domingo, 21 de novembro de 2010

Papa Bento XVI - "É evidente que a Igreja não considera a utilização do preservativo uma solução verdadeira e moral"

"É evidente que a Igreja não considera utilização do preservativo uma solução verdadeira e moral"

Bento XVI disse que preservativo é aceitável "em certos casos"

(a outra parte da notícia que não foi contada...)

"Em África, Vossa Santidade afirmou que a doutrina tradicional da Igreja tinha revelado ser o caminho mais seguro para conter a propagação da SIDA/AIDS. Os críticos, provenientes também da Igreja, dizem, pelo contrário, que é uma loucura proibir a utilização de preservativos a uma população ameaçada pela SIDA/AIDS."

«Em termos jornalísticos, a viagem a África foi totalmente ofuscada por uma única frase. Perguntaram-me porque é que, no domínio da SIDA/AIDS, a Igreja Católica assume uma posição irrealista e sem efeito – uma pergunta que considerei realmente provocatória, porque ela faz mais do que todos os outros. E mantenho o que disse. Faz mais porque é a única instituição que está muito próxima e muito concretamente junto das pessoas, agindo preventivamente, educando, ajudando, aconselhando, acompanhando. Faz mais porque trata como mais ninguém tantos doentes com sida e, em especial, crianças doentes com sida. Pude visitar uma dessas unidades hospitalares e falar com os doentes.

Essa foi a verdadeira resposta: a Igreja faz mais do que os outros porque não se limita a falar da tribuna que é o jornal, mas ajuda as irmãs e os irmãos no terreno. Não tinha, nesse contexto, dado a minha opinião em geral quanto à questão dos preservativos, mas apenas dito – e foi isso que provocou um grande escândalo – que não se pode resolver o problema com a distribuição de preservativos. É preciso fazer muito mais. Temos de estar próximos das pessoas, orientá-las, ajudá-las; e isso quer antes, quer depois de uma doença.

Efectivamente, acontece que, onde quer que alguém queira obter preservativos, eles existem. Só que isso, por si só, não resolve o assunto. Tem de se fazer mais. Desenvolveu-se entretanto, precisamente no domínio secular, a chamada teoria ABC, que defende “Abstinence – Be faithful – Condom” (“Abstinência – Fidelidade – Preservativo”), sendo que o preservativo só deve ser entendido como uma alternativa quando os outros dois não resultam. Ou seja, a mera fixação no preservativo significa uma banalização da sexualidade, e é precisamente esse o motivo perigoso pelo qual tantas pessoas já não encontram na sexualidade a expressão do seu amor, mas antes e apenas uma espécie de droga que administram a si próprias. É por isso que o combate contra a banalização da sexualidade também faz parte da luta para que ela seja valorizada positivamente e o seu efeito positivo se possa desenvolver no todo do ser pessoa.

Pode haver casos pontuais, justificados, como por exemplo a utilização do preservativo por um prostituto, em que a utilização do preservativo possa ser um primeiro passo para a moralização, uma primeira parcela de responsabilidade para voltar a desenvolver a consciência de que nem tudo é permitido e que não se pode fazer tudo o que se quer. Não é, contudo, a forma apropriada para controlar o mal causado pela infecção por VIH/HIV. Essa tem, realmente, de residir na humanização da sexualidade.»

"Quer isso dizer que, em princípio, a Igreja Católica não é contra a utilização de preservativos?"

«É evidente que ela não a considera uma solução verdadeira e moral. Num ou noutro caso, embora seja utilizado para diminuir o risco de contágio, o preservativo pode ser um primeiro passo na direcção de uma sexualidade vivida de outro modo, mais humana.»

In Bento XVI, Luz do Mundo – O Papa, a Igreja e os Sinais dos Tempos – Uma conversa com Peter Seewald, Lucerna, 2010

fonte: Spe Deus

13 comentários:

