segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Catolicismo x Socialismo

"As coisas que procedem de Deus estão ordenadas."
(Rom 13, 1)

Vencedor das Eleições Legislativas, vamos ter de gramar este Governo socialista por mais algum - espero que não muito - tempo.

Um governo que achou que o infanticídio intra-uterino deveria ir a referendo, tendo a "sagrada" maioria do povo "soberano" - que é "quem mais ordena" - decidido que matar crianças não deveria ser considerado crime, desde que tenham idade de menos de 10 semanas.

Um governo depravado que, na sua insanidade e imoralidade "para bem das nossas crianças", decidiu que a escola deve (des)educá-las no que respeita à sexualidade.

Um governo imperador da cultura da morte, que irá sugerir, futuramente, que se matem - legalmente - pessoas incapacitadas, em fase terminal ou velhinhos, alegando o falso "direito a morrer".

Um governo gayzista, que procurará incutir na sociedade a "normalidade" de haver "casais" formados por pessoas do mesmo sexo, chamando a essas células tumorais da sociedade de "família". Falsamente em nome do "combate à homofobia". Quererá apresentar como "normal" haver crianças - se as deixarem nascer - ter dois pais ou duas mães. Ou três...ou quatro...

Houve uma oportunidade de mudança. O "povo soberano", apesar das críticas, dos protestos e de tudo o mais, parece estar a gostar de levar no lombo. Muitos estão-se nas tintas para o país, que nem se dignaram a ir votar. A esses, o meu desprezo. Outros decidiram manter tudo na mesma e levar Portugal, outrora a "Nação Fidelíssima", para o abismo.

Os que agora ganharam defendem as coisas mais sórdidas e querem implantá-las na sociedade.

Mas serão os mesmos, os que formarão este governo maçónico, que estarão na primeira fila quando o Santo Padre pisar a nossa terra.

Hipócritas. Sem vergonha.

Ah! mas Bento XVI não está, como se diz por aí, isolado no Vaticano, num mundinho à parte. Sabe muito bem na desgraça em que estamos.

Nesta noite após as Eleições Legislativas de 2009, decidi escrever sobre a inpossibilidade de se ser socialista e católico ao mesmo tempo.

Jesus manda que amemos com desigualdade. Primeiro a Deus acima de todas as coisas. Depois aos outros. E amar os outros com desigualdade, equanto o socialismo quer a igualdade. Amar o próximo, logo após de amar a Deus acima de tudo. E próximos de nós, são, em primeiro lugar, pai e mãe, esposa, irmãos e filhos. A seguir são nossos próximos, os amigos, os conhecidos, os vizinhos, os compatriotas, e finalmente todos os homens.

Pio XI ensinou que ninguém pode ser católico e socialista, ao mesmo tempo, e que catolicismo e socialismo são termos contraditórios (Encíclica Quadragésimo Anno). O ponto de fundamental oposição entre socialismo e Cristianismo é o problema da igualdade. Para o socialismo a igualdade entre os homens é um bem em si. Para o Cristianismo, a desigualdade entre os homens, e em tudo, é um bem em si mesmo.

São Tomás ensina que: Todo ser inteligente age conscientemente em ordem. Deus é infinitamente inteligente. Logo, Deus faz tudo em imensa ordem. Coisas iguais não podem ser postas em ordem entre si.

Ora, Deus fez tudo em ordem. Logo, Deus fez tudo com desigualdade. O grau de ordem reflecte, como em imagem, o grau da inteligência ordenadora. Deus fez o universo em ordem. Logo, a ordem do universo é uma imagem da Sabedoria de Deus. Logo, amar a desigualdade é amar a ordem. Amar a ordem é amar a imagem da Sabedoria de Deus. Amar a imagem da Sabedoria de Deus é amar a Deus, pois quem detesta a fotografia de alguém, não detesta o papel da foto: detesta a pessoa fotografada.

Portanto, o socialismo, querendo a igualdade, detesta a ordem. Detestar a ordem é detestar a imagem da Sabedoria de Deus. Detestar a Imagem da Sabedoria de Deus é detestar o próprio Deus. Amar a igualdade é odiar a Deus.

Portanto, ser socialista implica odiar a Deus. Ora, o Cristianismo manda amar a Deus sobre todas as coisas. Logo, Cristianismo e socialismo são contraditórios. Ninguém pode ser católico e socialista, ao mesmo tempo.

Falsamente, se costuma dizer que Cristo pregou a igualdade.

Já vimos que Ele mandou amar mais ao próximo. Ele, sendo Deus, infinitamente bom e infinitamente justo, jamais tratou os homens com igualdade, pois disse que o Reino dos Céus é semelhante a um rei que deu cinco talentos para um servo, dois talentos, para outro; e um talento, para um terceiro. E depois veio ainda cobrar os juros. Logo, é mentira que Cristo pregou a igualdade, pois disse que "A quem muito foi dado, muito será pedido".

O mal mais profundo da sociedade moderna é o humanismo sentimentalóide. O mal é a "civilização" chamada moderna, que antes deveria ser chamada de barbarização moderna, da qual o capitalismo é um dos efeitos.

Está no Evangelho o aviso de Nosso Senhor Jesus Cristo aos cristãos dos últimos tempos, e os de agora a devem tomá-lo como se o fossem: “Então se alguém vos disser: Aqui está o Cristo ou ali; não lhe deis crédito. Porque se levantarão falsos cristãos e falsos profetas... Se pois vos disserem: Ei-lo, está no deserto: não saiais. Ei-lo, aqui, no recôndito da casa; não deis crédito”.

E é Pio XI, com quem está o verdadeiro Cristo, quem responde na Encíclica “Quadragesimo Anno” as afirmações de todos os que pretendem unir, numa acção comum, o Catolicismo e o socialismo, de todos os que dizendo-se católicos também se dizem socialistas. Eis as palavras de S. Santidade afirmando que “catolicismo e socialismo são termos contraditórios”:

DA ENCÍCLICA QUADRAGESIMO ANNO:

Contraste com a doutrina católica

“E se o socialismo estiver realmente tão moderado no tocante à luta de classes ou à propriedade particular, que já não mereça nisto a mínima censura? Terá renunciado por isto à sua natureza essencialmente anticristã? Eis uma dúvida, que a muitos trás suspensos. Muitíssimos católicos convencidos de que os princípios cristãos não podem jamais abandonar-se nem obliterar-se, volvem os olhos para esta Santa Sé e suplicam instantemente que definamos se este socialismo repudiou de tal maneira as suas falsas doutrinas, que já se possa abraçar ou quase baptizar, sem prejuízo de nenhum princípio cristão. Para lhes respondermos, como pede a Nossa paterna solicitude, declaramos:

“O socialismo quer se considere como doutrina, quer como fato histórico, ou como “acção”, se é verdadeiro socialismo, mesmo depois de se aproximar da verdade e da justiça nos pontos sobreditos, não pode conciliar-se com a doutrina católica; pois concebe a sociedade de modo completamente avesso à verdade cristã.

