNA humano, em 2001. Autor do livro de grande sucesso internacional “A Linguagem de Deus”. Nas 300 páginas da obra, o renomado cientista conta como deixou de ser ateu para se tornar um fervoroso cristão.
Afirma Collins: “As sociedades precisam da ciência como da religião. Elas não são incompatíveis, mas complementares”. Afirma mais: “O ateísmo é a mais irracional das escolhas”.

2º O diabo não existe. Dentro dessa mentira, contém a negação do pecado, do inferno e da condenação.
O poeta francês e autor da obra: As flores do Mal, Charles Pirre Baldelaire escreveu: “A maior astúcia do diabo é convencer-nos de que ele não existe”.
Afirmação semelhante é do erudito cardeal e arcebispo de Milão Dom Dionigi Tettamanzi: “Não te esqueças de que o diabo existe, ‘porque sua primeira postura’ é fazer-nos crer que ele não existe”.
O filósofo existencialista francês Jean Paul Sartre (1905-1980) disse: “Tudo é absurdo, nada tem sentido. O inferno, são os outros”.
O diabo tem incutido na mente do homem pensamentos de descrenças de si mesmo e do transcendental. O sentido da vida e do espiritual é um trabalho que o homem se completa na sua dimensão holística, porém mentes inspiradas pelo diabo, trabalham fortemente contra o abissal do espírito.
Mentes racionalistas e materialistas penetram até na teologia para minar a fé dos cristãos.
O diabo é tão astuto que não basta só usar as correntes filosóficas, mas também as teológicas para negar, ou matar a sua existência, como à de Deus.
O teólogo protestante americano William Hamilton afirma, enfaticamente: “Deus está ausente. O homem perdeu-o irreparavelmente, ou melhor, Deus está realmente morto”.
No seu livro Holy Hatred: Religious Conflicts of the 90’s (Santo Ódio: Conflitos Religiosos dos Anos 90), o autor James A. Haught faz a seguinte observação chocante: “Uma grande ironia dos anos 90 é que a religião – que deveria ser uma fonte de bondade e preocupação humanitária – tomou a dianteira como o principal fator que contribui para o ódio, a guerra e o terrorismo”.

Não, Deus não está morto e o diabo está muito vivo e actuante no mundo (Jó 2,1-10; Jo 12,31; 2 Cor 4,4; 1 Jo 5,19) usando teólogos, lideres em todo seguimento social, intelectuais e a religião para lutarem contra Deus, a sua Igreja, a Bíblia e a destruição do ser humano.
O diabo sabe da sua condenação para o inferno junto com seus anjos, todavia, a sua revolta contra Deus é vingativa em cima de toda obra criada por Deus (Mt 25,41; Ap 20,10).
A sua missão é enganar o mundo inteiro e levar o ser humano à perdição (Mt 4,8.9; Ap 12,9).
Como posso ter Deus ao meu lado para ficar livre das armadilhas do diabo? Quem responde é o grande teólogo e Doutor da Igreja Santo Agostinho: “É muito simples: põe-te do lado de Deus”. Diz mais: “Deus é mais profundo no homem do que o mais íntimo do próprio homem”.

