terça-feira, 6 de outubro de 2009

Festa de Nossa Senhora do Rosário - 7 de Outubro

“Non virtus, non arma, non duces,
sed Maria Rosarii victores nos fecit”.

"Nem as tropas, nem as armas, nem os comandantes, mas a Virgem Maria do Rosário é que nos deu a vitória."

Há 436 anos, em 7 de Outubro de 1571, a esquadra católica, composta de aproximadamente 200 galeras, concentrou-se no golfo de Lepanto. D. João d’ Áustria mandou hastear o estandarte oferecido pelo Papa e bradou: “Aqui venceremos ou morremos”, e deu a ordem de batalha contra os seguidores de Maomé. Os primeiros embates foram favoráveis aos muçulmanos, que, formados em meia-lua, desfecharam violenta carga. Os católicos, com o Terço ao pescoço, prontos a dar a vida por Deus e tirar a dos infiéis, respondiam aos ataques com o máximo vigor possível.

Mas, apesar da bravura dos soldados de Cristo, a numerosíssima frota do Islão, comandada por Ali-Pachá, parecia vencer. Após 10 horas de encarniçado embate, os batalhadores católicos receavam a derrota, que traria graves consequências para a Civilização Cristã europeia. Mas, ó prodígio! Ficaram surpresos ao perceberem que, inexplicavelmente e de repente, os muçulmanos, apavorados, bateram em retirada…

Obtiveram mais tarde a explicação: aprisionados pelos católicos, alguns mouros confessaram que uma brilhante e majestosa Senhora aparecera no céu, ameaçando-os e incutindo-lhes tanto medo, que entraram em pânico e começaram a fugir.

Logo no início da retirada dos barcos muçulmanos, os católicos reanimaram-se e reverteram a batalha: os infiéis perderam 224 navios (130 capturados e mais de 90 afundados ou incendiados), quase 9.000 maometanos foram capturados e 25.000 morreram. Ao passo que as perdas católicas foram bem menores: 8.000 homens e apenas 17 galeras perdidas.

Vitória alcançada pelo Rosário.

Enquanto se travava a batalha contra os turcos em águas de Lepanto, a Cristandade rogava o auxílio da Rainha do Santíssimo Rosário. Em Roma, o Papa São Pio V pediu aos fiéis que redobrassem as preces. As Confrarias do Rosário promoviam procissões e orações nas igrejas, suplicando a vitória da armada católica.

O Pontífice, grande devoto do Rosário, no momento em que se dava o desfecho da famosa batalha, teve uma visão sobrenatural, na qual ele tomou conhecimento de que a armada católica acabara de obter espectacular vitória. E imediatamente, exultando de alegria, voltou-se para seus acompanhantes exclamando: “Vamos agradecer a Jesus Cristo a vitória que acaba de conceder à nossa esquadra”.

A milagrosa visão foi confirmada somente na noite do dia 21 de Outubro (duas semanas após o grande acontecimento), quando, por fim, o correio chegou a Roma com a notícia. São Pio V tinha meios mais rápidos para se informar…

Em memória da estupenda intervenção de Maria Santíssima, o Papa dirigiu-se em procissão à Basílica de São Pedro, onde cantou o Te Deum Laudamus e introduziu a invocação Auxílio dos Cristãos na Ladainha de Nossa Senhora. E para perpetuar essa extraordinária vitória da Cristandade, foi instituída a festa de Nossa Senhora da Vitória, que, dois anos mais tarde, tomou a denominação de festa de Nossa Senhora do Rosário, comemorada pela Igreja no dia 7 de Outubro de cada ano.

Ainda com o mesmo objectivo, de deixar gravado para sempre na História que a Vitória de Lepanto se deveu à intercessão da Senhora do Rosário, o senado veneziano mandou pintar um quadro representando a batalha naval com a seguinte inscrição: “Non virtus, non arma, non duces, sed Maria Rosarii victores nos fecit”. (Nem as tropas, nem as armas, nem os comandantes, mas a Virgem Maria do Rosário é que nos deu a vitória).

Em Fátima, em todas as aparições, Nossa Senhora recomendou:

"Rezem o terço todos os dias, para alcançarem a paz para o mundo e o fim da guerra."

Qual terá sido o motivo por que Nossa Senhora nos mandou rezar o Terço todos os dias, e não mandou ir todos os dias assistir e tomar parte na Santa Missa?