“Com efeito, segundo a doutrina cristã, o homem sociável por natureza é colocado nesta terra, para que, vivendo em sociedade e sob a autoridade ordenada por Deus, cultive e desenvolva plenamente todas as suas faculdades, para louvor e glória do Criador, e pelo fiel cumprimento dos deveres da sua profissão ou vocação, qualquer que ela seja, granjeie a felicidade temporal e eterna. Ora o socialismo, ignorando por completo ou desprezando este fim sublime dos indivíduos e da sociedade, opina que o consórcio humano foi instituído só pela vantagem material que oferece. E na verdade do facto que o trabalho convenientemente organizado é mais produtivo que os esforços isolados, os socialistas concluem que a actividade económica deve necessariamente revestir uma forma social. Desta necessidade segue-se, segundo eles, que os homens por amor da produção são obrigados a entregar-se e sujeitar-se completamente à sociedade.

Mais: estimam tanto os bens materiais que servem à comodidade da vida, que afirmam deverem pospor-se e mesmo sacrificar-se quaisquer outros bens superiores e em particular a liberdade às exigências de uma produção activíssima. Esta perda da dignidade humana, inevitável no sistema da produção “socializada”, julgam-na bem compensada com a abundância dos bens que, produzidos socialmente, serão distribuídos pelos indivíduos, e estes poderão livremente aplicar a uma vida mais cómoda e faustosa.

Em consequência a sociedade sonhada pelo socialismo não pode existir nem conceber-se sem violências manifestas; por outra parte goza de uma liberdade não menos falsa, pois carece de verdadeira autoridade social; esta não pode fundar-se nos cómodos materiais, mas provém somente de Deus Criador e fim último de todas as coisas”.
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Neste tempo em que o confucionismo domina, e que todos pretendem estar ao mesmo tempo de acordo com o mundo e com a Verdade, é preciso que se saiba onde ela realmente está. A voz de Roma, a voz do Sumo Pontífice é a única infalível; não há outro Cristo, nem no deserto, nem no mais recôndito das casas.

Fontes: http://www.pliniocorreadeoliveira.info/LEG%20370103_CatolicismoePol%C3%ADtica.htm;
http://www.montfort.org.br/index.php?secao=cartas&subsecao=politica&artigo=20040726143213&lang=bra
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Nossa Senhora do Rosário de Fátima,
salvai-nos e salvai Portugal!

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Sua Santidade, o Papa Bento XVI visita Portugal em Maio de 2010

"Em Portugal, conservar-se-á sempre o dogma da Fé."
(Nossa Senhora aos Pastorinhos,
na aparição de 13 de Julho de 1917)

"Tu es Petrus, et super hanc petram ædificabo ecclesiam meam." (Mt 16:18-19)

É com grande alegria que publico esta notícia! O Papa Bento XVI visitará Portugal no próximo ano, em resposta ao convite que lhe foi endereçado pelo Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva. Para lá do programa oficial, a presidência da República anunciou que o Papa se irá deslocar ao Santuário de Fátima, onde presidirá às cerimónias religiosas de 12 e 13 de Maio. O convite a Bento XVI foi feito aquando da visita de Cavaco Silva ao Vaticano, em Junho do ano passado.

Trata-se da quarta visita de um Papa a Fátima, depois das passagens de Paulo VI (1967) e de João Paulo II (1982, 1991 e 2000), que cultivou uma relação especial com este Santuário após o atentado de que foi vítima a 13 de Maio de 1981, na Praça de São Pedro.

Enquanto Cardeal, o Santo Padre Bento XVI presidiu à Peregrinação Internacional Aniversária de Outubro de 1996.
O Cardeal português D. José Saraiva Martins expressou um sentimento de “de íntima e profunda alegria” pela vinda de Bento XVI a Portugal, no próximo ano, afirmando que “é normal que um Papa sinta a necessidade de ir a Fátima rezar pela Igreja”.

“É um acontecimento extremamente importante para a Igreja Católica e para Portugal”, referiu à Agência ECCLESIA. O prefeito emérito da Congregação para as Causas dos Santos e membro da Cúria Romana considera que a visita do Papa significa “a visita da Igreja universal, que se vai unir à Igreja em Portugal”.

D. José Saraiva Martins constata que Bento XVI segue a tradição dos seus predecessores (Paulo VI e João Paulo II) e visita Fátima pela importância mariana do catolicismo: “No centro da Igreja está Lourdes e Fátima”.

Estar no dia 13 de Maio, em Fátima é significativo porque “Fátima para Portugal é tudo”. “A Igreja em Portugal não seria aquilo que é sem Fátima”, afirma. O Cardeal português testemunhou o conhecimento e a proximidade de Bento XVI em relação a Portugal: “Conhece bem Portugal e conhece bem Fátima”.“Ele ama de maneira especial o povo português. É um grande devoto de Nossa Senhora de Fátima, como João Paulo II, nem mais nem menos”, assegura.

Segundo este responsável, “Fátima influencia não só a espiritualidade portuguesa, mas toda a espiritualidade cristã, a espiritualidade universal”.

“Gostaria que os portugueses, sobretudo os jovens, exprimissem o grande entusiasmo e sua fidelidade à Igreja, aos princípios da fé cristã”, na pessoa do Papa, acrescenta.

D. José Saraiva Martins referiu também que a vinda do Papa em nada se relaciona com a eventual canonização dos Pastorinhos. “Não tem nada que ver uma coisa com a outra”, referiu. Neste contexto, especificou que para a conclusão do processo de canonização dos Beatos Francisco e Jacinta aguarda-se a realização de um milagre que seja reconhecido pelos médicos e autoridades do Vaticano.
(Fonte: Agência Ecclesia)

Que a vinda do Santo Padre desperte muitas consciências - políticas, religiosas e seculares - para darem ouvidos a esta grande Mestra da Verdade, que é a Igreja Católica Apostólica Romana. Que em Portugal, outrora considerada a "Nação Fidelíssima", se estimule, com a vinda do Romano Pontífice, a prática das virtudes cristãs, tão esquecidas nesta sociedade.

Desejo também, embora saiba que é muito pouco provável, mas a Deus nada é impossível, que esta visita papal seja uma oportunidade de esclarecer de uma vez por todas o polémico "Terceiro Segredo". Quanto bem seria feito à Igreja e às almas se o texto fosse revelado na totalidade, com as palavras da Santíssima Virgem!

Rezemos pelo Santo Padre!

Viva o Papa!

Viva Bento XVI!

sábado, 19 de setembro de 2009

O Purgatório

"Ora, quando fores com o teu adversário ao magistrado,
procura livrar-te dele no caminho,
a fim de que ele não te arraste ao juiz,
e o juiz te entregue ao executor,
e o executor te ponha na prisão.
Digo-te: não sairás dali, até pagares o último centavo."
(Lc 12,58-59)


O Purgatório é um lugar de sofrimentos onde as almas se purificam, pagando as suas dívidas, antes de serem admitidas no Céu, onde só entrará quem for puro. Sua existência se baseia no testemunho da Sagrada Escritura e da Tradição.