3º Tudo é matéria.
Tudo acaba com a morte. Nada existe além túmulo.
O famoso poeta latino e pensador epicurismo Horácio (65-8 a.C.) dizia: “Coronemus nos rosis donec marcescant: coroemo-nos de rosas enquanto não murcham”.
O poeta que dizer que o mais importante da vida é gozar o prazer sem se preocupar com a morte.
Os antigos filósofos gregos Sócrates e Platão afirmavam que deve haver algo inerentemente imortal dentro do ser humano – uma alma que sobrevive à morte e nunca morre realmente.
Em Eclesiastes 12,7 está escrito: “E o pó volte a terra, como era, e o espírito volte a Deus, que o deu”.
É desde o princípio que a ideologia diabólica trabalha contra a verdade divina (Jo 8,44). De um lado filósofos materialistas, do outro lado, filósofos transcendentais e no centro a verdade da Revelação Divina.
O que é o materialismo? É um falso sistema filosófico que considera a matéria como a única realidade e todos os acontecimentos no mundo como o resultado da matéria em evolução. Nega tudo que não for matéria, portanto a alma e Deus. A inteligência humana seria segundo este sistema a acção da matéria organizada.
O materialismo dialético, histórico e económico teve seus expoentes máximos em dois filósofos alemães: Karl Marx (1818-1883) e Friedrich Engels (1820-1895). São os pais do comunismo.
O materialismo teórico aplicado à vida prática colocou grande número de países asiáticos e europeus sob a tirania de governos que negam a Deus, a alma, os valores espirituais e se esforçam por arrancá-los da consciência humana destruindo assim a fonte de luz que pode explicar o mistério do universo e o destino do homem.
A prática materialista é diametralmente contrária aos ensinamentos de Nosso Senhor Jesus Cristo.

“Que proveito tem o homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma?” (Mc 8,36).
“E direi à minha alma: Minha alma, tem uma quantidade de bens em reserva para muito anos; repousa, come, bebe, regala-te. Mas Deus lhe diz: “Insensato, nesta mesma noite ser-te-á reclamada a alma. E as coisas que acumulaste, de quem serão? Assim acontece aquele que ajunta tesouros para si mesmo, e não é rico para Deus”(Lc 12,19-21).
Afirma o cientista Francis Collins: “A busca por Deus sempre esteve presente na história e foi necessária para o progresso. Civilizações que tentaram suprimir a fé e justificar a vida exclusivamente por meio da ciência como, recentemente, a União Soviética de Staline e a China de Mao - falharam”.



MENTIRAS DERROTADAS

Através da história, o ser humano tem sofrido dor, revolta e angústia, resultantes da guerra, crueldade, crime, ódio, injustiça, traição, pobreza, doença e perda do ente querido. Só no século XX, as guerras mataram mais de cem milhões de pessoas. Outras centenas de milhões sofreram ferimentos ou perderam seu lares e seus bens.

Nos seus piores momentos, esse foi o século de Satanás. Em nenhuma época anterior as pessoas demonstraram tanta aptidão e vontade de matar milhões de outros por motivos de raça, religião ou classe social.
O 50º aniversário da libertação de vítimas inocentes dos campos de extermínio nazi foi o motivo do comentário acima num editorial no jornal The New York Times, de 26 de Janeiro de 1995. O Holocausto – um dos genocídios mais amplamente conhecidos da História – eliminou mais de seis milhões de judeus. Quase três milhões de poloneses que não eram judeus pereceram no que é chamado de “Holocausto Esquecido”.
O sargento Laurem Nash, da III Divisão do Exército americano, disse o seguinte no dia da libertação do campo de concentração de Buchenwald: “Parecia um abatedouro de animais, não fossem todos humanos ali dentro”.
O filósofo alemão Fridrich Nietzsche (1844-1900). Depois de haver proclamado a morte de Deus no século XIX, profetizou que o século XX seria um século de guerras.
“A guerra é uma das constantes da História”, escreveram os renomados historiadores americanos Will e Ariel Durant, “e não tem diminuído, apesar da civilização e da democracia”.
Algumas pessoas ficam tristes e revoltadas e acham que, se existe Deus, ele não se importa conosco. Ou até mesmo acham que Deus não existe. Mas é justamente isso que o diabo quer.
Ele está por detrás de toda monstruosidade, atrocidade, desgraças, misérias, violências e desesperança. Escreve São Paulo Apóstolo: “Não deis lugar ao diabo” (Ef 4,27). Ora, o homem dando espaço na sua vida ao diabo, torna-se uma máquina destruidora para si e para sociedade.
Disse Jesus: “O diabo foi homicida desde o princípio e não permaneceu na verdade” (Jo 8,44). Aqui está todo fundamento da sua missão e sua pretensão é fazer de todos os seus discípulos via as três mentiras. Estas são as mais poderosas ferramentas ideológicas do diabo para destruir a fé, o amor e a verdade divina nos corações das pessoas.
Inspirados pelo diabo, o relativismo, o racionalismo, o materialismo e o ateísmo ensinam que Deus é uma criação da imaginação humana e o diabo é uma criação mitológica da religião que serve para amedrontar e alienar as pessoas.
Todo esse esquema ideológico satânico não convence bilhões e bilhões de seres humanos, por que?
Quem responde com categoria é o ilustre teólogo beneditino Dom Estêvão Bettencourt: “O ser humano foi feito para a verdade. Traz em si a sede natural da verdade. Ora a natureza, sábia como é, não pode frustrar o homem. Não raro a pessoa humana pode errar, mas reconhecendo seus erros, vai-se aproximando da verdade, que lhe é dado atingir nos pontos essenciais à orientação de sua vida”.
Realmente, o homem tem dentro de si uma sede, que só o faz feliz e realizado, quando esta está conectada em Deus seu Criador. Oh! Como é maravilhoso sentir, amar e viver no coração do bom Deus.

