Os mandamentos não são regras do passado que já não se aplicam, não foram inventados pelos homens e, como tal, não passam de moda. Este mandamento é claro: Não causar dano ao nosso corpo ou ao de outrem, nem (o que é mais grave) à nossa alma ou à de alguém.
Este mandamento anda muito esquecido por esse mundo fora. Portugal também já se esqueceu dele há uns tempos, oficializando esse desprendimento da Lei de Deus quando fabricou a nojenta lei dos homens que despenaliza o aborto.
Agora, o nosso governo, fiel à sua tendência imoral, quer legalizar a eutanásia, entre outros absurdos que oportunamente serão tratados aqui.
O que se pretende então é disseminar a cultura da morte por tudo o que é mundo. Sinceramente, não sei se estes personagens têm mesmo vácuo no lugar do cérebro ou se, pura e simplesmente, têm a vontade demoníaca de acabar com os valores cristãos e destruir a sociedade. O que me espanta e me irrita um pouco é haver pessoas aparentemente bem formadas e inteligentes que não vêem a anormalidade que está a ser preparada.
Acredito que muitos possam ser iludidos. Porquê? Porque essas ideias malignas são apresentadas com toda a pompa, mascaradas de ideias muito boas, em nome do progresso. Chamam-se eufemismos. Quando alguém perguntar o que é um eufemismo, o nosso país é o exemplo mais indicado para o perceber:
Eufemismo 1 - IVG (Interrupção Voluntária da Gravidez): Este dá vómitos. Três palavrinhas aparentemente inofensivas que mascaram o pior massacre e infanticídio que se pode realizar. Em nomes de "direitos da mulher", "direitos reprodutivos", "gravidezes indesejadas e não planeadas", acaba-se com o direito fundamental: o direito a vida de uma pessoa acabada de se formar. 2000 anos depois, de novo Herodes ordena a matança dos inocentes. Não percebo como tantos se preocupam com o Holocausto, com os genocídios em África, com crianças a morrer à fome e à sede, crianças que são mortas depois de violadas, crianças doentes, etc... e não se aperecebem (até batem palmas) do grave infanticídio diário que ocorre nas clínicas que praticam o aborto (eufemismo para matadouro) dos seus próprios países
Incompreensível.
"Mas só aborta quem quer!" Dizem alguns. Certo, só aborta quem quer. Toda a gente tem o direito de fazer asneiras. O desastroso é haver uma lei que não "penalize" (eufemismo para castigar, ou seja, a cadeia) quem decide matar o próprio filho e quem neste assassinato colabore.
Eufemismo 2 - Eutanásia. Os defensores da hipotética (e patética) lei alegam "direito a morrer", "morrer com dignidade", etc... para a matança de velhinhos ou pessoas em fase terminal/incapacitados. Este assunto nem devia merecer discussão. Como se pode discutir se é lícito ou em que circunstâncias matar alguém, salvo em legítima defesa? Mesmo que a pedido...
É um debate ridículo, tal qual como os que propõem esta lei. Primeiro porque o argumento falacioso de "direito a morrer" não existe. Só os vivos têm direitos, precisamente porque a base de todos os direitos é a vida e a sua protecção. Logo, o termo "direito a morrer" aniquila-se a si próprio.
Já o argumento da "morte com dignidade" para cometer um assassínio é completamente irracional. A pessoa tem toda a sua dignidade de ser humano desde o momento em que é concebida e mantém-na ao longo de toda a vida. Um velhinho ou qualquer pessoa que esteja a sofrer, na fase agónica tem, por acaso uma dignidade inferior? Pelo contrário!
Infelizmente, hoje há uma fobia ao sofrimento. Compreensível até certo ponto. Ninguém quer sofrer, evidentemente. Mas quando toda a ajuda possível (conforto e analgesia para as dores físicas, apoio emocional, etc...) não elimina o sofrimento, há que aceitar as nossas limitações. É por não sabermos lidar com o facto de não podermos ser perfeitos, ao ponto de eliminar totalmente o sofrimento da face da Terra, que nos deparamos e que se aceitam ideias patéticas como será (Deus permita que não!) a da eutanásia.
Leio no jornal Público que aão, ao todo "50 os processos levantados no Ministério Público italiano contra o pai de Eluana Englaro e a equipa médica da Clínica La Quiete, em Udine," Itália. "Um dos processos, com 13 páginas, apresentado por uma associação pró-vida chamada “Comité para a Vida e Verdade”, Beppino Englaro é mesmo chamado a responder por homicídio voluntário."