O que os Santos Doutores ensinam acerca dos sofrimentos do Purgatório nos penetram de tema com paixão pelas almas.

S. Boaventura ensina que nossos maiores sofrimentos ficam muito aquém dos que ali se padecem. São Tomás diz que o menor dos seus sofrimentos ultrapassam os maiores tormentos que possamos suportar. Confirmam Santo Ambrósio e São João Crisóstomo que todos os tormentos que o furor dos perseguidores e dos demónios inventaram contra os mártires, jamais atingirão a intensidade dos que padecem em tal lugar de expiação.

Após uma visão do Purgatório, exclama Santa Catarina de Génova. "Que coisa terrível! Confesso que nada posso dizer e nem conceber que se aproxime sequer da realidade. As penas que lá se padecem são tão dolorosas como as penas do Inferno".

A Santa Missa é o sacrifício de expiação por excelência. É a renovação do Calvário, que salvou o género humano. Na Missa colocou a Igreja a memória dos mortos, e isso no momento mais solene, em que a divina Vítima está presente sobre o altar. É a melhor, a mais eficaz, a mais rápida maneira de aliviar e libertar as almas dos nossos queridos mortos.

Podemos duvidar do valor das nossas orações; mas da eficácia do Santo Sacrifício, no qual se oferece o Sangue de Jesus pelas almas, que dúvida podemos ter?
A cada missa, diz São Jerónimo, saem muitas almas do purgatório. E não sofrem tormento algum durante a Missa que lhes é aplicadas.

Depois da Missa... A Comunhão. Não há sufrágio mais poderoso, depois da Santa Missa, para socorrer as almas, que a santa comunhão, diz São Boaventura.

A Eucaristia é um sacramento de descanso e paz para os defuntos, diz Santo Ambrósio. Eco mesmo afirmam S. Cirilo e S. João Crisóstomo. Procuremos fazer boas comunhões, nas devidas condições, lembrando-nos que quanto melhor as fizermos tanto mais aliviaremos os mortos.

A Igreja, querendo que não nos esqueçamos das almas, consagrou um dia inteiro todos os anos à oração pelos finados. Determinou que em todas as missas houvesse uma recomendação e um momento especial pelos mortos. Ela aprova, sustenta e estimula a caridade pelos falecidos.

"Como são esquecidos os mortos!", exclamava Santo Agostinho! Nos funerais: lágrimas, soluços, flores. Depois, um túmulo e o esquecimento. Morreu... acabou-se!

Se cremos na vida eterna, cremos no Purgatório. E se cremos no Purgatório, oremos pelos mortos. O Purgatório é terrível e bem longo para algumas almas.

Santa Teresa pedia: "apelo amor de Deus, eu peço a cada pessoa uma Ave-Maria, a fim de Que me ajude a sair do purgatório e apresse a hora em que hei de gozar a vista de Jesus Senhor Nosso”.

Santo Agostinho pede orações pelas almas de Santa Mónica, sua mãe, e todos os leitores de seus livros.

Não canonizemos depressa os nossos mortos. Nunca nos descuidemos do sufrágio deles, por que já o fizemos durante algum tempo, ou mandamos celebrar algumas missas.

Aqui na Terra, ignoramos sempre o rigor da Justiça Divina.

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Requiem aeternam dona eis, Domine,
Et lux perpetua luceat eis.
Requiescat in pace.
Ámen.
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Mater Misericordiae, ora pro nobis!

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Quem ama não mata!

VIA SACRA DOS INOCENTES
(retirado do excelente www.deuslovult.org)

1. CONDENAÇÃO À MORTE

Eu fui condenado à morte
antes de ter nascido.
A mim ninguém me deu amor,
pois a mim ninguém me quer.

2. JESUS COM A CRUZ

Carregaram-me com a maldição
de ser indesejado.
Todos me amaldiçoam, terei de ser eliminado.

3. PRIMEIRA QUEDA

Eu sou um pecado,“uma queda”.
Ninguém pode ser obrigado a carregar o erro
duma gravidez não desejada!

4. ENCONTRO COM A MÃE

Quão doloroso, Senhor,
foi o teu encontro!
Eu…eu não tenho mãe,
que me encontre e chore!
Eu estou encarcerado no ventre de uma mulher
que me manda matar!…

5. O CIRINEU

Alguém ajudou-te a levar a cruz.
A mim… a mim,
ninguém me ajuda!
O médico dará à mulher um narcótico
para que ela não sofra
quando eu sofrer a morte.

6. VERÓNICA

Ó quem me dera uma Verónica
que me consolasse na minha condenação!
Ninguém sabe da minha situação!
A lei cala os próprios cristãos!

7. SEGUNDA QUEDA

É fácil mandar-me matar,
enquanto sou pequeno!
Meu pai faz cálculos;
quanto vou lhe custar?
Minha morte sai mais barato!
Daí… tenho que morrer!

8. AS MULHERES
De que te serviram, Senhor,
as lágrimas das mulheres?
Não puderam impedir a tua morte!
De que me valem as leis?
Legalizam a minha morte!
9. TERCEIRA QUEDA
A queda é fatal:
Eu tenho que morrer!
Estão confirmados os cálculos:
não há lugar para mim!
Não há um pedacinho de pão para mim
neste vale de lágrimas.
Tenho que morrer!

10. JESUS É DESPIDO

A ti despiram-te dos vestidos.
Eu nunca tive um vestido!
Apenas a minha pele.
Mas, mesmo assim…
agarram-me com segurança!

11. CRUCIFICAÇÃO

A ti pregaram-te numa cruz.
A mim partem-me em pedaços.
E também contam todos os pedacinhos…
para terem certeza de que a mãe não fica com infecção.

12. MORTE NA CRUZ

Tu morres. Eu também.
Tu és inocente. Eu também.
Lembra-te de mim,
quando entrares no teu Reino…
no teu Reino de Vida Eterna.

13. DESCIDO DA CRUZ

Morto, pudeste repousar
no regaço de quem nasceste…
mas a mim renovam-me apenas a maldição…
Porque serei uma carga a pesar…
na consciência!

14. NO TÚMULO

A ti ofereceram-te um túmulo.
Para mim apenas o monturo de lixo!…
Lá esperarei o juízo final…
quando terei de fazer o meu depoimento contra…
os meus pais.
Richard Thaimann

domingo, 13 de setembro de 2009

Viver é um direito... Matar não!

et antequam exires de vulva sanctificavi te."
(Jeremias, 1:5)

"Antes que te formasse no ventre Eu te conheci,
e antes que saísses da mãe, te santifiquei"
(Jeremias 1:5)

Não há no mundo crime mais covarde, monstruoso e abominável que este infanticídio, eufemisticamente designado por "Interrupção Voluntária da Gravidez". Não se pode alegar o "direito" a abortar. Abortar é matar - matar um ser humano indefeso - e matar é uma violação grave do 5º Mandamento da Lei de Deus. É ilegítimo, desumano e irracional acabar com um bem maior e absoluto - uma VIDA.