CONCLUSÃO

Não podemos e não devemos temer o sistema ideológico do império do diabo.
O príncipe das trevas (Jo 12,31; Cl 1,13) não vence jamais os filhos da luz (Ef 5,8 e 13; Tg 1,17.18).
Os demónios estremecem diante de Deus (Tg 2,19). E o bispo e Doutor da Igreja Santo Ambrósio de Milão dizia: “Quem se entrega a Deus não teme ao demónio”.
Com Cristo e seu poder podemos resistir e vencer as insídias do diabo. Pois o nosso combate não é contra o sangue nem contra a carne, mas contra os Principados, contra as Autoridades, contra os Dominadores deste mundo de trevas, contra os Espíritos do Mal, que povoam as regiões celestiais. Por isso devemos vestir a armadura de Deus, para podermos resistir no dia mau e sairmos firmes de todo o combate (Ef 6,10-17).
A armadura de Deus é: os Sacramentos (especialmente a Confissão e a Santíssima Eucaristia), a oração (de um modo especial o Terço do Rosário), o jejum, retiros espirituais, estudo da Palavra de Deus, estudo do Catecismo e/ou estudos teológicos dos Santos Padres e Doutores da Igreja.
Para reforçar mais a nossa armadura, à poderosa oração do Patriarca São Bento:

"A Cruz Sagrada seja a minha luz!
Não seja o dragão o meu guia,
Retira-te Satanás,
Nunca me aconselhes coisas vãs,
É mal que tu ofereces
Bebe tu mesmo o teu veneno
Amén."

(Pe. Inácio Jose do Vale, Pároco da Paróquia São Paulo Apóstolo e Professor de História da Igreja)
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Satanás era um querubim, Lúcifer, que tinha sido criado por Deus (querubim é o anjo mais importante hierarquicamente). Ele era muito formoso, e também era dono de grande sabedoria. Deus havia-lhe dado grande poder e domínio sobre as nações. Porém, Lúcifer, com tanta formosura, sabedoria e poder, encheu-se de soberba (orgulhou-se demais) e quis colocar-se no lugar d’Aquele que o havia criado e por este motivo foi ele expulso do Céu. Satanás foi expulso do céu com mais de 1/3 dos anjos que o seguiram. Foi lançado na terra, onde hoje é o lugar de seu domínio.