Trata-se de uma pergunta que me tem sido feita muitas vezes, e à qual gostava de dar resposta agora. Certeza absoluta do porquê não a tenho, porque Nossa Senhora não o explicou e a mim também não me ocorreu de Lho perguntar. Digo, por isso, simplesmente o que me parece e me é dado compreender a este respeito. Na verdade, a interpretação do sentido da Mensagem deixo-a inteiramente livre à Santa Igreja, porque é a Ela que pertence e compete; por isso, humildemente e de boa vontade me submeto a tudo o que Ela disser e quiser corrigir, emendar ou declarar.

A respeito da pergunta acima feita, penso que Deus é Pai; e como Pai acomoda-se às necessidades e possibilidades dos Seus filhos. Ora, se Deus, por meio de Nossa Senhora, nos tivesse pedido para irmos todos os dias participar e comungar na Santa Missa, por certo haveria muitos a dizerem, com justo motivo, que não lhes era possível. Uns, por causa da distância que os separa da igreja mais próxima onde se celebra a Eucaristia; outros, porque não lho permitem as suas ocupações, os seus deveres de estado, o emprego, o seu estado de saúde, etc. Ao contrário, a oração do Terço é acessível a todos, pobres e ricos, sábios e ignorantes, grandes e pequenos.

Todas as pessoas de boa vontade podem e devem, diariamente, rezar o Terço. E para quê? Para nos pormos em contacto com Deus, agradecer os Seus benefícios e pedir-Lhe as graças de que temos necessidade. É a oração que nos leva ao encontro familiar com Deus, como o filho que vai ter com o seu pai para lhe agradecer os benefícios recebidos, tratar com ele os seus assuntos particulares, receber a sua orientação, a sua ajuda, o seu apoio e a sua bênção.

Dado que todos temos necessidade de orar, Deus pede-nos, digamos como medida diária, uma oração que está ao nosso alcance: a oração do Terço, que tanto se pode fazer em comum como em particular, tanto na igreja diante do Santíssimo como no lar em família ou a sós, tanto pelo caminho quando de viagem como num tranquilo passeio pelos campos. A mãe de família pode rezar enquanto embala o berço do filho pequenino ou trata do arranjo de casa. O nosso dia tem vinte e quatro horas...não será muito se reservarmos um quarto de hora para a vida espiritual, para o nosso trato íntimo e familiar com Deus!

Por outro lado, eu creio que, depois da oração litúrgica do Santo Sacrifício da Missa, a oração do santo Rosário ou Terço, pela origem e sublimidade das orações que o compõem e pelos mistérios da Redenção que recordamos e meditamos em cada dezena, é a oração mais agradável que podemos oferecer a Deus e de maior proveito para as nossas almas. Se assim não fosse, Nossa Senhora não o teria recomendado com tanta insistência.

Ao dizer Rosário ou Terço, não quero significar que Deus necessite que contemos as vezes que Lhe dirigimos as nossas súplicas, os nossos louvores ou agradecimentos. Certamente Deus não precisa que os contemos: n''Ele tudo está presente! Mas nós precisamos de os contar, para termos a consciência viva e certa dos nossos actos e sabermos com clareza se temos ou não cumprido o que nos propusemos oferecer a Deus cada dia, para preservarmos e aumentar o nosso trato de directa convivência com Deus, e, por esse meio, conservarmos e aumentarmos em nós a fé, a esperança e a caridade.

Direi ainda que, mesmo aquelas pessoas que têm possibilidade de tomar parte diariamente na Santa Missa, não devem, por isso, descuidar-se de rezar diariamente o seu Terço. Bem entendido que o tempo apropriado para a oração do Terço não é aquele em que toma parte na Santa Missa. Para estas pessoas, a oração do Terço pode considerar-se uma preparação para melhor participarem da Eucaristia, ou então como uma acção de graças pelo dia afora.

Não sei bem, mas do pouco conhecimento que tenho do trato directo com as pessoas em geral, vejo que é muito limitado o número das almas verdadeiramente contemplativas que mantêm e conservam um trato de íntima familiaridade com Deus que as prepare dignamente para a recepção de Cristo, na Eucaristia. Assim, também para estas, se torna necessária a oração vocal, o mais possível meditada, ponderada e reflectida, como o deve ser o Terço.


