segunda-feira, 12 de outubro de 2009

"Eu sou a Senhora do Rosário"


Ó Virgem do Rosário, de Fátima Senhora!
De Portugal Rainha, dos homens protectora!



"Não vos conformeis com este mundo" (Rom 12, 2)

A 13 de Outubro de 1917, uma multidão estimada entre 50 a 70 mil pessoas estava na Cova da Iria. A maior parte chegara na véspera. Chovia torrencialmente nesse dia e o solo era um mar de lama. Conta-nos Lúcia, nas suas "Memórias":

"Saímos de casa bastante cedo, contando com as demoras do caminho. O povo era em massa. A chuva, torrencial. Minha Mãe, temendo que fosse aquele o último dia da minha vida, com o coração retalhado pela incerteza do que iria acontecer, quis acompanhar-me. Pelo caminho, as cenas do mês passado, mais numerosas e comovederas. Nem a lamaceira dos caminhos impedia essa gente de se ajoelhar na atitude mais humilde e suplicante. Chegados à Cova de Iria, junto da carrasqueira, levada por um movimento interior, pedi ao povo que fechasse os guarda-chuvas para rezarmos o terço. Pouco depois, vimos o reflexo da luz e, em seguida, Nossa Senhora sobre a carrasqueira.

- Que é que Vossemecê me quer?

- Quero dizer-te que façam aqui uma capela em Minha hon­ra. Eu sou a Senhora do Rosário. Continuem sempre a rezar o terço todos os dias. A guerra vai acabar e os militares voltarão em breve para suas casas.

- Eu tinha muitas coisas para Lhe pedir: se curava uns doen­tes e se convertia uns pecadores, etc.

- Uns, sim; outros, não. É preciso que se emendem, que pe­çam perdão dos seus pecados.

E tomando um aspecto mais triste:

- Não ofendam mais a Deus Nosso Senhor que já está muito ofendido.

E abrindo as mãos, fê-las reflectir no sol. E enquanto que se elevava, continuava o reflexo da Sua própria luz a projectar (-se) no sol.

Eis, Ex. mo e Rev.mo Senhor Bispo, o motivo pelo qual excla­mei que olhassem para o sol. O meu fim não era chamar para ai a atenção do povo, pois que nem sequer me dava conta da sua presença. Fi-lo apenas levada por um movimento interior que a isso me impeliu.

Desaparecida Nossa Senhora, na imensa distância do fir­mamento, vimos, ao lado do sol, S. José com o Menino e Nossa Senhora vestida de branco, com um manto azul. S. José com o Menino pareciam abençoar o Mundo com uns gestos que faziam com a mão em forma de cruz. Pouco depois, desvanecida esta aparição, vi Nosso Senhor e Nossa Senhora que me dava a ideia de ser Nossa Senhora das Dores. Nosso Senhor parecia aben­çoar o Mundo da mesma forma que S. José. Desvaneceu-se esta aparição e pareceu-me ver ainda Nossa Senhora em forma seme­lhante a Nossa Senhora do Carmo."

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Enquanto se passavam essas maravilhosas cenas, a multidão espantada assistiu ao grande Milagre, prometido pela Virgem para que todos acreditassem.

No momento em que Ela se elevava da azinheira e rumava para o nascente, o Sol apareceu por entre as nuvens, como um grande disco prateado, brilhando com fulgor fora do comum, mas sem cegar a vista.

E logo começou a girar rapidamente, de modo vertiginoso, em movimentos circulares. Depois parou algum tempo, e então recomeçou a girar sobre si mesmo, como uma bola de fogo.Os seus bordos tornaram-se, a certa altura, avermelhados e o sol espalhou pelo céu chamas de fogo, num redemoinho espantoso.

A luz dessas chamas reflectia-se nos rostos dos assistentes, nas árvores, nos objectos todos, os quais tomavam cores e tons muito diversos: esverdeados, azulados, avermelhados, alaranjados, etc. Por três vezes, o Sol, girando diante dos olhos de todos, precipitou-se em ziguezague sobre a Terra, para pavor da multidão que, aterrorizada, pedia a Deus misericórdia e perdão dos seus pecados. Depois, parou e voltou, em ziguezague, para o local onde se encontrava e voltou a ter o aspecto calmo de toldos os dias.

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"Vi o 'milagre do sol', esta é a pura verdade", escreveu o Papa Pio XII, Eugenio Pacelli, referindo-se a um fenómeno similar ao que aconteceu em Fátima, a 13 de Outubro de 1917.

Algumas anotações de Sua Santidade Pio XII revelam que o Papa viu o sol rodar quatro vezes por ocasião da proclamação do dogma da Assunção. Andrea Tornielli, vaticanista de «Il Giornale» e comissário da exposição «Pio XII – o homem e o pontificado (1876-1958)», revela que foi encontrado no arquivo familiar um manuscrito inédito onde o Papa Pacelli descreve o milagre do sol, um episódio do qual, até hoje, apenas foi mencionado no testemunho do Cardeal Federico Todeschini.

Na nota, que poderá ser vista na exposição, Pacelli recorda que em 1950, pouco antes de proclamar o dogma da Assunção, no dia 1 de Novembro, enquanto passeava nos jardins vaticanos, assistiu várias vezes ao mesmo fenómeno que se verificou em Outubro de 1917, no final das aparições de Fátima, e considerou-o uma confirmação celeste de tudo que estava por realizar.