  1. O Papa está certo. O preservativo não resolve problema nenhum e a ciência confirma-o. Um preservativo tem uma taxa de eficácia a rondar os 98% no que diz respeito à prevenção duma gravidez indesejada, mas quando o que está em causa é o contágio da Sida, há que reduzir substancialmente a taxa de eficácia. O vírus do HIV é muito inferior em termos de tamanho em relação a um espermatozóide, por isso mais depressa uma pessoa que use o preservativo está a contrair Sida do que propriamente a provocar uma gravidez.
    No entanto não é essa a verdade que muito boa gente vê, se calhar porque não convém. E eu gosto de perguntar às pessoas se elas se importariam de fazer sexo protegido com alguém que tenha Sida. Curioso como todos me respondem que não. Então em que é que ficamos? Preservativo sim ou não?
    No caso particular de África, a Sida cresce, é um facto. E não é por o Papa e a Igreja estarem contra o uso do preservativo que os africanos vão deixar de o usar. Até parece que todos os africanos são católicos e mesmo esses muito possivelmente não estão nem aí para o que diz o Papa! Ok, mesmo partindo do princípio que eles ouvem o Papa, então não usem o preservativo. Mas a Igreja curiosamente também está contra outros factores que podem culminar no alastramento da Sida. Quais? A infidelidade ou o sexo antes do casamento. Porque é que ninguém fala disso? Será que se os africanos - e toda a gente no geral - for mais bem comportadinha, a Sida cresceria? Que culpa tem então o Papa?
    Nenhum método anticoncepcional é 100% eficaz exceptuando a abstinência. Portanto, não sendo o preservativo 100% eficaz, logo existe sempre a possibilidade de contágio do HIV. É sempre uma hipótese remota, mas é possível. E não são poucos os que contraem Sida praticando sexo seguro. Ironia das ironias. Mas a Igreja Católica é que é má, enfim...

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  2. Essa imprensa maldosa e anti-cristã sempre fazendo jogo de palavras para atacar a Igreja...

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  3. Salve Maria! João!

    Sou o Alex, que estava escrevendo no Deus lo Vult!

    Ainda não conhecia seu blog. Mas tive muito boa impressão. Vou passar a visitá-lo mais vezes.

    Um abraço da Terra de Santa Cruz, Alex.

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  4. Olá Alex! Bem-vindo :)

    Podes ir comentando sempre que quiseres!

    Um abraço da terra de Santa Maria!

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  5. O meu comentário assume a priori que o que o Papa realmente disse está de acordo com a doutrina Católica, coisa da qual não estou totalmente seguro, mas não é esse o meu ponto.

    As palavras do Santo Padre foram gravíssimas porque:

    - Por o que li até agora, ele, e não o jornalista, foi buscar um exemplo totalmente... ridículo, totalmente irrelevante, como o de um prostituto (homossexual) e utilizou esse exemplo como um em que o preservativo até poderia ser uma coisa boa.

    - O Papa TEM A OBRIGAÇÃO DE SABER, nem que seja pelas EXPERIÊNCIAS PASSADAS, que os media vão distorcer abundantemente o que é dito. Mas não podia ter feito pior: sem necessidade nenhuma, vai por sua iniciativa buscar um caso que não lembra ao diabo, e que vai permitir aos media fazer títulos como "Igreja admite preservativo para combate à SIDA" ou mesmo "Igreja muda posição da respeito do preservativo".

    Enorme, enormíssima falta de prudência de quem deveria saber e fazer melhor. Enormíssima vitória para o demónio.

    Nunca pensei dizer isto mas aqui vai: John Paul II, we miss you!

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  6. Excelente reflexão sobre o caso!

    O blog é muito bem feito também.

    Vou voltar mais vezes.

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  7. Passo por aqui como sempre...hoje, para te segredar, que morri contigo no pensamento...

    Sê Feliz...o Teu Amigo de todas as horas...

    Cristo

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  8. Concordo com o PDCA.
    O papa deveria ter mais cuidade com o que fala, pois sabe como a imprensa distorce e manipula as notícias.

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  9. Salve Maria!

    O texto extraído do tal livro escrito pelo Papa Bento XVI “Luz do Mundo”, que será lançado terça-feira dia 23/11/2010... é um texto infeliz! A mídia distorce sim, mas fato é que, os fragmentos deste livros citados são de uma infelicidade de causar muita tristeza.

    "Pode haver casos pontuais, justificados, como por exemplo a utilização do preservativo por um prostituto, em que a utilização do preservativo possa ser um primeiro passo para a moralização, uma primeira parcela de responsabilidade para voltar a desenvolver a consciência de que nem tudo é permitido e que não se pode fazer tudo o que se quer." (uma lástima!)

    E o que eu tenho a dizer é o que já disse em meu Blog, "pobre noiva agonizante a espera de seu noivo!"

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  10. Caro João, Paz!

    Recebi de um sacerdote amigo meu um texto em espanhol, mas não sei espanhol. Você poderia traduzir esse texto ou comentá-lo?!