Há muitas e belas orações que bem podem servir de preparação para receber Cristo na Eucaristia e para manter o nosso trato familiar de íntima união com Deus. Mas não me parece que encontremos alguma mais que se possa indicar e que melhor sirva para todos em geral, como a oração do Terço ou Rosário. Por exemplo, a oração da Liturgia das Horas é maravilhosa, mas não creio que possa ser acessível a todos, nem que alguns dos salmos recitados possam ser bem compreendidos por todos em geral. É que requer uma certa instrução e preparação que a muitos não se pode pedir.

Talvez por todos estes motivos e outros que nós não conhecemos, Deus, que é Pai e compreende melhor do que nós as necessidades dos Seus filhos, quis pedir a reza diária do Terço condescendendo até ao nível simples e comum de todos nós para nos facilitar o caminho do acesso a Ele.

Enfim, tendo presente o que nos tem dito, sobre a oração do Rosário ou Terço, o Magistério da Igreja ao longo dos anos - alguma coisa vos recordarei mais adiante -, e o que Deus, por meio da Sua Mensagem, tanto nos recomenda, podemos pensar que aquela é a fórmula de oração vocal que a todos, em geral, mais nos convém, e da qual devemos ter sumo apreço e na qual devemos pôr o melhor empenho para nunca a deixar. Porque melhor do que ninguém, sabem Deus e Nossa Senhora aquilo que mais nos convém e de que temos mais necessidade. E será um meio poderoso para nos ajudar a conservar a fé, a esperança e a caridade.

Mesmo para as pessoas que não sabem ou não são capazes de recolher o espírito a meditar, o simples ato de tomar as contas na mão para rezar é já um lembrar-se de Deus, e o mencionar em cada dezena um mistério da vida de Cristo é já recordá-los, e esta recordação deixará acesa nas almas a terna luz da fé que sustenta a mecha que ainda fumega, não permitindo assim que se extinga de todo.

Pelo contrário, os que abandonam a oração do Terço e não tomam diariamente parte no Santo Sacrifício da Missa, nada têm que os sustente, acabando por se perderem no materialismo da vida terrena.

Assim, o Rosário ou Terço é a oração que Deus, por meio da Sua Igreja e de Nossa Senhora, nos tem recomendado com maior insistência para todos em geral, como caminho e porta de salvação: «Rezem o Terço todos os dias» (Nossa Senhora, 13 de Maio de 1917).

Fontes:http://servosdarainha.wordpress.com/category/a-batalha-de-lepanto/

http://probe3.arautos.org/article/8098/Apelo-a-Reza-Diaria-do-Terco.htm

4 comentários:

  1. E hoje há traidores que querem fazer da Turquia um país europeu...

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  2. Vês como eu sou um católico da treta... nem sequer sabia que o dia de hoje é uma data tão importante...
    Nossa Senhora do Rosário! Para sempre seja louvada a Santíssima Mãe de Deus!
    Por estes lados, na minha vida laboral, debato doutrina com testemunhas de Jeová que eu tenho, feliz ou infelizmente, como colegas, bem como muitos descrentes e ateus. Nada que me aflija, antes pelo contrário...
    Semper fidelis!!

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  3. Evandro, depois de tantos séculos de luta a defender a Santa Fé e espalhar a Cristandade, agora todos os infiéis, cismáticos e companhia são recebidos de braços abertos, o q vai (está a já a levar, aliás) levar a uma descristianização da Europa. Pior que isso será a sua (e que Deus não o permita!!) islamização.

    Contra os infiéis e pela Santa Igreja, marchar, marchar!

    Olá Hugo!

    Sim, hoje é um lindo dia :) Dia da vitória da Cristandade e vitória da Santíssima Virgem sobre os seguidores do falso profeta e pedófilo Maomé.

    Doutrina, tenho debatido quase diariamente, mas há quem não perceba, não queira perceber, percebe e está-se nas tintas e, pior ainda, percebe e zomba disso.

    Boas obras sem Fé não levam à salvação. O contrário também não.

    Aos que zombam da Santa Fé, a nossa correcção fraterna e devemos chamar a atenção para o erro absurdo que cometem. Para os obstinados no erro... Terão o que merecem!

    Um abraço!:)

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  4. Nem mais, o Santo Rosário é sem dúvida a mais bela oração que podemos oferecer, quer pelas almas, quer pelos aigos ou qualquer outra intenção.

    "A Santa Missa e o Rosário são a nossa esperança."

    Faço tuas as minhas palavras

    Abraço

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