Muitos iluminados e tidos como inteligentes, mas totalmente vazios no que respeita a valores e a Moral, consideram-se grandes promotores da civilização moderna. Tão civilizados que são, que chegam ao ponto de lavar os cérebros das pessoas e fazê-las crer que é "normal" que um embrião possa ser equiparado a um tumor, um amontoado de células que pode ser removido a qualquer momento. Todos - incluindo eu - condenam o Holocausto Judeu. Mas não prestam atenção ao Holocausto intra-uterino que diariamente ocorre nos seus países.

Triste sociedade esta! Que não sabe dignificar sequer a sua espécie!

Este texto foi escrito por Jérome Lejeune em 1973. Resume toda a força da certeza científica de um dos pais da genética moderna, grande médico e cientista, descobriu numerosas doenças de origem genética, uma das quais a Trissomia é a mais conhecida:
“A genética moderna resume-se num credo elementar que é este: no princípio há uma mensagem, mensagem essa que está na vida, e essa mensagem é a vida. Este credo, verdadeiro parágrafo do início de um velho livro que todos conhecem bem, é também o credo do médico genético mais materialista que possa existir. Porquê? Porque sabemos com certeza que toda a informação que definirá um individuo, que lhe ditará não só o seu desenvolvimento, mas também a sua conduta ulterior, sabemos que todas essas características estão escritas na primeira célula.

E o sabemos com uma certeza que vai mais além de toda a dúvida razoável, porque se esta informação não estiver já completa desde o principio, não podia ter lugar; porque nenhum tipo de informação entra num óvulo depois da sua fecundação. (...)

Mas haverá quem diga que, no principio de tudo, dois ou três dias depois da fecundação, só há uma pequena massa de células. Que digo! No principio trata-se de uma só célula, a que provém da união do óvulo com o espermatozóide. Certamente, as células se multiplicam activamente, mas essa pequena demora para se fixar na parede do útero, é já diferente da sua mãe? Claro que sim, já tem a sua própria individualidade e já é capaz de dar ordens ao organismo de sua mãe.

Este minúsculo embrião, ao sexto ou sétimo dia, só com um milímetro e meio de tamanho, toma imediatamente o comando das operações. É ele, e só ele, quem detém a menstruação da mãe, produzindo uma nova substância que obriga o corpo amarelo do óvulo a pôr-se em marcha.

Tão pequenino como é, é ele quem, por ordem química, força a sua mãe a conservar a sua protecção. Já faz dela o que quer e Deus sabe que não se privará dele nos anos seguintes.
Aos quinze dias do primeiro atraso das regras, com a idade real de um mês, já que a fecundação teve lugar quinze dias antes, o ser humano mede quatro centímetros e meio. Seu minúsculo coração bate já faz uma semana, seus braços, suas pernas, sua cabeça e o seu cérebro já estão em formação.

Aos sessenta dias, com a idade de dois meses quando o atraso das regras é de mês e meio, mede, desde a cabeça até ao traseiro, uns três centímetros, cabia, recolhido sobre si mesmo, numa casca de noz. Seria invisível no interior de um punho fechado, e esse punho esmagaria-o sem querer, sem que nos desse-mos conta: mas, estendam a mão, está quase terminado, mãos, pés, cabeça, orgãos, cérebro... tudo está no seu sitio e já nada fará, senão crescer. Vejam mais perto, poderão até ler as linhas da sua palma da mão e dizer-lhe a sua boa-ventura. Vejam mais perto ainda, com um microscópio corrente, e poderão decifrar as suas impressões digitais. Já tem tudo o que é necessário para tirar o bilhete de identidade.

O incrível "Polegarzito", o homem mais pequeno que um polegar, existe de verdade; não se trata do "Polegarzito" do conto, mas sim do que fomos cada um de nós.

Mas dirão que até aos cinco ou seis meses o seu cérebro não está todo terminado. Mas não, não! Na realidade o cérebro só estará completamente no seu sitio no momento do nascimento; e as suas inumeráveis conexões não estarão completamente estabelecidas até que não cumpra os seis ou sete anos, e a sua maquinaria química e eléctrica não estará completamente rodada até aos quatorze ou quinze.

Mas no nosso "Polegarzito" de dois meses já lhe funciona o sistema nervoso? Claro que sim, se, se roçar com um cabelo no seu lábio superior, move os braços, o corpo e a cabeça num movimento de fuga(...).

Aos quatro meses move-se tanto que a sua mãe percebe os seus movimentos. Graças á quase total leveza da sua cápsula cosmonauta, dá muitas cambalhotas, actividade para a qual necessitará anos, antes de voltar a realizá-la ao ar livre.

Aos cinco meses, agarra com firmeza o músculo do bastão que lhe pusemos nas mãos e chupa o dedo esperando a sua entrega. (...)

Então para quê discutir? Porquê questionar-se, se estes homenzitos existem de verdade? Porquê racionalizar e fingir crer, como se fosse um bacteriológico ilustre, que o sistema nervoso não existe antes dos cinco meses? Cada dia, a ciência descobre-nos um pouco mais as maravilhas da vida oculta, desse mundo bulicioso da vida dos homens minúsculos, ainda mais assombroso que os contos para meninos.

Porque os contos foram inventados a partir de uma historia verdadeira; e se as aventuras do "Polegarzito" existem agora, fomos um dia um "Polegarzito" no seio das nossas mães."

Fonte: Tirado de Clara Lejeune: Dr. Lejeune, O Amor a vida, Ed. Palavra Madrid. 1999. pp 47-50.

Stabat Mater

"E uma espada trespassará a tua alma."
(Lc. 2,34)

V: Bendita sejais, Mãe do redentor,
R: Por Vossa tão grande dor.

Após celebrar a festa da Exaltação da Santa Cruz, a Igreja celebra, a 15 de Setembro, as Sete Dores de Maria Santíssima - a festa de Nossa Senhora das Dores. A Cruz do Senhor e as Dores de Sua Mãe Imaculada. Uma bela sequência litúrgica, que une o instrumento da nossa Redenção ao sacrifício Co-Redentor d’Aquela que soube unir as Suas Dores à Dor do Seu Divino Filho, em favor de nós.