    Señores periodistas: el Papa NO ha justificado el uso del preservativo
    Para que el Papa pudiera aprobar el uso del preservativo, tendría primero que anular mediante un decreto magisterial (y no en una entrevista coloquial) la Humanae Vitae, la Casti Connubi, la Evangelium Vitae, el Catecismo de la Iglesia Católica y todo el
    Autor: Lucrecia Rego de Planas | Fuente: Catholic.net
    Gran trifulca desataron en los medios los periodistas (siempre ávidos de escándalo), debido a un muy desafortunado artículo publicado en L´Osservatore Romano, que violando el periodo de embargo establecido por los editores, presentó algunos párrafos descontextualizados del nuevo “libro-entrevista” de Benedicto XVI titulado “La luz del mundo” realizado por el periodista alemán Peter Seewald y que saldrá a la luz el próximo 23 de noviembre.
    Lo que desató el escándalo fue una parte sacada de contexto de la respuesta que dio el Santo Padre a Seewald, ante la pregunta acerca del uso del preservativo en la lucha contra el SIDA.
    El párrafo publicado por L´Osservatore Romano dice así:
    Puede haber casos justificados singulares, por ejemplo, cuando una prostituta utiliza un preservativo, y éste puede ser el primer paso hacia una moralización, un primer acto de responsabilidad para desarrollar de nuevo la conciencia sobre el hecho de que no todo está permitido y de que no se puede hacer todo lo que se quiere. Sin embargo, este no es el verdadero modo para vencer la infección del VIH. Es verdaderamente necesaria una humanización de la sexualidad
    [continua]

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  11. De estas palabras del Papa, los medios alrededor del mundo no tardaron en redactar grandes titulares que decían, con unas u otras palabras, que el Papa había aprobado el uso del condón.
    Lo primero que hay que revisar es la traducción al español de lo que realmente respondió el Papa en alemán a la pregunta de Seewald.
    En el texto original, en alemán, el Papa habla de “männliche Prostituierte” que significa “prostituto” (no prostituta) y vale puntualizar que el Santo Padre está hablando del preservativo como herramienta contra el SIDA y no del preservativo como herramienta de anticoncepción.
    Misteriosamente el término “männliche Prostituierte” conserva el género masculino en la traducción en inglés, en donde se habla de “male prostitute”, pero se cambia de manera arbitraria al femenino en las traducciones al español, italiano y francés. Ignoro si el error es de L´Osservatore o de las editoriales que publicarán el libro, pero creo que tendrán que arreglarlo.
    Lo que dice el Papa, si tomamos sus palabras originales en alemán, es simple y sencillamente que si un prostituto homosexual utiliza un condón (con el objetivo único de no contagiar ni contagiarse de SIDA), esto puede ser señal de un inicio de moralización, de que el hombre se está dando cuenta (en su interior) de que no puede hacer con su sexualidad lo que le venga en gana.
    L´Osservatore Romano no publica la siguiente pregunta-respuesta, en la cual el Papa aclara que la Iglesia jamás podrá aprobar el uso del condón como algo moral.
    Seewald: ¿Quiere decir, entonces, que la Iglesia Católica en realidad no se opone en principio a la utilización de los condones?
    Benedicto XVI: Ella [la Iglesia], por supuesto, no lo considera como una solución real o moral, pero, en este u otro caso, puede haber, sin embargo, la intención de reducir el riesgo de infección, como un primer paso hacia una forma distinta y más humana de vivir la sexualidad.
    No quiero pensar que haya sido una omisión voluntaria de L´Osservatore Romano.
    Pero, bueno, es tan ridículo lo que han publicado los medios, por el simple hecho de que no toman en cuenta que para que el Papa pudiera aprobar el uso del preservativo, tendría primero que anular mediante un decreto magisterial: encíclica, carta, bula, etc (y no en una entrevista coloquial) la Humanae Vitae, la Casti Connubii, la Evangelium Vitae, el Catecismo de la Iglesia Católica y todo el magisterio anterior que habla sobre moral conyugal.
    En fin, señores periodistas, pues nada, que el Papa no ha justificado el uso del condón, ni para las prostitutas ni para nadie.
    Lucrecia Rego de Planas
    lplanas@catholic.net

    [fim]

    [enviado por Alex]

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  12. Alex.

    Também não percebo espanhol (uma miséria, para quem mora muito perto de Espanha). Mas poderia traduzir com um programa, mas levará algum tempo!

    Um abraço!

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  13. Alex. Já fiz a tradução.
    Daqui a pouco publico :)

    Um abraço!

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