Os atributos de Satanás:

1. Mentiroso: o pai, o criador, da mentira (Jo 8:44 e Gn 3:1-7);

2. Destruidor: o seu interior é cheio de violência (Is 14:20, Ez 28:16);

3. Poderoso: dono de grande poder (Is 14:1, 2);

4. Encarcerador: aprisiona, programa-nos, manipula-nos, coloca uma rotina, não nos permite pensar (Is 14:17 e II Tm 2:26);

5. Homicida: tem prazer na morte (Jo 8:44 e Hb 2:14);

6. Opressor: como é encarcerador, assim também oprime a quem pode (cf. At 10:38);

7. Pecador: pecou e foi causador dos males (I Jo 3:8 e Ez 28:16);

8. Injusto: comete injustiças (cf. I Jo 3:10);

9. Acusador: acusa-nos perante Deus (Ap 12:10 e Jó 1:6-11);

10. Sedutor: usa da sedução para nos afastar de Deus (Ap 20:10);

11. Sagaz: inteligente e astuto (Gn 3:1 e Ez 28:12)

O que O Catecismo da Igreja nos ensina sobre o Demónio:

§414- Satanás ou o Diabo, bem como os demais demónios, são anjos decaídos por terem se recusado livremente a servir a Deus a seu desígnio. A sua opção contra Deus é definitiva. Eles tentam associar o homem à sua revolta contra Deus.

§391 – Por trás da opção de desobediência de nossos primeiros pais há uma voz sedutora que se opõe a Deus (Gen 3,1-5) e que, por inveja, os faz cair na morte (Sab 2,24). A Escritura e a Tradição da Igreja vêem neste ser um anjo destronado, chamado Satanás ou Diabo (Jo 8,44; Ap 12,9). A Igreja ensina que ele tinha sido anteriormente um anjo bom, criado por Deus. – “Com efeito, o Diabo e outros demônios foram por Deus criados bons em (sua) natureza, mas se tornaram maus por sua própria iniciativa.” (IV Conc. Latrão, 1215)§392 – A Escritura fala de um pecado desses anjos (2Pe 2,4). Esta “queda” consiste na opção livre desses espíritos criados, que rejeitaram radical e irrevogavelmente a Deus e seu Reino. Temos um reflexo desta rebelião nas palavras do Tentador ditas a nossos primeiros pais: “E vós sereis como deuses” (Gn 3,5). O Diabo é pecador “desde o princípio” (1Jo 3,8), “pai da mentira” (Jo 8,44).

§393 – É o carácter irrevogável de sua opção, e não uma deficiência da infinita misericórdia divina, que faz com que o pecado dos anjos não possa ser perdoado. “Não existe arrependimento para eles depois da queda, como não existe para os homens após a morte.” (S. João Damasceno; De fide orthodoxa. 2,4).

§394 – A Escritura atesta a influência nefasta daquele que Jesus chama de “o homicida desde o princípio” (Jo 8,44) e que até chegou a tentar desviar Jesus da missão recebida do Pai (Mt 4, 1-11). “Para isto é que o Filho de Deus se manifestou: para destruir as obras do Diabo” (1Jo 3,9). A mais grave dessas obras, devido às suas consequências, foi a sedução mentirosa que introduziu o homem a desobedecer a Deus.

§395 – Contudo, o poder de Satanás não é infinito. Ele não passa de uma criatura, poderosa pelo fato de ser puro espírito, mas sempre uma criatura: não é capaz de impedir a edificação do Reino de Deus. Embora Satanás actue no mundo por ódio contra Deus e seu Reino
em Jesus Cristo, e embora a sua acção cause graves danos – de natureza espiritual e, indiretamente, até de natureza física – para cada homem e para a sociedade, esta acção é permitida pela Divina Providência, que com vigor e doçura dirige a história do homem e do mundo. A permissão divina da actividade diabólica é um grande mistério, mas “nós sabemos que Deus coopera em tudo para o bem daqueles que o amam”.

Fonte: http://www.fimdostempos.net/maiores-mentiras-mundo.html

http://www.wodwig.co.cc/filhotesdecristo/Estudos/satanso.htm

“São Miguel Arcanjo, defendei-nos no combate, sede o nosso refúgio contra as maldades e ciladas do Demónio.

Ordene-lhe Deus, instantemente o pedimos, e vós, Príncipe da milícia celeste, pela virtude divina, precipitai no Inferno a Satanás e aos outros espíritos malignos, que andam pelo mundo para perder as almas. Amén”