domingo, 23 de maio de 2010

Crónicas do Vaticano - Papa Bento XVI em Portugal

“Somente no curso da história podemos ver toda a profundidade, digamos assim, de que estava revestida essa visão, possível às pessoas concretas. Além dessa grande visão do sofrimento do Papa, que substancialmente podemos referir a João Paulo II, são indicadas realidades do futuro da Igreja que pouco a pouco se desenvolvem e se mostram. Isto é verdade que além do momento indicado na visão, fala-se, se vê a necessidade de uma paixão da Igreja, que naturalmente se reflecte na pessoa do Papa. Mas o Papa está na Igreja e, portanto, são sofrimentos da Igreja que se anunciam (…).



Quanto às novidades que podemos hoje descobrir nessa mensagem, é também que não só de fora vem os ataques ao Papa e à Igreja, mas os sofrimentos da Igreja vem justamente do interior da Igreja, do pecado que existe na Igreja (…). Hoje nós o vemos de modo realmente terrificante: que a maior perseguição da Igreja não vem dos inimigos de fora, mas nasce do pecado na Igreja”.

(Papa Bento XVI, a bordo do avião na viagem de Roma para Portugal, a 11 de Maio de 2010)

V. Oremus pro pontifice nostro Benedicto.

R. Dominus conservet eum, et vivificet eum, et beatum faciat eum in terra, et non tradat eum in animam inimicorum eius.

21/05/2010 (4:00)

John Thavis (JT): Na semana passada, o Papa esteve quatro dias em Portugal, onde foi acolhido por uma multidão. Ao regressar a Roma, foi saudado por mais de 100 mil pessoas, que lhe manifestaram sua solidariedade neste período turbulento. Essas são as Crónicas Vaticanas e eu sou John Thavis, chefe de redação em Roma de Catholic News Service.

Carol Glatz (CG): E eu sou Carol Glatz , correspondente em Roma de CNS. A visita a Portugal concentrou-se ao redor de Fátima, a cidade em que a Virgem apareceu a três pastorzinhos em 1917. João Paulo II estava convencido de que a mensagem de Fátima e os seus três segredos estivessem directamente ligados à sua vida; de fato, ele disse que foi salvo por Maria no atentando que sofreu na Praça S. Pedro em 13 de Maio de 1981-- Festa de Nossa Senhora de Fátima. Já Bento XVI afirmou que a mensagem de Fátima é importante não tanto como uma profecia de eventos apocalípticos, mas como uma indicação espiritual. John, tu estavas no voo do Papa para Portugal, e o Pontífice falou com os jornalistas.

JT: Sim, é verdade. O Papa respondeu a algumas perguntas no voo de ida, uma das quais inesperada: ou seja, a relação entre a crise produzida pelos abusos e o terceiro segredo de Fátima. E sua resposta foi praticamente sim: Maria em Fátima anunciou um período de grande sofrimento para a Igreja, que neste caso foi causado pelos pecados dos seus membros. [Não só o pecado da pedofilia, mas todos os pecados gravíssimos contra a Fé e a Moral Católica que vêm sendo cometidos em larga escala, principalmente quando aqueles que os cometem têm a responsabilidade de serem guardiões da integridade da Fé e de proclamarem a Moral Católica ao mundo]. Disse que foi um exemplo "terrificante" de uma perseguição contra a Igreja originada não por fora, mas por dentro. O Papa surpreendeu a todos: pensávamos que esta viagem a Portugal fosse uma ocasião para deixar um pouco de lado os abusos sexuais do clero e, ao invés, ele os inseriu dentro das mensagens de Fátima.

CG: A primeira etapa do Papa foi Lisboa, a capital portuguesa, onde celebrou a Missa diante de mais de 100.000 pessoas em uma das principais praças da cidade. O Papa está muito preocupado com a secularização em Portugal, um país tradicionalmente católico, onde a prática religiosa sofreu um declínio. Com efeito, três anos atrás o país legalizou o aborto e recentemente foram liberados os "casamentos" [aspas minhas] homossexuais. O Papa referiu-se brevemente sobre esses temas em um discurso, mas manteve-se distante de questões políticas. Acredito que quisesse evitar a impressão de dizer aos portugueses quais acções realizar – já que isso é uma tarefa que cabe aos líderes da Igreja em Portugal, e aos leigos. [Temos de agradecer aos Srs. Bispos de Portugal todo o seu empenho, todos os esclarecimentos e a valente defesa da Doutrina da Igreja que... NÃO FIZERAM, para que estas pragas do aborto e da legalização de emparelhamentos homossexuais pudessem ser travadas. Virão as consequências da covardia e da mania do "politicamente correcto" dos líderes religiosos da Igreja Católica em Portugal. Deus não dorme e com o sangue de tantos inocentes a ser derramado diariamente e com as depravadas relações sodomitas legalmente aprovadas por uma lei infame, vamos ver até quando a Mãe Santíssima e Rainha desta Nação consegue suportar o braço forte da Justiça Divina].


JT: De fato, as palavras mais duras ele as dirigiu aos bispos portugueses e aos fiéis leigos, afirmando que os católicos ao sentirem vergonha de mostrar sua fé e proclamar aquilo que a Igreja diz sobre questões sociais e políticas, ajudam, na realidade, o laicismo. Em especial, quando a media ridiculariza os valores religiosos, os líderes da Igreja devem fazer sentir sua voz. [Ouviu-se a voz, na vergonhosa declaração do Presidente da Conferência Episcopal Portuguesa à Rádio Renascença - supostamente a Emissora Católica Portuguesa - do que os líderes da Igreja defendem, quando D. Jorge Ortiga declara que cabe agora à Igreja respeitar a decisão: “Temos que nos adaptar a viver com todas estas situações, não discriminando ninguém”.... sem comentários!] Creio que, assim, o Papa pretendia mexer com os bispos portugueses. De fato, alguns aqui no Vaticano pensam que os portugueses tenham ficado demasiado silenciosos em relação aos bispos espanhóis, que organizaram manifestações a favor da vida e da família. [alguém dê um abanão aos nosso Bispos, por caridade!!]

CG: Os eventos do Papa foram transmitidos ao vivo pelas emissoras portuguesas, e ao que parece a maior parte da população os acompanhou. As multidões presentes em Lisboa, Fátima e Porto superaram até mesmo todas as previsões. Meio milhão de pessoas participaram da Missa em Fátima, e alguns representantes vaticanos disseram que a convicta fé das pessoas foi um encorajamento para o Papa, apesar das notícias sobre abusos sexuais cometidos por sacerdotes.

JT: Já aqui em Roma, 120.000 católicos se reuniram Domingo passado para manifestar sua solidariedade ao Papa diante da crise dos abusos sexuais. Muitos deles julgaram injustas as críticas dirigidas a Bento XVI nas últimas semanas. E creio que aquilo que o Papa lhes disse seja muito significativo: ou seja, de que os verdadeiros inimigos que a Igreja deve combater são o pecado e o mal espiritual dentro da própria Igreja. Sou John Thavis.

CG: E eu sou Carol Glatz, de Catholic News Service.
Fonte: http://www.h2onews.org/portugues/1-Eventos/224444645-cronicas-vaticanas.html (comentários a azul da minha responsabilidade)

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“Enganar-se-ia quem pensasse que a missão profética de Fátima esteja concluída”.

(Papa Bento XVI, Homilia em Fátima em 13 de Maio de 2010).

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