segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Contra o Modernismo



Gravidade dos erros modernistas

P. Qual é o primeiro dever imposto por Nosso Senhor Jesus Cristo ao Soberano Pontífice?

R. Sua Santidade, Pio X, nos responde: "A missão, que nos foi divinamente confiada, de apascentar o rebanho do Senhor tem principalmente o dever, imposto por Cristo, de guardar com a maior vigilância o depósito da fé transmitida aos Santos, repudiando as profanas novidades de palavras e as oposições de uma ciência enganosa."


P. Não foi sempre necessária tal vigilância?

R. "Nunca houve um tempo em que esta providência do Supremo Pastor não fosse necessária à Igreja Católica; pois, graças aos esforços do inimigo do género humano, nunca faltaram "homens falando coisas perversas" (Act 20, 30), "vaníloquos e sedutores" (Tito 1, 10), que "caídos eles em erro arrastaram os mais ao erro" (2 Tim 3, 3)."


P. Esses homens desencaminhados são hoje mais numerosos? Qual é o seu objectivo?

R. "É preciso confessar que nestes últimos tempos cresceu muito o número dos inimigos da cruz de Cristo, os quais, com artifícios novos e bastante subtis, se esforçam por destruir a virtude vivificante da Igreja e, se pudessem, enterrar os alicerces o próprio reino de Cristo."


P. Por que o Soberano Pontífice não pode mais permanecer em silêncio?

R. Diz o Papa: "Não Nos é lícito mais calar, para não parecer faltarmos ao Nosso santíssimo dever, e para que a benignidade com que até agora os tratamos, na esperança de melhores disposições, não Nos seja atribuída a descuido de Nossa obrigação."


P. Onde estão os "sequazes do erro" que precisam ser encontrados? São eles inimigos declarados?

R. "O que exige que falemos sem demora é antes de tudo que os sequazes do erro já não devem ser procurados entre os inimigos declarados da Igreja; mas, o que é para deplorar e temer muito, se ocultam no seu próprio seio, tornando-se assim tanto mais nocivos quanto menos percebidos."


P. Santo Padre, estes inimigos ocultos, que causam ansiedade ao vosso paternal coração, se encontram entre os católicos? Estão nas fileiras do clero?

R. Sim! "Muitos leigos católicos e também, o que é mais lastimável, muitos no próprio clero, fingindo amor à Igreja e sem nenhum conhecimento sólido de filosofia ou teologia, mas antes embebidos das teorias venenosas dos inimigos da Igreja, gabam-se presunçosamente de ser reformadores da Igreja."


P. Esses católicos, leigos e sacerdotes, que se apresentam como reformadores da Igreja, ousam eles atacar a obra de Cristo? Chegam eles ao ponto de atacar a própria Pessoa de Nosso Senhor e Salvador, Jesus Cristo?

R. "Cerrando fileiras ousadamente na linha de ataque, eles se atiram sobre tudo que há de mais santo na obra de Cristo, sem pouparem sequer a Pessoa do Divino Redentor, que com audácia sacrílega rebaixam à condição de um mero homem."


P. Surpreendem-se tais pessoas quando Sua Santidade os inclui entre os inimigos da Santa Igreja?

R. "Apesar de se demonstrarem pasmados, ninguém poderá com razão se surpreender que Nós incluímos tais homens entre os inimigos da Igreja, se, deixando de lado as intenções de que só Deus é juiz, se aplicar a examinar as doutrinas e o modo de falar e de agir deles. Não se afastará, portanto, da verdade quem os tiver como os mais perigosos inimigos da Igreja."


P. Por que Sua Santidade os chama de os mais perigosos inimigos da Igreja?

R. Por este motivo: "Como dissemos, eles tramam seus perniciosos conselhos não fora, mas dentro da Igreja; e, por isso, o perigo está presente nas próprias veias e no coração da Igreja, e o dano causado é tanto maior quanto mais intimamente eles a conhecem."


P. Haveria ainda outros motivos para chamá-los de os mais perigosos inimigos da Igreja?

R. Sim! "Eles dirigem seu machado não sobre as ramagens e os brotos, mas sobre as próprias raízes, que são a Fé e suas fibras mais vitais."


P. Atingida a raiz, eles cessam suas actividades?

R. "Atingida a raiz da imortalidade, eles continuam a disseminar o veneno por toda a árvore, de modo que não há verdade católica poupada, não há verdade que eles deixem de corromper."


P. De que meios astuciosos eles se servem para arrastar os incautos ao erro?

R. "Ninguém é mais hábil, ninguém é mais astuto que eles no emprego de seus inumeráveis e maléficos ardis; porque fazem promiscuamente o papel ora de racionalistas, ora de católicos, com tal dissimulação que arrastam sem dificuldade ao erro qualquer incauto."


P. As consequências dessas doutrinas não deviam assustar os sacerdotes e leigos católicos e fazê-los recuar?

R. "As consequências deviam fazê-los recuar; mas, como a audácia é uma das características desses inimigos da Igreja, não há consequências de que se amedrontem e que não aceitem com obstinação e sem escrúpulos."


P. Por que são eles especialmente perigosos e calculistas para enganar as almas?

R. "Eles são de facto extremamente aptos para enganar as almas, pois levam vidas de intensa actividade, de aplicação assídua e vigorosa a todos os campos de estudo e, o mais das vezes, têm fama de vida austera."


P. Santo Padre, Sua Santidade tem esperança de curar esses desencaminhados?

R. "O que faz desvanecer toda esperança de cura é o seguinte: as suas próprias doutrinas torceram de tal forma suas mentes que eles desprezam toda autoridade e todo freio; e, baseados numa falsa consciência, tentam atribuir a um amor pela verdade o que na realidade não passa de soberba e obstinação."


P. Santo Padre, Sua Santidade não tem esperança de reconduzir essas pessoas desencaminhadas ao bom senso?

R. "Na verdade, por algum tempo esperamos reconduzi-los ao bom senso; e, para este fim, a princípio os tratamos com a brandura com que tratamos Nossos filhos, em seguida com severidade, e finalmente, bem a contragosto, Nos servimos de penas públicas. Mas vós bem sabeis, Veneráveis Irmãos, como tudo foi em vão; pareceram por um momento curvar a fronte, para depois reerguê-la com ainda maior arrogância."


P. Como não há esperança de reconduzir esses inimigos, por que Sua Santidade levanta sua voz de advertência?

R. "Porque, se se tratasse de assunto somente deles, poderíamos talvez ainda deixar desapercebido, mas é o nome católico que está em jogo. Por conseguinte, manter o silêncio por mais tempo seria um crime."


P. É agora o momento de falar?

R. "Nós precisamos agora quebrar o silêncio, para tornar bem conhecidos à Igreja esses homens tão mal disfarçados."


P. Que nome nós podemos dar a esses novos inimigos de Jesus Cristo e de Sua Santa Igreja?

R. "Eles são chamados vulgarmente e com razão de Modernistas."

In Catecismo dobre o Modernismo

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