O Papa Pio XII escreveu que estava no dia 30 de Outubro de 1950, às 16h. "Durante o habitual passeio nos jardins vaticanos, lendo e estudando", à altura da praça da Senhora de Lourdes "rumo ao alto da colina, no caminho da direita que beira a muralha (...) fiquei impressionado por um fenómeno, que nunca até agora havia visto. O sol, que estava ainda bastante alto, aparecia como um globo opaco amarelado, circundado por um círculo luminoso", que, contudo, não impedia a fixação do olhar.

A nota do Papa Pacelli continua a descrever “o globo opaco” que “se movia ligeiramente para fora, girando, movendo-se da esquerda para a direita e vice-versa. Mas dentro do globo viam-se, com toda a clareza e sem interrupção, "fortíssimos movimentos".

O Papa assegurou ter assistido ao mesmo fenómeno "a 31 de Outubro e 1 de Novembro, dia da definição do dogma da Assunção, depois, novamente, a 8 de Novembro. Depois nunca mais".

O Papa Pacelli menciona ter tentado "várias vezes" nos outros dias, à mesma hora e em condições atmosféricas similares, olhar o sol para ver se aparecia o mesmo fenómeno, mas em vão, não podia fixar a vista porque "os olhos ficavam cegos".

Pio XII falou do sucedido a alguns cardeais e outras pessoas mais chegados, tanto que a Irmã Pascalina Lehnert, uma religiosa governanta do apartamento papal, declarou que "Pio XII estava muito convicto da realidade do extraordinário fenómeno, a que assistido em quatro ocasiões".

Segundo Tornielli, existe um vínculo sólido entre a vida de Eugenio Pacelli e o mistério da Virgem Maria. "Desde criança Eugenio Pacelli era devoto e estava inscrito na Congregação da Assunção, que tinha a capela perto da Igreja do Jesus. Uma devoção que parecia profética, já que foi precisamente ele quem declarou o dogma da Assunção em 1950".

Eugenio Pacelli celebrou sua primeira Eucaristia como sacerdote em 3 de Abril de 1899, no altar do ícone de Maria Salus Populi Romani, na capela Borguese, da Basílica de Santa Maria a Maior. "E depois recebeu a ordenação episcopal do Papa Bento XV na capela Sistina, em 13 de Maio de 1917, dia da primeira aparição da Virgem em Fátima".

Em 1940, na qualidade de pontífice, reconheceu definitivamente as aparições de Fátima, e em 1942 consagrou o mundo inteiro ao Coração Imaculado de Maria.

O Papa Pio XII encontrou-se muitas vezes com a Irmã Lúcia e ordenou-lhe que transcrevesse as mensagens recebidas de Nossa Senhora, convertendo-se, portanto, no primeiro pontífice a conhecer a totalidade da terceira parte do Segredo de Fátima.

A 1 de Novembro de 1950, após ter consultado os bispos do mundo inteiro, que unanimemente concordaram (em 1.181 apenas seis manifestaram reservas), Pio XII proclamou, com a Bula Munificentissimus Deus, o dogma da Assunção, como cumprimento do dogma da Imaculada Conceição.

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Nossa Senhora do Rosário de Fátima,
salvai-nos e salvai Portugal!

4 comentários:

  1. O milagre do Sol é um acontecimento que pouca gente actualmente conhece. Infelizmente parecem ser cada vez mais as pessoas que não só gozam com os pastorinhos como também com a Nossa Senhora - desde logo os protestantes a encabeçarem a lista -, a própria Igreja e próprio Deus.
    Conto ir ainda este mês a Fátima, quando estiver de férias.

    Um abração.

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  2. É verdade, Hugo. Embora ninguém seja, teoricamente, obrigado a acreditar nas aparições, não há o suposto "direito" de gozarem com as crianças, duas das quais beatificadas, e muito menos com Deus e com a nossa Mãe Santíssima!

    Eu ando para lá ir há uns meses, mas ainda não consegui. Estava a ver se ia este mês lá visitar a nossa Mãe, assim q juntar umas folguinhas :)

    Um abração!

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  3. Pois, já eu vou de férias na próxima semana e tenho em mente gozar bem a primeira semana: vou para a Madeira passar uns dias e quero ver se, antes de ir para a Covilhã passar o fim-de-semana, passo por Fátima para estar lá umas horas para meditar, rezar e, com sorte, confessar-me, ir à missa (de preferência missa internacional) e comungar.
    A segunda semana de férias será para eu ver se consigo arranjar alguma coisa melhor em termos de trabalho... vamos lá ver...
    Quanto ao facto de gozarem com os pastorinhos, com Nossa Senhora, com a Santa Madre Igreja ou com Deus, só demonstra que Satanás está bem vivo e determinante em levar para o fogo eterno grande parte da população mundial. E olha que eu dessa gente, sinceramente, não tenho pena nenhuma.
    A catolicofobia devia ser considerado crime num país cada vez menos católico... mas, ironicamente, com feriados católicos que muita gente não merece. Porque não, já agora, em nome da laicidade, remover as quinas da nossa bandeira? Já D. Afonso Henriques quis com as quinas da bandeira dizer que os portugueses ou seriam fiéis à cruz de Cristo ou seriam traidores mesquinhos, tilintando no fundo dos seus bolsos as 30 moedas (representadas pelos besantes das quinas) da apostasia. E como escreveu Camões, "até entre os portugueses, traidores houve algumas vezes".
    Eu diria mesmo que hoje em dia traidores é mesmo o que mais há... cada vez mais...

    Um abração.

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