Homicídio voluntário é pouco. O assassínio de Eluana, por desidratação e desnutrição, devia ficar para a História como um caso fruto de insanidade moral. Não se trata de obstinação terapêutica, nem de perto, nem de longe. Esta ocorrequando se usam meios desproporcionados (como tratamentos, terapêutica) para prolongar a vida sem real hipótese de sucesso nem prespectivas de melhoras. A alimentação e hidratação não podem ser equiparados a tratamentos. Neste caso bárbaro, foi morta uma pessoa simplesmente negando-lhe o direito básico e fundamental de comer e beber. Todo o ser vivo tem direito à satisfação desta necessidade. Quem nunca regou uma planta murcha, aparentemente às portas da morte, na esperança de ela revitalizar?
Infelizmente, com os seres humanos, há ordem para matar. Neste caso à fome e à sede. Nºãovenham ser hipócritas com a treta dos direitos humanos. Afinal, eles apenas são válidos para o que interessa, ou seja, para progredir em direcção ao abismo - é esse progresso que queremos para as gerações futuras. Um país sem valores, um país pobre moralmente (mil vezes pior que a cirse económica!), um país relativista, onde a morte é rainha.
Ninguém é dono e senhor da vida de ninguém. Nem sequer da nossa. Somos apenas administradores. E daremos contas da nossa administração, quando estivermos na presença do Dono, Senhor e Autor da vida.
Mas como só das cinzas se renasce, é preciso que estas coisas aberrantes aconteçam. É preciso bater no fundo, antes de bater com as cabeças nas paredes e desejar nunca ter ido por esse caminho. Mas talvez, só talvez, seja tarde demais...
Profundíssimo comentário, de uma erudição exaltante, revelador de um conhecimento científico verdedeiramente fora do comum.
ResponderEliminarJoão,
ResponderEliminarComo passei pelo Blog da Magdalia e vi lá o teu novo Blog decidi visitar-te...
Pelo que pude ler da tua "dissertação", nos alicerces estás correcto...Mas cada vez mais me convenço que os argumentos simplistas conduzem a teses e conclusões simplistas...
O Aborto é em si intrinsecamente um mal.Ninguém o nega.
Mas de que serve à criança existir, se essa existência a vai conduzir ao inferno? Era preferível não ter existido.
Existem situações, que o Aborto acaba por ser um mal menor e se calhar um bem..., pois essa criança que acabaria no inferno terá a oportunidade de ser feliz na eternidade que de outra forma não seria...E o mesmo se pode aplicar às mães...
O que quero dizer é que devemos julgar o aborto como um mal, mas não crucificar as mulheres que abortam. Só Deus sabe os dramas que vão na alma e coração dessas mulheres. Deus permite o mal, porque, diz-nos a fé, é capaz de um mal tirar um Bem maior...Devemos ser sireneus e não fariseus com o nosso " Crucifica-a!..."... Condenemos as acções más, mas reservemos os julgamentos pessoais para Deus. Existem situações mesmo complexas, e só quem passa por elas é que compreende as mesmas...
Infelizmente, já dizia Pascal, o homem só sabe aquilo que experimenta.
Fica aqui a Ressalva!
Carlos
Obrigado Carlos pela crítica construtiva. Mas não percebi o que queres dizer com a condenação ao Inferno das crianças que são abortadas, se é que percebi bem... As crianças que morrem no ventre da mãe não poderão se condenadas uma vez que a sua alma não se encontra em pecado mortal. Também não podem ser admitidas no reino dos bem-aventurados devido à mancha do pecado origial. Essas almas têm a felicidade eterna, mas não têm a comunhão plena com Deus, que não vêm face a face devido a estarem manchadas pelo pecado original.
ResponderEliminarJá em relação às mulheres que abortam, o assunto é claro. Um aborto voluntário, permitido pela mãe com pleno conhecimento e conhecimento do mal que comete (condições para ser pecado mortal), a não se arrepender e recorrer ao sacramento da penitência, está condenada pois pratica homicídio voluntário, um dos pecados que bradam ao Céu.
Um abraço
Eu queria fazer um comentário em cima do comentário do Carlos, mas fica dificil sem saber a que "inferno" ele se refere às crianças.
ResponderEliminarO inferno a que ele refere seria o mundo cão do qual vivemos hoje?
DFLD
Correcção: Onde se lê "permitido pela mãe com pleno conhecimento e consentimento do mal que comete".
ResponderEliminarLendo outra vez o teu comentário, pareceu-me que referias à hipótese de abortar para que a criança, depois de mais desenvolvida, não cometa pecados mortais e ir para o Inferno. Não considero uma afirmação lógica.