E porque relembrarmos as Dores de Maria Santíssima? Porque Aquela que Se conformou perfeitamente à vontade do Seu Divino Filho é-Lhe imitadora em tudo - de maneira particularíssima, na Dor. Devemos seguir os passos de Cristo junto com Sua Mãe Dolorosa. Devemos tomar a nossa Cruz a cada dia e seguir Jesus (cf. Mc 8, 34); e a Virgem, Mater Dolorosa, é a primeira a nos ensinar isso com o Seu exemplo. Neste Vale de Lágrimas, chora a Virgem, não pelos próprios pecados, mas pelos pecados dos Seus filhos; a Virgem penitente faz penitência não por Si própria - pois não tem necessidade - mas por aqueles que Ela ama maternalmente.

Não conhecemos o suficiente o valor dos sofrimentos desta Senhora Imaculada em nosso favor! Somos duplamente ingratos, esquecendo-nos da Cruz de Cristo ontem exaltada e menosprezando as lágrimas da Virgem hoje vertidas por nós. Maria abraçou com prontidão a Cruz de Jesus Cristo e assumiu sem pestanejar as dores do Seu Filho, embora não tivesse pecados para Se penitenciar; e nós, que temos tantas faltas e tão grandes culpas, com que dificuldade fazemos penitência em nosso favor!

Olhemos para a Virgem das Dores; que o amor desta Boa Mãe pelas nossas almas possa fazer com que as valorizemos mais. E que, pela intercessão de Nossa Senhora das Dores, nós possamos, seguindo os passos de Cristo até o Calvário, alcançarmos um dia a Bem-Aventurança Eterna à qual Ele nos chama.

"Quero ficar junto à Cruz, velar conTigo a Jesus e o Teu pranto enxugar".

Assim, a Igreja reza a Maria neste dia, pois celebramos a Sua compaixão, piedade; Suas sete dores que encontraram seu ponto mais alto no momento da crucificação de Jesus. Esta devoção deve-se muito à missão dos Servitas – religiosos da Companhia de Maria Dolorosa – e sua entrada na Liturgia aconteceu pelo Papa Bento XIII.

A devoção a Nossa Senhora das Dores possui fundamentos bíblicos, pois é na Palavra de Deus que encontramos as sete dores de Maria:

1. A profecia de Simeão

“Eis aqui está posto este Menino para ruína e para ressurreição de muitos de Israel, e como alvo a que atirará a contradição. E uma espada trespassará tua alma”. (Lc. 2,34)

A estas palavras a SS. Virgem vê de uma maneira clara e distinta no futuro as contradições a que Jesus Cristo será exposto: contradições na doutrina, contradições no conceito público, contradições nos seus santíssimos afectos, na alma e no corpo. E esta previsão dolorosa ficou na alma de Maria durante trinta e três anos. À medida que Jesus crescia em idade, em sabedoria e em graça, no Coração de Maria aumentava a angústia de perder um filho tão caro, pela aproximação da inexorável Paixão e Morte.“O Senhor usa de compaixão para connosco, em não nos fazer ver as cruzes que nos esperavam, e se temos de sofrer, é só uma vez. Com Maria Santíssima assim não procedeu, porque a queria Rainha das dores e toda semelhante ao Filho; por isso ela via sempre diante de si todas as pelas que havia de sofrer.” (Santo Afonso)

2. A fuga para o Egipto

A profecia de Simeão começou a cumprir-se logo. Jesus apenas nascido, já é cercado pela morte. Para salvá-lo, Maria deve ir para um exílio longínquo, para o Egipto, por caminhos desconhecidos, cheios de perigos. No Egipto, a Sagrada Família passou perto sete longos anos como estranha, desconhecida, sem recursos, sem parentes. “A viagem de volta para a Terra Santa apresentou-se mais penosa ainda, porque o Menino Jesus já era tão crescido que, levá-lo ao colo, difícil tarefa devia ser, e fazer a pé o grande trajecto parecia acima de suas forças” (São Boaventura)

3. Jesus perde-se e é encontrado no templo

Há quem diga que toda esta dor não só foi maior de todas que Maria sofreu na sua vida, mas que foi também de todas a mais acerba.
Nos outros seus sofrimentos tinha ela Jesus em sua companhia; mas agora via-se longe dele, sem saber onde ele se achava. Das outras dores Maria conhecia perfeitamente a razão e o fim, isto é, a redenção do mundo, a vontade divina; mas nesta dor não podia ela atinar com o motivo de Jesus estar longe de sua Mãe. Quem sabe se sua mente não se torturava com pensamentos como este: não o servi como devia, cometi alguma falta, alguma negligência, que motivasse dele se retirar de mim? Certo é que não pode haver pena maior para uma alma que tem amor a Deus, senão o temor de o ter desgostado. Realmente, em nenhuma outra dor, que nós saibamos, Maria se lamentou, queixando-se amorosamente com Jesus, depois de o ter achado: “Filho, porque fizeste isto connosco? Olha que teu pai e eu te buscávamos aflitos”.
(Santo Afonso)

4. Maria se encontra com Jesus a caminho do Calvário

Pilatos tinha sentimento humano para com Jesus; tivesse ele vencido sua covardia, talvez o teria salvo do furor da multidão, ainda mais, se à súplica de sua mulher se tivesse unido um pedido da Mãe de Jesus. Maria, porém, não se move naquela hora tremenda, que decide da vida ou da morte de seu Filho, porque sabe, que o Filho podia por si, sem auxílio alheio, livrar-se dos seus inimigos, e se se deixa como um cordeiro levar ao suplício, então é porque o faz espontaneamente, cumprindo a vontade de Deus. Maria ainda não se move, quando a sentença já é irrevogavelmente pronunciada. Vai ao encontro de Jesus que, carregado do peso da cruz, se encaminha para o Calvário. Vê-o todo desfigurado e entregue, coberto de mil feridas e horrivelmente ensanguentado. Seus olhares se cruzam. Nenhuma queixa sai da sua boca, porque as maiores dores Deus lhe reservou para a salvação do mundo. Aquelas duas almas, heroicamente generosas, continuam juntas no seu caminho do sofrimento, até o lugar do suplício.

5. Jesus é crucificado e morre na cruz.

Chegam ao Calvário. Os algozes despojam Jesus das suas vestes, pregam-no na cruz, levantam o madeiro e sobre ele deixam-no morrer. Maria agora se aproxima da cruz e perto da cruz fica, e assiste à horrível agonia de três horas.

“Que espectáculo ver-se o Filho agonizante sobre a cruz, e ver-se ao pé da mesma agonizar a Mãe, que todas as penas sofria com seu Filho! (Santo Afonso).

“O que os cravos eram para o corpo de Jesus, para o coração de Maria era o amor” (São Bernardo).

“No mesmo tempo que Jesus sacrificava o corpo, a Mãe imolava a alma” (São Bernardo).

E não pode dar ao Filho o menor alívio; ainda saber que o maior tormento para o Filho era ver presente sua Mãe, que dor, que sofrimento! O único alívio para a Mãe e para o filho era saber, que das suas dores resultava para nós a vida eterna.

