sexta-feira, 29 de abril de 2011

Católicos e orgulhosamente intolerantes!


“Igreja de Deus vivo, coluna e firmamento da verdade”
(1 Tim. 3,15).

”Os esforços [do falso ecumenismo] não têm nenhum direito à aprovação dos católicos porque se apoiam sobre esta opinião errada de que todas as religiões são louváveis naquilo que elas revelam, e traduzem todas igualmente, se bem que de uma maneira diferente, o sentimento natural e inato que nos leva para Deus e nos inclina ao respeito diante de seu poder (…) Os infelizes infestados por esses erros sustentam que a verdade dogmática não é absoluta, mas relativa, e deve pois, se adaptar às várias exigências dos tempos e lugares às diversas necessidades das almas”.

Papa Pio XI, Encíclica Mortalium Animus.

* * *

Excertos do Sermão pregado na Catedral de Chartres em 1841, pelo Cardeal Pie:

"Nós somos então intolerantes, exclusivos em matéria de doutrina; nós disto fazemos profissão; nós orgulhamo-nos da nossa intolerância. Se não o fôssemos, não estaríamos com a verdade, pois que a verdade é uma, e consequentemente intolerante. Filha do céu, a religião cristã, descendo sobre a terra, apresentou os títulos da sua origem; ela ofereceu ao exame da razão factos incontestáveis, e que provam irrefutavelmente a sua divindade. Ora, se ela vem de Deus, se Jesus Cristo, seu autor, pode dizer: Eu sou a verdade: Ego sum veritas, é necessário por uma consequência inevitável, que a Igreja Cristã conserve incorruptivelmente esta verdade tal qual a recebeu do Céu; é necessário que ela repila, que ela exclua tudo o que é contrário a esta verdade, tudo o que possa destruí-la.

Recriminar à Igreja Católica a sua intolerância dogmática, a sua afirmação absoluta em matéria de doutrina é dirigir-lhe uma recriminação muito honrável. É recriminar à sentinela ser muito fiel e muito vigilante, é recriminar à esposa ser muito delicada e exclusiva.

Nós ficamos muitas vezes confusos do que ouvimos dizer sobre todas estas questões até por pessoas de senso. A lógica falta-lhes, desde que se trate de religião. É a paixão, é o preconceito que os cega? É um e outro. No fundo, as paixões sabem bem o que elas querem quando procuram abalar os fundamentos da fé, pondo a religião entre as coisas sem consistência. Elas não ignoram que, demolindo o dogma, elas preparam para si uma moral fácil. Diz-se com uma justeza perfeita: é antes o decálogo que o símbolo que as faz incrédulas.

Se todas as religiões podem ser postas num mesmo nível, é que elas se equivalem todas; se todas são verdadeiras é porque todas são falsas; se todos os deuses se toleram, é porque não há Deus. E se se pode aí chegar, não sobra mais nenhuma moral incómoda. Quantas consciências estariam tranquilas, no dia em que a Igreja Católica desse o beijo fraternal a todas as seitas suas rivais!

(...)

Assim, segundo essa inacreditável teoria, não há religiões falsas, mas elas são todas incompletas umas sem as outras. A verdadeira seria a religião do ecletismo sincrético e progressivo, a qual ajuntaria todas as outras, passadas, presentes e futuras: todas as outras, isto é, a religião natural que reconhece um Deus; o ateísmo que não conhece nenhum; o panteísmo que o reconhece em tudo e por tudo; o espiritualismo que crê na alma, e o materialismo que só crê na carne, no sangue e nos humores; as sociedades evangélicas que admitem uma revelação, e o deísmo racionalista que a rejeita; o cristianismo que crê no messias que veio e o judaísmo que o espera ainda; o catolicismo que obedece ao Papa, o protestantismo que olha o Papa como o anti-Cristo. Tudo isto é conciliável.

(...)

Sim, Santa Igreja Católica, só vós tendes a verdade, porque vós tendes a unidade, e porque vós sois intolerante, não deixais decompor esta unidade."

Texto completo aqui.

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