Se a vida da criança que foi nojentamente violada tem um valor absoluto, ainda que esse acto hediondo traga consequências (que certamente traz) nefastas nesta menina, o mesmo se pode dizer dos dois filhos dela, já que lhes foi negada a oportunidade de verem a luz do dia, sendo brutalmente assassinados dentro de si. As suas vidas tinham o mesmo valor absoluto que a da mãe. Assim, foi um crime horroroso e um pecado gravíssimo o aborto que foi feito, uma vez que se tentou resolver as consequências de um crime monstruoso - uma violação - com outro ainda mais grave - o homicídio.
Diz-se, falaciosa e imoralmente, que se chamam de "abortos terapêuticos" os abortos provocados:
Para salvar a vida da mãe, quando a gravidez implica risco de morte.
Isto não é tão linear assim. Uma coisa é haver perigo iminente, sério, real e concreto de morte da mãe e/ou inviabilidade do feto. Eticamente, aplicar-se-ia o princípio do Duplo Efeito, o qual é compatível com a Doutrina Católica. Porque o aborto seria um segundo efeito, ou seja uma consequência, não havendo intenção de matar. Outra coisa é matar a criança pelo simples hipótese de vir a provocar a morte da mãe, sem fundamentos sérios e concretos. Aqui, a causa da morte da criança é directamente o assassínio, para depois termos o segundo efeito de salvar a vida da mãe. Inconcebível. Andamos a brincar aos médicos e enfermeiros, é?
Para preservar a saúde física ou mental da mulher.
Para preservar um bem menor - a saúde da mãe - sacrifica-se um bem maior e absoluto - a vida do filho. Bastante inteligente e racional, não há duvida... Eu não acho.
Para reduzir o número de fetos e, consequentemente, diminuir a possibilidade de riscos associados a outras gestações, tornando viáveis futuros fetos.
Basicamente, o mesmo princípio imoral anterior.
Por tudo isto, o aborto NUNCA PODE SER UMA MEDIDA TERAPÊUTICA. Acabar com uma vida não pode ser nunca tido como medida terapêutica, porque estamos a servir a morte em vez de servir a vida. Os fins - a saúde e bem-estar - não justificam os meios - a morte de um ser humano indefeso e inocente.
Felizmente, há exemplos de quem perceba que ninguém é dono da vida de ninguém. Há exemplos edificantes que percebem que um filho, durante a gravidez, não faz parte do corpo da mãe, nem é um conjunto de células, um tumor para se poder remover livremente. Há exemplos edificantes de mães que são, essas sim, dignas desse nome: MÃES. Porque deram tudo, até a vida, em prol da vida dos filhos. Mesmo em perigo de vida.
Santa Gianna Beretta é um desses exemplos. Nascida em Magenta (Milão, Itália) a 4 de Outubro de 1922, acolhe plenamente , desde muito nova, o dom da fé e a educação cristã, recebidas de seus pais.
Laureada em medicina e cirurgia em 1949 pela Universidade de Pavia, em 1950 abre o seu consultório médico nos arredores de Milão. Especializa-se em pediatria na Universidade de Milão em 1952 e, entre seus pacientes, demonstra especial atenção para as mães, crianças, idosos e pobres.
Através do alpinismo e do esqui, manifesta a sua grande alegria de viver e de gozar os encantos da natureza. Através da oração pessoal e da dos outros, questiona-se sobre a sua vocação, considerando-a como dom de Deus. Opta pela vocação matrimonial, que a abraça com entusiasmo, assumindo total doação "para formar uma família realmente cristã".
Inicia, então, o seu noivado com o engenheiro Pedro Molla. Ao Senhor tudo agradece, e ora. Na basílica de São Martinho, em Magenta, casa aos 24 de setembro de 1955. Dá ao mundo três filhos. Com simplicidade e equilíbrio, harmoniza os deveres de mãe, de esposa, de médica e da grande alegria de viver.
Em setembro de 1961, no final do segundo mês de gravidez, vê-se atingida pelo sofrimento e pela dor. Aparece um fibroma no útero. Antes de ser operada, embora sabendo o grave perigo de prosseguir com a gravidez, suplica ao cirurgião que salve a vida do filho que traz na ventre e, então, entrega-se à Divina Providência e à oração. Passa os sete meses que a distanciam do parto com admirável força de espírito e com a mesma dedicação de mãe e de médica. Receia e teme que seu filho possa nascer doente e suplica a Deus que isto não aconteça.
Alguns dias antes do parto, sempre com grande confiança na Providência, demonstra-se pronta a sacrificar sua vida para salvar a do filho:
"Se deveis decidir entre mim e o filho, nenhuma hesitação: escolhei - e isto o exijo - a criança. Salvai-a".
Na manhã de 21 de abril de 1962 nasce Joana Manuela.
Apesar dos esforços para salvar a vida de ambos, na manhã de 28 de abril, em meio a atrozes dores e após ter repetido a jaculatória «Jesus eu te amo, eu te amo» morre santamente. Tinha 39 anos.
Foi canonizada no dia 16 de maio de 2004 pelo Papa João Paulo II, que a chamou de "Mártir do Amor Materno" e testemunha de médica e mãe que deu a vida para gerar outra vida.
Mais palavras para quê?
Este exemplo edificante de fé e de amor é suficiente e fala por si. Mas o mundo prefere a vulgaridade, a saída mais fácil, o bem-estar...prefere a morte à vida...
Santa Gianna Beretta, Mártir do Amor Materno,
Rogai por nós!
Caro João...
ResponderEliminarEntão e o que me dizes dos fetos encontrados enterrados nos jardisn dos conventos? As freiras também fazem abortos... E muitos segundo escavaçôes...
Dá-me a tua opinião...
Abraço...