6. Abertura do coração de Jesus pela lança e o descer da cruz

Jesus morrendo, exclamou: “Consummatum est” – Tudo está consumado. Estava completa a série dos sofrimentos para o Filho, não porém, para a Mãe. Quando ela está chorando a morte do filho, um soldado vibra a lança contra o peito de Jesus, abrindo-o, e sai sangue e água. O corpo morto de Jesus não sente mais a lançada; mas sentiu-a a Mãe no íntimo do coração. Tiram o corpo do Filho da cruz. O Filho é entregue à Mãe, mas em que estado! Antes o mais belo entre os filhos dos homens, agora está todo desfigurado. Antes, era um prazer olhar para ele; agora, seu aspecto é horroroso. Quando morre um filho, trata-se de afastar do cadáver a mãe. Maria, pelo contrário, não deixa que lho tirem dos seus braços, senão quando é para sepultá-lo.

7. Jesus é colocado no sepulcro.

“Eis que já o levam para sepultá-lo. Já se põe em movimento o doloroso préstimo. Os discípulos levam o corpo de Jesus sobre os ombros. Os Anjos do céu o acompanham. As santas mulheres seguem e, no meio delas, a Mãe. Querem que ela mesma acomode o corpo sacrossanto de Jesus no sepulcro, precisando por a pedra para fechar o sepulcro, os discípulos precisam dirigir-se à SS. Virgem, e lhe dizer: “Agora é hora de vos despedir, Senhora; deixai que fechemos o sepulcro. Muni-vos de paciência! Olhai-o pela última vez e despedi-vos de vosso filho”. Moveram a pedra e colocaram-na no seu lugar, fechando com ela o santo sepulcro. Maria, dando um último adeus ao Filho e à sepultura, volta para casa” (Santo Afonso).

“Voltou tão triste a aflita e pobre Mãe, que todos a viam, dela se compadeciam e choravam” (São Bernardo)

Só no nosso coração não haverá lágrimas para Maria? Não choramos nós, que somos a causa de tantas dores? Ah! Se nos faltam lágrimas de sentimento dos nossos olhos sensíveis, choremos pelo menos lágrimas de penitência, expressão ainda do firme propósito, de não mais cometermos pecado algum. Foram os nossos pecados que levaram à morte o nosso Irmão primogénito, e trespassaram o coração dulcíssimo de Maria, Mãe de Jesus e nossa Mãe.

(Fonte: adaptado de http://portalcot.com/reporter/as-sete-dores-de-maria/ e http://www.deuslovult.org/2008/09/15/nossa-senhora-das-dores/)

Stabat Mater dolorosa
Juxta Crucem lacrimosa,
Dum pendebat Filius.
+
Cujus animam gementem,
Contristatam et dolentem,
Pertransivit gladius.
+
O quam tristis et afflicta
Fuit illa benedicta
Mater Unigeniti!
+
Quem maerebat, et dolebat,
Pia Mater, dum videbat
Nati paenas inclyti.
+
Quis est homo, qui non fleret,
Matrem Christi si videret
In tanto supplicio ?
+
Quis non posset contristari,
Christi Matrem contemplari
Dolentem cum Filio?
+
Pro peccatis suae gentis
Vidit Jesum in tormentis,
Et flagellis subditum.
+
Vidit suum dulcem natum
Moriendo desolatum,
Dum emisit spiritum.
+
Eia Mater, fons amoris,
Me sentire vim doloris Fac,
ut tecum lugeam.
+
Fac, ut ardeat cor meum
In amando Christum Deum,
Ut sibi complaceam.
+
Sancta Mater, istud agas,
Crucifixi fige plagas
Cordi meo valide.
+
Tui nati vulnerati,
Tam dignati pro me pati,
Paenas rnecum divide.
+
Fac me tecum pie flere,
Crucifixo condolere,
Donec ego vixero.
+
Juxta Crucem tecum stare,
Et me tibi sociare
In planctu desidero.
+
Virgo virginum praeclara,
Mihi jam non sis amara:
Fac me tecum plangere.
+
Fac, ut portem Christi mortem
Passionis fac consortum,
Et plagas recolere.
+
Fac me plagis vulnerari
Fac me cruce inebriari,
Et cruore Filii.
+
Flammis ne urar succensus
Per te, Virgo, sim defensus
In die judicii.
+
Christe, cum sit hinc exire,
Da per Matrem me venire,
Ad palmam victoriae.
+
Quando corpus morietur,
Fac, ut animae donetur
Paradisi gloria.
+
Ámen.

sábado, 12 de setembro de 2009

Exaltação da Santa Cruz

"Toda a nossa glória está na cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo.
N’Ele está a nossa salvação, vida e ressurreição.
Por Ele fomos salvos e livres." (Gal 6, 14)

"Quando Eu for levantado da terra, então atrairei todos a Mim." (Jo 12:20-33)

A Igreja celebra, a 14 de Setembro, a festa da Exaltação da Santa Cruz. Juntamente com o Crucificado somos elevados para o alto, para que, deixando a terra do pecado, alcancemos os bens celestes. Tão grande é o valor da cruz, que quem a possui, possui um tesouro. E chamo-a justamente tesouro, porque é na verdade, de nome e de facto, o mais precioso de todos os bens.

Foi na Cruz que Jesus Cristo ofereceu ao Pai o Seu Sacrifício, em expiação dos pecados de todos os homens. Por isso, é justo que veneremos o sinal e o instrumento da nossa libertação. Objecto de desprezo, patíbulo de infâmia, até ao momento em que Jesus "obediente até à morte," e morte de cruz, sendo nela suspenso. "Mas nós pregamos a Cristo crucificado, que é escândalo para os judeus, e loucura para os gregos." (1 Cor 1:23)

A Cruz tornou-se, desde então, motivo de glória, pólo de atracção para todos os homens. Ao celebrarmos esta festa, nós queremos proclamar que é da cruz, "sinal do amor universal de Deus, fonte de toda a graça" (N.A., 4) que deriva toda a vida de Igreja. Queremos também manifestar o nosso desejo de colaborar com Cristo na salvação dos homens, aceitando a Cruz, que a carne e o mundo fizeram pesar sobre nós (G.S. 38).

Na cruz está a plenitude da nossa salvação e por ela regressamos à dignidade original.
Com efeito, sem a cruz, Cristo não teria sido crucificado. Sem a cruz, a Vida não teria sido cravada no madeiro. E se a Vida não tivesse sido crucificada, não teriam brotado do seu lado aquelas fontes de imortalidade, o sangue e a água, que purificam o mundo; não teria sido rasgada a sentença de condenação escrita pelo nosso pecado, não teríamos alcançado a liberdade, não poderíamos saborear o fruto da árvore da vida, não estaria aberto para nós o Paraíso. Sem a cruz, não teria sido vencida a morte, nem espoliado o Inferno.