É lícito matar um bebé recém-baptizado só para ter a verteza de que ele iria para o Céu e evitar que se condene com os pecados futuros?
Então toda a gente abortaria para que não nascessem futuros delinquentes, assassinos, ladrões, violadores, pedófilos...nesta ordem de ideias, é preferível matar uma pessoa ainda antes de nascer para evitar que, no futuro, essa pessoa se condene ao Inferno? Ou para ter a certeza de que ela iria ter a felicidade eterna, ainda que não mereça o Céu?
Deus dá-nos muitas oportunidades para não nos condenarmos. O mais maravilhoso meio é o Sacramento da Penitência, que devemos recever frequentemente, desde que reunidas as condições necessárias para obter os seus frutos.
Um abraço
Ainda em relação ao comentário do Carlos... (estou chato ctg ;)
ResponderEliminarSe te referias ao inferno que seria uma vida de uma criança não desejada, doente, malformada, etc...a solução "aborto" é falsa. Em primeiro lugar está o direito à vida. Sem este não pode haver outros. Assim, o direito à vida sobrepõe-se ao direito de educação, de felicidade, de respeito, etc, porque só os vivos podem ter esses direitos secundários. Mesmo que uma pessoa não cresça num ambiente favorável é ilícito matar essa pessoa, ainda que com uma aparente boa intenção.
Não dar a oportunidade de viver é sempre mais grave, pois acaba-se com os restantes direitos da pessoa.
Além disso, ninguém sabe o que a vida nos reserva... Há quem nasça nas melhores condições do mundo e seja um miserável a vida toda.
Demos oportunidade de viver às crianças que ainda se encontram em desenvolvimento no útero materno!
João, Salve Maria.
ResponderEliminarJá fiquei teu fã.
Deus te abençoe nessa empreitada virtual.
olegário.
Aconselho alguma pesquisa científica básica em vez de escrever mais dislates.
ResponderEliminarFraternidade Sacerdotal São Pio X, que podem ver aqui neste site em que consiste http://www.fsspx-brasil.com.br/, faz apostolado em Portugal. Recentemente foi levantada a excomunhão que recaía sobre os 4 bispos ordenados por Monsenhor Lefebvre e Dom Castro Mayer.
ResponderEliminarA Fraternidade, presente em Portugal somente com um sacerdote, pe Daniel Maret, celebra segundo o Missal Romano de 1962. Os locais onde está presente são:
Fátima: Casa do Menino Jesus de Praga
Rua da Imaculada Conceição - 8
2495-651, Bairro Moita-Redonda
Lisboa: Priorado de S. Pio X
Estrada de Chelas - 29-31
1900-148 Lisboa
Monforte (Alentejo): Priorado Nossa Senhora Rainha de Portugal
Avenida General Humberto Delgado - 3
7450-129, Monforte
Reguengos de Monsaraz (Alentejo): Capela de São José
Rua do Forno - 25
7200, Perolivas
Porto (arredores): Capela Nossa Senhora das Neves
Argoncilhe, perto do lugar do Picoto, junto à EN1
Os contactos da Fraternidade são: 218143591 e/ou 936550946. Deve informar-se quanto aos horários das Missas. O sr. pe. Daniel Maret é um sacerdote exemplar, nunca cansado em evangelizar, um sacerdote santo, pobre. Tem à disposição livros tradicionais, como «Máximas Eternas» de St. Afonso Maria de Ligório, Catecismo Maior de S. Pio X.
A Missa Gregoriana é algo de maravilhoso, pena que em Portugal apenas a Fraternidade está verdadeiramente empenhada em difundi-la.
Vida e vida e mais vida.......
ResponderEliminarPara se ser a Favor do ABORTO basta se SER ANIMAL, para se ser Contra o Aborto basta se SER GENTE...
Cristiano Costa
João
ResponderEliminarDe facto, eu quis dizer o que tu disseste:
"...Lendo outra vez o teu comentário, pareceu-me que referias à hipótese de abortar para que a criança, depois de mais desenvolvida, não cometa pecados mortais e ir para o Inferno. Não considero uma afirmação lógica....» E porque é ilógica? Se tu fores para o inferno, te garanto que preferirias nunca ter existido!!! Deus permite o mal. E porque o permite?
João, a questão não é o aborto - estamos de acordo que em si é intrinsecamente mau.
A questão é o que diz Sto Agostinho " Abomina o pecado, mas ama o pecador."
O que digo é que não devemos meter no mesmo saco, pecado e pecador...A Deus estão reservados os juízos e não a nós. Não gosto nada de moralistas balofos que se armam "em deuses menores" e que se acham aptos e capazes a julgar aquilo que só a Deus pertence julgar.