Verdadeiramente grande e preciosa realidade é a santa cruz! Grande, porque é a origem de bens inumeráveis, tanto mais excelentes quanto maior é o mérito que lhes advém dos milagres e dos sofrimentos de Cristo. Preciosa, porque a cruz é simultaneamente o patíbulo e o troféu de Deus: o patíbulo, porque nela sofreu a morte voluntariamente; e o troféu, porque nela foi mortalmente ferido o Demónio, e com ele foi vencida a morte. E deste modo, destruídas as portas do inferno, a cruz converteu se em fonte de salvação para todo o mundo.

A Cruz é a glória de Cristo e a exaltação de Cristo. A Cruz é o cálice precioso da paixão de Cristo, é a síntese de tudo quanto Ele sofreu por nós.
Fonte: adaptado de http://alexandrinabalasar.free.fr/cruz_gloriosa.htm
"Glorifica-me, ó Pai, com a glória que tinha junto de Ti, antes de o mundo existir."

+

Ave Crux, Spes Unica!

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Portugal, nação fidelíssima!

Como um soldado vela a seu Rei,
assim meu sangue por Ti darei!


Cristo Jesus, aqui nos tens prostrados!
És nosso Rei, vimos render-Te preito.
Livra do mal os filhos resgatados
Com tanta dor no sangue do Teu peito.

A Ti pertence a terra portuguesa!
Nossa Rainha é Tua Mãe Bendita.
Somos cristãos, não há maior nobreza!
Teu Coração de amor por nós palpita.

Ó Pátria, surge em prol do Seu reinado;
Vem defender o amor que te redime.

Cale-se a voz do ímpio desvairado,

Só fale o amor, a esperança e a Fé sublime.

Protege ó Cristo, o nosso Portugal,

Que é seu brasão a chaga do Teu lado!

E sempre quis, por timbre seu real,
Ser filho Teu, Teu mais fiel soldado!

Oração

Deus Eterno e Omnipotente, que destinastes a cada nação o seu Anjo da Guarda, concedei que, pela intercessão e patrocínio do Anjo de Portugal, sejamos livres de todas as adversidades. Confirmai na verdadeira Fé os Vossos filhos. Concedei, por intercessão da gloriosa Virgem Santíssima, que Portugal, Terra de Santa Maria, seja sempre um servo fiel da Santa Igreja Católica. Não seja Portugal motivo de ira para Vós, quando vierdes julgar o mundo. Não permitais que a Nação Portuguesa, da qual a Vossa Mãe é Senhora e Rainha, deixe de Vos reconhecer como o verdadeiro e único Deus e de Vos louvar por todos os séculos dos séculos. Para isso nos ajude a intercessão dos Vossos filhos que já se encontram na Vossa glória.

Ámen.

*

Beata Alexandrina de Balasar,
Santo António de Lisboa,

Santa Beatriz da Silva,
Beatos Francisco e Jacinta Marto,

São Gonçalo de Amarante,

Santa Isabel de Aragão (Rainha Santa),

São João de Brito,
São João de Deus,

São Nuno de Santa Maria Álvares Pereira,

Todos os Santos de Deus,

ROGAI POR PORTUGAL!

*

Nossa Senhora do Rosário de Fátima,
Salvai-nos e salvai Portugal!

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

O Nascimento da Santíssima Virgem

"Quando der à luz aquela que há-de ser mãe."
(Miq 5, 1-4a)

No dia 8 de Setembro de cada ano, 9 meses após a Solenidade da Imaculada Conceição, a Igreja comemora o nascimento da Virgem Santa Maria.

Esta Celebração foi introduzida, no Ocidente, no Séc. VII e liga-se estreitamente à vinda do Messias, como promessa, preparação e fruto da salvação. Celebremos com alegria o nascimento da Virgem. Este dia é o resplandecer da aurora, que antecede o aparecimento do sol radioso. Pela Santíssima Virgem nos veio o Sol de justiça, Cristo, nosso Deus.

O nascimento de Maria é o prelúdio do Natal do Senhor, porque com o aparecimento de Nossa Senhora neste mundo começa a realização do plano de Deus, isto é, a Encarnação do Verbo e a Redenção da humanidade. Na Virgem de Nazaré, o Altíssimo prepara-Lhe a Mãe. A Mãe preanuncia o Filho, diz que Ele está para vir: estão para se tornar história as antigas promessas de salvação da humanidade. Aqui está toda a grandeza de Maria; é a criatura por Deus escolhida para mãe de seu Unigénito.

Preconizou-a Miquéias como "aquela que há de dar à luz" (5,2), designando o tempo de seu parto como o início de nova era quando de "Belém de Efratá... virá quem está destinado a reinar em Israel" (ibidem, l). Em Belém, ao nascer Jesus da Virgem Maria, inicia-se a era da salvação messiânica. Portanto, a Natividade de Maria é a aurora da Redenção.

O nascimento de Nossa Senhora projectará nova luz sobre toda a humanidade; luz de inocência, de pureza, de graça, aurora do grande Sol que iluminará, que inundará a terra quando parecer Jesus, "Luz do mundo".

Nossa Senhora foi preservada do pecado e cheia de graça em vista dos méritos de Cristo. Assim não só anuncia a Redenção próxima, como também traz em Si as primícias dela, como primeira remida de seu divino Filho. Primeira flor desabrochada antecipadamente do mistério pascal de Jesus foi a Imaculada Conceição de Maria, flor que alegrará o mundo e atrairá as complacências do Altíssimo.

Depois do Natal de Jesus, nenhum outro nascimento foi tão importante aos olhos de Deus e tão precioso para o bem da humanidade quanto o de Maria. Entretanto, tal evento permanece na sombra. Ninguém o registou, nada falam dele as Sagradas Escrituras. No silêncio desaparecem as origens de Nossa Senhora, assim como no silêncio desapareceu toda a sua vida. A Natividade de Maria é grandioso acontecimento envolto em profunda humildade. Quanto mais quisermos crescer aos olhos de Deus, tanto mais humildes, pequenos havemos de ser, e tanto mais nos ocultar aos nossos olhos e aos dos outros!

A primeira vez em que aparece Maria no Evangelho de São Mateus é no fim da genealogia de Jesus: "Jacob gerou José, esposo de Maria, da qual nasceu Jesus, chamado Cristo" (1,16). Em São Lucas, aparece pela primeira vez no relato da Anunciação do Senhor. Em São Marcos e São João, só mais tarde, durante o ministério público de Seu Filho. Em todo caso, Maria só entra no Evangelho em vista de Jesus, como Mãe do Salvador. Embora se note a presença de Maria em muitas páginas dos Evangelhos, mormente de São Lucas, é tão discreta e velada a ponto de desaparecer na do Filho.

Perde-se e desaparece a vida de Maria na de Jesus. Ela viveu verdadeiramente oculta com Cristo em Deus. Viveu na sombra não só durante a infância, mas também depois, quando Mãe de Deus, até nos momentos de triunfo do Filho e até quando certa mulher, entusiasmada com a pregação de Jesus, ergueu a voz em meio à multidão gritando: "Feliz o ventre que te trouxe e os seios que te amamentaram!" (Lc 11,27).

A festa mariana celebrada neste dia pela Liturgia é, pois, um convite à vida oculta com Maria em Cristo, e com Cristo em Deus. Feliz de quem Deus conduz através das circunstâncias, pelo caminho da humildade, da simplicidade, longe de tudo que brilha aos olhos humanos! Só tem de aderir ao plano divino, para entrar nas fileiras dos pobres de espírito a quem o reino dos céus foi prometido. Mas também os que se empenham, por dever, em grandes responsabilidades e estão colocados em evidência, por ofício, na sociedade ou na Igreja, são chamados a imitar a atitude de Maria.

Cumpre aprendermos dela a agir de modo a poder servir aos irmãos sem alarde, sem nos fazer valer, sem nos arrogar direitos a privilégios, antes buscando eclipsar-nos, sobretudo quando já não é necessária nossa actividade. Quem aspira imitar Nossa Senhora há de ter ânsia de ocultar-se à sombra de Deus, convicto de que, se lhe foi concedido fazer alguma obra, foi dom divino e deve em proveito do bem comum e da glória do Altíssimo.
(Frei Gabriel de Sta. Maria Madalena, OCD. Intimidade Divina)

"Quereis saber quão feliz, quão alto é e quão digno de ser festejado o Nascimento de Maria? Vede o para que nasceu. Nasceu para que d'Ela nascesse Deus. Perguntai aos enfermos para que nasce esta celestial Menina, dir-vos-ão que nasce para Senhora da Saúde; perguntai aos pobres, dirão que nasce para Senhora dos Remédios; perguntai aos desamparados, dirão que nasce para Senhora do Amparo; perguntai aos desconsolados, dirão que nasce para Senhora da Consolação; perguntai aos tristes, dirão que nasce para Senhora dos Prazeres; perguntai aos desesperados, dirão que nasce para Senhora da Esperança. Os cegos dirão que nasce para Senhora da Luz; os discordes, para Senhora da Paz; os desencaminhados, para Senhora da Guia; os cativos, para Senhora do Livramento; os cercados, para Senhora da Vitória. Dirão os pleiteantes que nasce para Senhora do Bom Despacho; os navegantes, para Senhora da Boa Viagem; os temerosos da sua fortuna, para Senhora do Bom Sucesso; os desconfiados da vida, para Senhora da Boa Morte; os pecadores todos, para Senhora da Graça; e todos os seus devotos, para Senhora da Glória. E se todas estas vozes se unirem em uma só voz, dirão que nasce para ser Maria e Mãe de Jesus"
(Padre António Vieira, Sermão do Nascimento da Mãe de Deus).

*

"Celebremos com alegria a Natividade da Bem-Aventurada Virgem Maria.
De vós, ó Maria, surgiu o Sol de justiça, Cristo, nosso Deus."
(Antífona de Entrada da Missa da Natividade da Virgem Santa Maria).

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Saramago volta a atacar Nosso Senhor

“A atitude de Deus não tem perdão”.
(José Saramago)

Depois de "O Evangelho segundo Jesus Cristo", a vergonha nacional em pessoa volta a publicar outro livro intitulado "Caim".

Esta espécie de "escritor", cuja leitura é simplesmente intragável e à beira da senilidade já à alguns anos, retoma a história bíblica do assassínio de Abel pelo seu irmão Caim, mas, no romance é atribuída a Deus a autoria moral do crime e uma consequente redenção de Caim.

Nesta obra, o "escritor" manifestamente viciado numa droga que detesta - a religião - volta mostrar um Deus arbitrário, incoerente e tirano, que embora tenha sido criado pelo homem é causador de muitos dos seus males.

Diz descaradamente esta erva daninha da literatura portuguesa ao jornal espanhol "La Vanguardia":

"Deus, o demónio, o bem, o mal, tudo isso está na nossa cabeça, não no céu ou no inferno, que também inventámos. Não nos damos conta que, ao termos inventado Deus, nos tornámos imediatamente escravos dele". [Este livro] não é um ajuste de contas com Deus, mas um ajuste de contas definitivo com os homens que o inventaram".

A presença de referências bíblicas ou de críticas mais ou menos abertas à religião católica e à Igreja são um dos traços que caracterizam as obras deste senhor que é, só por ele próprio, um atentado à literatura e à cultura, enfim, um verdadeiro ataque à nação e à honra nacional.

Ai, se eu pudesse impedir a venda de todos os livrecos desta nódoa da literatura, pelo menos em Portugal! Se eu pudesse rasgá-los, queimá-los um por um!

Vá, venham lá chamar-me Inquisidor e inimigo da liberdade!...
Já esta ave rara, armada em "escritor" pode escrever o que bem lhe apetece, em nome da tal suposta liberdade...
*

"O homem conheceu Eva, sua mulher; ela concebeu e deu à luz Caim, e disse: 'Adquiri um varão com a ajuda de "Deus, o Senhor" (Gn. 4:1);

Em determinada ocasião, Caim e o seu irmão mais novo Abel apresentaram ofertas a Deus. Caim apresentou frutas do solo e Abel ofereceu primícias do seu rebanho. (Gn 4:3, 4).

A oferta de Abel teria agradado a Deus, enquanto que a de Caim não. O sacrifício de Abel foi oferecido com fé, em face da declaração bíblica de que "pela fé Abel ofereceu a Deus um sacrifício de maior valor do que Caim." (Hebreus 11:4);

Possuído por ciúmes, Caim armou uma emboscada para seu irmão. Sugeriu a Abel que ambos fossem ao campo e, lá chegando, Caim matou seu irmão; este teria sido o primeiro homicídio da história da humanidade.
Respondendo ainda com arrogância ao ser interpelado por Deus, o
Criador sentenciou-o ao banimento do solo, além de ser condenado à condição de errante pelo mundo, que parte em busca de um futuro indefinido num deserto de homens. "Que fizeste? Ouço o sangue de teu irmão, do solo, clamar por mim. Agora, és maldito e expulso do solo fértil que abriu a boca para receber de tua mão o sangue de teu irmão" (Gn 4,10-11);

Caim lamentou a severidade da sua punição e mostrou ansiedade quanto à possibilidade de o assassínio de Abel ser vingado nele, mas, ainda assim, não expressou nenhum arrependimento. A descendência de Caim terminou com o Dilúvio dos dias de Noé.

Do catecismo da Igreja Católica:

§1867 "A tradição catequética lembra também que existem "pecados que bradam ao céu". Bradam ao céu o sangue de Abel, o pecado dos sodomitas; o clamor do povo oprimido no Egito; a queixa do estrangeiro, da viúva e do órfão; a injustiça contra o assalariado."

E vem-me um idoso senil julgar Nosso Senhor e dizer que a atitude de Deus não tem perdão??

Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a Vós!