Diz-me : Será justo um Pai dizer ao filho : - Filho, porque te amo e respeito a tua liberdade, deixo-te frequentar as prostitutas. Alerto-te que é um mal, mas se mesmo assim quiseres ir, podes fazê-lo. Seria um bom Pai, aquele que permite o mal em nome da liberdade, e implicitamente é conivente com o mesmo. Deixarias o teu filho aproximar-se de um poço, suspeitando que o mesmo iria cair, alegando que o fizeste em nome da liberdade? Qualquer Pai normal diria : - O Quê? Ires às prostitutas? Eu já te digo as prostitutas... Ou, - Sai imediatamente de perto desse poço ! - E usaria de disciplina caso fosse necessário. Quem ama, cuida dos seus.
Deus permite o mal porque têm o poder - grande mistério - desse mal moral, retirar um bem maior para a eternidade. E se ele o permite e não condena imediatamente o pecador. Com que direito eu ou tu o vamos julgar?
Por isso, repito: O aborto em si é intrinsicamente um mal. Mas, se Deus o permite, Ele lá saberá que bem é capaz de retirar esse mal. Deixemos os julgamentos das pessoas a Deus. Condenemos sim o aborto, mas não as pessoas que escolhem abortar... Fariseus, onde existir sempre...Sempre prontos atirar a pedra...
Cumpts
Carlos
Carlos, continuo a achar ilógica a afirmação. É sempre preferível uma vida à morte. Ainda que seja uma vida de sofrimento. Ninguém tem o direito de matar ninguém, ainda menos uma pessoa acabada de se formar.
ResponderEliminarPenso que concordas que um assassino, um pedófilo, um psicopata deve ser punido pelos crimes que cometeu. Assim, sendo o aborto um assassínio, um verdadeiro Holocausto, como se pode concordar que uma pessoa não seja penalizada por ter permitido ou cometido esse crime? É isso que a lei do aborto permite. Que não se seja penalizado por se ter assassinado pessoas na fase inicial do desenvolvimento.
Um abraço
João,
ResponderEliminarPenso que tu percebeste que sou contra o Aborto...
Este tema é muito complexo e poderíamos debatê-lo durante meses... Por isso não me vou alongar.
Apenas quero dizer-te que Jesus Cristo morreu numa cruz por Amor para com os Pecadores. E morreu de Cruz devido à espantosa injuria que o pecado é para com a Majestade Divina.
Tens duas vias...Ou lutas para impedir o pecado ou lutas para o redimir unido a Cristo...
Jesus Cristo poderia ter impedido todos os pecados de todos os tempos e abortos... porque era Deus. E não o fez. Ele escolheu salvar o homem, e não impedir o pecado. E porquê?
Porque Deus recebe uma glória que nenhum homem pode compreender,sempre que pode exercer a sua Misericórdia Infinita.
Por isso, é que, recusar a Misericórdia Divina é uma ofensa que não têm perdão nem neste mundo, nem no outro... É considerado um pecado contra o Espírito Santo.
Quando Cristo ia a caminho do Calvário...Tantos o acusaram...Mas bem poucos lhe deram a mão...Uma Verónica e um Simão de Sirene...
Luta por salvar as mulheres que abortam.
A maior parte delas são vítimas da nossa sociedade materialista que nós mesmos construímos... E somos nós que fizemos esta sociedade, nós e os nossos pais, os primeiros atirar a pedra...
Não percas tanto tempo a condená-las pelo seu pecado. Garanto-te que a sua consciência a esse nível já deve fazer um excelente trabalho, devido aos remorsos que tantas carregam do crime que cometeram...
Lutemos contra o aborto. Rezemos pelas mulheres que abortam. Estou convicto que a maioria delas são vítimas e apenas vítimas desta sociedade falsa e hipócrita em que vivemos.
E se existir alguma culpada...E existem de certeza, que seja castigada como dizes. Mas que o castigo seja justo. E qual é o castigo justo para uma mulher que mata o próprio filho no seu seio, por maldade?
João, Esta minha intervenção, foi no sentido de te dizer, continua. Estás no caminho certo. Mas a realidade é muito mais complexa que a teoria...Não fiques preso só à Teoria. Segue a doutrina de sempre da Igreja, mas segue-a com o Papa - Ele têm graças especiais que nenhum bispo ou padre têm - e com a tua Inteligência...
P.S. Parabéns pelo BLOG.
Carlos
Todo esse arrazoado,decorrente do mandamento divino "não matarás" também se aplica ao caso da pena de morte,que permanece aceite no catecismo da Igreja Católica Apostólica Romana ou aí já é excepção ?...
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